terça-feira, 8 de outubro de 2019
OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (130)
SISTEMA "S" EM RISCO, SESC E SUA POLÍTICA CULTURAL JÁ DESFIGURADA COM BOLSONARISMO
Eu sou cria do SESC Bauru. Imensa parte de tudo o que presenciei na vida cultural passando por Bauru foi introduzida em minha vida através do SESC. Devo a ele o enriquecimento cultural a mim propiciado, pois ali naquele espaço na rua Aureliano Cardia eu vi de tudo um pouco. Todos os grande nomes da MPB, astros latinos e também outros de renome internacional ali estiveram em memoráveis apresentações. Desfrutei muito pouco da área de lazer, pois sócio mesmo o fui por um curto período, mas das instalações para atividades culturais, desde os shows, rodas de literatura, exposições, filmes, fui e sou um assíduo frequentador, admirador e confesso dependente. Não sei o que seria de mim culturalmente se não existisse o SESC em Bauru, pois nenhum outro órgão ou entidade da cidade chega aos pés do ali já ocorrido. Dito isso, poderia continuar louvar dos benefícios recebidos por laudas e laudas, mas o intuito dessa escrevinhação é outra e com tristeza começo minha ladainha em outro patamar a partir de agora.
O SESC, se depender do obscurantismo reinante na mente do desgoverno bolsonarista está com os seus dias mais que contados, pois a investida dos insanos a nos governar contra as instituições de Cultura e lazer já começa a desfigurar o Sesc, Sesi e outros. Na verdade, esse pessoal mente curta é contra a Cultura, pois enxergam nisso um perigo para continuar descerebrando o povo, mantendo-o como manada, massa de manobra. Nada melhor do que ter um povo dócil e cordial sem nenhuma manifestação pensante. Pensando e agindo dessa forma, a investida é contra tudo o que respire Cultura pública, algo desnecessário para quem tem a boçalidade como mola mestra, daí todo o chamado Sistema S (que inclui Sesc, Sesi, Senai, Senac, Sebrae e outras instituições ligadas às confederações patronais do País), todas possibilitando o acesso a forma variadas de lazer, cultura, esporte, saúde, educação técnica e entretenimento para cerca de 12 milhões de pessoas (dados fornecidos por eles mesmos) estão com verba sendo reduzida, cortada e suprimidas.
São as tais guerras subterrâneas praticadas por quem chegou para destruir, nunca para acrescentar ou contribuir. Se o processo ainda se mostra um tanto invisível para o grande público, está mais do que escancarado nos bastidores. São mais de 3,5 mil unidades espalhadas por todo o país e pagando quase 8 bilhões de reais em salários. O corte inicial já é de aproximadamente 30% no orçamento dessas instituições, mas o encolhimento já é mais do que perceptível, bastando para tanto frequentar alguma das citadas unidades do Sistema S e conferir pessoalmente o desastre se aproximando e já em curso. Demissão de funcionários, unidades desativadas, outras com obras paralisadas ou nem iniciadas e o aperto orçamentário como nova norma de funcionamento. Pior que isso, ou no mesmo quilate é a autocensura para contratação de eventos e shows. No Sesc, onde a essência era a pluralidade, hoje a concepção já é de cuidados nas contratações, tudo para não ferir a linha ideológica dos novos administradores do país. Já imaginaram toda Cultural tendo que se adaptar com a cultura neopentecostal? Boa coisa não é, ou seja, obscurantismo, demência em todos os sentidos e meios. Quem não se adaptar à nova linha corre muitos riscos, desde ter impedida o contrato como mesmo mera demissão.
