terça-feira, 19 de novembro de 2019

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (132)


JUNTADA DE TERÇA - DE TUDO UM POUCO


1.) EU CONHEÇO UM BAITA ARTISTA E ME CONSIDERO SEU AMIGO
A gente conhece mesmo as pessoas após alguns encontros. Nem sempre na primeira vez, mas após algumas trombadas já dá para saber de que lado está, que time torce e pra que lado seu apito funciona. Tempos atrás me apresentaram o JORGE ZUGLIANI e me disseram de cara ser ele bom de traço, desenhista dos mais maneiros. Como desde sempre muito me interesso por quem é artista do traço, fiquei curioso. Disseram que ele já tinha feito alguns HQs e o interesse cresceu. Um dia ele apareceu em casa, papeamos um pouco e fiquei de ver de perto o seu trabalho. Vi, me encantei e na semana passada, ambos nos reencontramos em BH.

Ele me fez um grande favor por esses dias e hoje, ao revê-lo na Unesp, compro seu livro, “A luta contra Canudos” e o encantamento de um traço limpo, belo e com uma pegada que me parecia ser de alguém já no exercício do ofício há décadas. Nada disso, pois ele é bem novo, acabou de se formar ainda outro dia em design, já está para concluir o mestrado e apronta muito por aí, desenhando tudo o que vê pela frente, com ideias fantásticas, auxiliado por roteiristas dos mais maneiros. A história do seu livro não é a conhecida de Canudos e sim, uma que não foi contada, partindo de referências históricas, mas fugindo do que sabemos do ocorrido. Ele viajou bonito e estraçalhou no resultado. Acabei ganhando de presente outro livro seu, o “Pedra, Papel ou Tesoura” e aquela história enchendo de curiosidade quem a pega na mão: “Zeta é um entregador de pizza comum, desses que correm pra cima e pra baixo em qualquer grande cidade. Até que um erro em entrega muda sua vida para sempre”. Jorge regaça nessa história e desde que a peguei, não tive coragem de parar de ler enquanto não a terminei. Deixei até compromissos já assumidos de lado. O mesmo ocorreu com outro presente, um zine de sua lavra coletiva, o “Zine Royale nº 4 – Edición Latinoamerica”, formatinho de bolso e apetitoso como bem gosta um velho safado como eu. O traço dele é pra lá de bom, excelente e só agora caiu a ficha: eu sou amigo de um baita artista, desses que vai ganhar o mundo em instantes e se não ganhou até agora foi por mero descuido dos que deveriam estar atentos do lado de lá. Questão de tempo, pouco tempo. Portanto, devo aproveitar ao máximo a amizade, pois ele não deve permanecer muito tempo por aqui e bater asas pra bem longe é algo que deve estar acontecendo logo que ele dobre a esquina. Enfim, o Jorge é de Jaú, fica nesse vai e vem quase todo dia até Bauru, dá aulas na Unesp, bolsista para terminar seu mestrado e com bicos e trabalhos variados pela aí. Falando Jorge podem pensar tratar-se de uma pessoa comum, mas escrevendo no google JOZZ, se você nada sabe dele, procure se informar, pois nada como ser amigo de alguém que está com o sucesso batendo nas suas portas assim num vapt-vupt. O JOZZ é um modesto cidadão, vive se escondendo atrás de uma barba mal cuidada e quem não o conhece, nem imagina que por detrás tem uma baita de um sujeito, grandão até não mais poder. Viajem como fiz pelo www.jozz.com.br e depois me contem se tenho ou não razão de rasgar elogios pro gajo.

2.) MILITARES CEGANDO O POVO CHILENO
Quando o militar cumpre ordem cegamente, na maioria das vezes sem questionar, diante de um país em estado de revolta, comete atrocidades. O que acontece nesse momento no Chile é de uma infinda atrocidade. Cegam manifestantes. Pessoas reivindicando um país melhor para todos e militares recebendo orientação superior para atacar a região dos olhos e assim produzir baixas na população irada contra um governo despótico. Algo revoltante, repugnante, a demonstrar a insensatez de alguns atos. Tempos de muita insanidade.
Querem nos tirar os olhos porque sabem que já os abrimos."
Lá estão tirando os olhos, por aqui, ao longo de décadas a grande mídia, cumprindo com o seu papel na parte que lhe é incumbida, retiraram os neurônios de cerca de cinquenta e sete milhões. Isto sem falar dos isentões!

