sábado, 30 de novembro de 2019

CENA BAURUENSE (194)


DE DEZ EM DEZ, MOSTRO ALGO BAURUENSE, SEGUNDO MINHA VISÃO E PERCEPÇÃO
01. Na rua Presidente Kennedy, três quadras acima do Teatro Municipal, um oásis de resistência, o Clube Arapongas, 50 anos de existência, reduto de adoradores da bola pesada, a bocha, numa quadra sendo quase sufocado por um gigante querendo tomar conta de todos os espaços, uma famosa igreja evangélica neopentecostal: Resistir é preciso, seus fiéis frequentadores seguem o lema.
02. Uma delícia ser considerado "força viva" destas plagas e ter seu nome eternizado em várias placas espalhadas pela cidade, como Moussa Tobias, eminência parda de período político e aqui devidamente homenageado no aeroporto Bauru/Arealva, dentre tantos outros lugares, enquanto lideranças populares amargam o eterno ostracismo.
03. Do lado de fora de condomínio fechado nos Altos da Cidade, num pequeno espaço reservado para o lixo dos de dentro, eis que a arte floresce e se mostra viva, aqui representada pelo inconfundível traço do artista Fino, Marques Mateus Pinheiro.
04. Das lindas casinhas de rua na alameda Octávio Pinheiro Brisola, portão de entrada do Aeroclube, essa da Viviane Mendes se destaca pelo esmero, visual onde o verde e a criatividade tomam conta de todos os espaços.
05. Bem ali pertinho do Bauru Shopping, o bunker central da cobradora Paschoalotto, lugar onde dizem trabalham aproximadamente mil pessoas e na frente do prédio um jardim com placas indicativas de proibição para ali proceder alimentação ("Proibido se alimentar no local"), sem se importar com os que comem sentados na sarjeta das calçadas.
06. Na galeria (ou seria festival?) das portas fechadas, essa é mais uma de doer. Atrás desse ponto de ônibus na avenida Rodrigues Alves, funcionou por décadas o Frutal Lima, ponto de lanche no centro da cidade, hoje só saudades.
07. Após 33 anos de atividades etílicas botequeiras, o Makalé Bar, nos altos da rua Gerson França, oficializa e comunica ontem o melancólico fechamento de suas portas, outrora pujante, quando por lá se podia fazer shows de MPB com artistas locais.
08. Um portentoso e bem feito despacho defronte uma agência do Banco do Brasil, centro da cidade, em flash de Silvio Selva, ilustra um algo a mais das calçadas.
09. Os vermelhos da ONG Arca da Fé, dita como protetora de animais de rua se dirigindo em bando para o centro da cidade, no intuito arrecadar fundos, em procedimento antes feito somente nos sinais de trânsito, hoje espalhados por todo lugar.
10. Seu Adelino Silvestre, funileiro da velha guarda, na porta de sua oficina, após momentos depressivos, dando a volta por cima e sacudindo a roseira, tocando a vida adiante e reunindo não só clientes, mas dileta legião de amigos na rua Rio Grande do Norte, vila Cardia, seu reduto diário não só de serviço, mas de contação e revival de histórias de antanho: iluminado lugar.

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