Todo o Sistema S está sobre forte influência dessa sanha moralista tomando conta de todas as atividades governamentais. Não existe como permanecer fora dela e ali atuando. Fazer parte é aderir, ou seja, aceitar as novas imposições ou ter ciência de que, as atividades serão cerceadas, barradas ou mesmo eliminadas. Com esse pessoal bolsonarista não existe meio termo e não adianta contemporizar ou amenizar, para vergar esses só mesmo com muita pressão popular, não existe outra linguagem possível. Os refúgios de liberdade de expressão até então vigentes no Sesc já não correm mais perigo, pois se constituem no próprio perigo e estarão sob a mira dos que querem a Cultura atrelada aos seus interesses e não na pluralidade de oportunidades e opções. O perfil das atrações, se ainda não foi alterado, está na mira e sob fogo cerrado. Censura é pouco para o que está em curso. Não existe como negar ou tapar o sol com a peneira, “o efeito imediato de um trator obscurantista vai passar pelo sistema”, pois essa é a proposta do ministro Paulo Guedes, o de depredar instituições, especialmente as que beneficiam as classes populares. Dizem que, as instituições do Sistema S vão incrementar as atividades de formação, deixando de lado as de cunho cultural, como shows e exposições, ou seja, o prejudicado principal será o SESC e seu cativo público, dentre o qual me incluo. Se não entenderam, eis aqui mais uma amostragem de como está se processando o desgoverno de Bolsonaro na crueldade para com tudo o que tínhamos de salutar, saudável e beneficiando parcela significativa da população. Das duas uma, ou o brasileiro vai se acostumar com algo dessa natureza daqui por diante ou vamos todos nos unir e botar pra correr o quanto antes esses destruindo o país. Não existem outras alternativas. Não é somente as atividades culturais a definhar com Bolsonaro, é o país num todo.
OBS.: Escrito mafuento baseado no artigo "O trator obscurantista", de Jotabê Medeiros, Carta Capital 1074, 02/10/2019.
OUTRAS COISAS (no fundo, as mesmíssimas coisas)
ONDE É ISSO? AQUI É QUE NÃO É, MAS AQUI TAMBÉM NÃO OCORRE O TAL "CAPITALISMO DE DESASTRE"? Para os cinéfilos, poderia muito bem se passar em Gotham City, após o Coringa infestar a metrópole de mascarados e esses investir contra todos os poderosos de plantão. Não é. No Brasil de 2013 isso aconteceu por diversas vezes, com o povão nas ruas, meio desorientado e investindo contra algo que poucos manifestantes conseguem identificar qual era mesmo o alvo. Não é. No Brasil de hoje, nem pensar, tudo calmo, um tanto indiferente. A foto é do Equador, onde o povo está investindo contra tudo e todos, podendo até o movimento tomar proporções revolucionárias, abalando não as estruturas, como os alicerces e a própria estabilidade de um desGoverno que, foi eleito para dar prosseguimento ao anterior, não o fez e ainda por cima, trai e renega os avanços do passado. Por falar em traição, o daqui da terra tupiniquim, a votação do Bozo foi para atuar diferente, preencher o vácuo de insatisfação de uma classe desprestigiada, desguarnecida e cada vez mais ignorada, mas descaradamente atua cravando-lhe a estaca. A pobreza aumenta, a miserabilidade bate às portas do país e nem isso, por enquanto (toc toc toc), faz com que o povo saia às ruas e exija o seu quinhão do bolo, ou ao menos a parte que lhe é de direito. Por enquanto o vizinho Equador nos dá exemplos ao estilo de Gotham City e como essas imagens aparecem por segundos na mídia massiva, a que o povo assiste e se informa, nada quase sabe do que rola na casa do vizinho parede meia e, assim sendo, continua sua sina ao estilo manada, vivendo como gado, ruminando suas dificuldades, mas sem poder de reação. Ah, se o espírito equatoriano chegasse por aqui!!!
A TUNDA QUE O BOLSONARO LEVOU EM PORTUGAL
Bolsonaristas residentes em Portugal usam a imagem do presidente brasileiro para tentar alavancar votos, mas tomam na tarraqueta, pois o candidato pregando o ódio, preconceito e o atraso obtém meros 0,3% dos votos, ou seja, o discurso xumbrega só cola mesmo aqui entre os descerebrados. Em Portugal, o socialismo à moda deles venceu de lavada e o país viceja num mar de progresso e esperança, algo bem diferente daqui.
MAS NÃO ERA O COMUNISMO QUE TE TIRAVA A CASA PRÓPRIA?
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