3.)
PROJETO RUAR EM BH (07) - LUGAR COM A CARA DO MOVIMENTO "CLUBE DA ESQUINA"
Para fechar a tampa do caixão e dar reínicio as atividades que me esperam desde sempre do lado de cá do mundo, escrevo meu último (será?) textículo (sic) das andanças pelos lados das Minas GeraEs, melhor, só em BH. Não poderia deixar de conhecer e dar com os costados em algo lembrando o Clube da Esquina, aquele magistral movimento que nos aproximou dos mineiros bons de música. Ana Bia Andrade pesquisou tudo e encontrou o lugar ideal, um bar que se apresenta também como museu e lá tudo sobre esses intrépidos caras a revolucionar a cabeça de tantos e tantos, dentre os quais me incluo com a devida galhardia.

O bar está localizado a poucos metros de onde a turma toda se encontrava, pouco menos de 50m da casa de Lô Borges, o ponto nevrálgico dos embalos. Um casarão todo recheado de belas recordações, espalhadas pelas paredes, em fotos deles todos quando ainda jovens e cheios de gás, com cartazes, lembranças, livros e montagens formando imensos posteres, cliando um clima dos mais agradáveis. Naquela noite quem tocada era um músico mineiro, engenheiro de profissão e músico por osmose, cachaça pela qual não consegue se desfazer, Vagner Vasques, relembrando para deleite dos presentes, todos os clássicos, cantados em coro pela turba ensandecida (creio ter exagerado no tom). Todos adentraram no clima do lugar e desta forma puderam viajar sem tirar os pés do chão. Andar pelo espaço foi fazer a mente voltar no tempo e no espaço, esquecer bocadinho das agruras do presentes, algo momentâneo e assim, dentro da propositura do lugar, se fazer mineiros. Éramos todos mineiros, pelo menos por alguns instantes.

As histórias mesmo só são desvendadas por quem lá já esteve, pois em cada conversa algo de cada um dos artífeces do Clube da Esquina, revivida pela boa música, comidinha feita no ponto, sem arroubos no preço e tudo conspirando para que o tempo ali passado tivesse algo de um prazer inenarrável. Melo a cueca fácil nesses lugares e volto de lá, um bairro boêmio, talvez o mais deles em BH, Santa Teresa, revigorado. Casinhas muito simples, entrecortada por bares, alguns bem simples, mas todos com bom público, cadeiras cativas em botar o bloco na rua e nas beiradas de calçadas ir tocando a vida ao seus modos e jeitos. Mineiro sabe prosear como nunca e nada como, ao final da noite, no retorno para o lugar que nos abrigava, ter o prazer em se deparar com um motorista de Uber com conhecimento acumulado sobre andanças pelo bairro, nos fazer um relato de como tudo rola pelo lugar, esquina por esquina, até parando em algumas delas, para declarar mais detalhes. Ganhamos a noite estando no lugar e depois nos conhecimentos adquiridos pela boca de quem de fato conhece o lugar. Que mais podíamos querer? Esquinamos um pouco e assim teremos todos, eternas lembranças de algo que não passará nunca de nossas vidas, a boa música nascida ali naquele brejeiro lugar.

4.) CRESCIMENTO DO NAZISMO NO PAÍS TEM TUDO A VER COM BOLSONARO
https://www.pragmatismopolitico.com.br/…/grupos-neonazistas…
Num Governo decente, respeitando leis e a dita democracia, não seria permitido a louvação ao nazismo, nem a atnata coisa sendo hoje permitida nesse país. Bolsonaro e seu desGoverno tem sim toda a culpa dessa avalanche de gente botando as manguinhas pra fora. Um tem a cara do outro, um é miliano e age nas rebarbas da lei, ultraja tudo o que seja bom senso e respeito às leis vigentes, fazendo questão de passar por cima dela, colocando o seu interesse pessoal acima de tudo. Vivemos tempos perigosos, onde o desrespeito de agora pode tomar conta de tudo, desde que a reação não seja contundente para coibir o avanço de movimentos criminosos.

5.) PARA QUEM NÃO LEU, FICA A DICA, "LETRA PRETA", DE YASMIN SANTOS, PIAUÍ OUTUBRO 2019
https://piaui.folha.uol.com.br/materia/letra-preta/
"A vivência dela é o ponto inicial para uma investigação sobre os números e as experiências de pessoas negras nas redações da imprensa brasileira. Brancos também precisam ler, aprender sobre racismo e, principalmente, reconhecer que branco é uma cor. Parece óbvio, mas não é. (...) Vejo que eu e mais pessoas brancas precisamos ver e nos incomodar. Branca que sou, parei muito pouco na vida para ler sobre racismo e, esse é o problema".
Sem mais comentários. Uma leitura pra lá de interessante, instigante e provocante.

6.) UMA CURTA HISTÓRIA
Quando me falta inspiração para escrever, recorro desavergonhadamente a Fausto Wolff. Ele me socorre, como agora em texto de um dos seu melhores livros, o "A milésima segunda noite", só com pequenas historinhas, como essa, singela e doce, como um soco no estômago. Como gostaria de possuir o dom de escrever desse modo e jeito.

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