quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

CENA BAURUENSE (196)


DE DEZ EM DEZ, CENAS INSÓLITAS DESTA CIDADE, DITA E VISTA COMO "SEM LIMITES"

01. Diante do Teatro Municipal, num vão, espaço reduzido, alguém ali se instalou e fez do lugar sua morada.
02. Recado de final de ano do Barba, o dono do bar junto da feira do Rolo, para aqueles atravancando seu pequeno negócio e o impedindo de conseguir ir pagando suas contas, até de manter o estabelecimento de portas abertas.
03. Um mero detalhe de algo rolando na praça central bauruense, a Rui Barbosa, cheia de nuances e personagens construídos na vivência do seu dia-a-dia.
04. Nelson de Souza, digno representante das ruas bauruenses e dos seus tipos populares, aqui em andanças tempos atrás, ele e sua inseparável bicicleta pela feira dominical.
05. Próximo ao palco do anfiteatro na Escola Estadual Ernesto Monte, Praça das Cerejeiras, piano necessitando de reparos e não mais utilizado. O que terá sido feito dele?
06. Crianças batendo bola debaixo do linhão elétrico da antiga CESP, no Núcleo Residencial Gasparini.
07. Estreita ciclovia na beirada do rio Bauru, para ser utilizada com o máximo de cuidados, pois num leve deslize ou esbarrão de algum veículo, o destino será ser tragado para dentro de suas águas.
08. Famoso hotel na avenida Nações Unidas, Obeid Plaza, reduto hoje de muitos aposentados de origem árabe, residindo em seus quartos, com muito mais comodidade do que manterem casa própria e suas despesas.
09. Trabalho sendo montado interior Museu Ferroviário revivendo gravuras indígenas dos primórdios destes, ressaltando sua importância para história bauruense.
10. Duval, o homem da batata itinerante, a leva para diferentes lugares nesta cidade, trailer pra lá e para cá e nesse momento ele novamente dentro do estádio Alfredo de Castilho nos dias jogos do Noroeste.

EU NO MEIO DE CINCO MIL VERMELHOS
Foi na noite de ontem lá pelos lados dos altos da vila Falcão, mais exatamente na vila Pacífico, muito conhecida por ali estar cravado o estádio Alfredo de Castilho, o do time desta aldeia, o centenário Esporte Clube Noroeste, levantado pela força ferroviária que um dia foi incomensurável por essas plagas. Ele ainda move muito os corações vermelhos dos bauruenses e isto ficou mais uma vez comprovado quando mais de cinco mil pessoas ontem lá estiveram para presenciar o derby regional, agora pela série AIII do Paulistão, Noroeste x Marília. No futebol, existe uma rivalidade em curso, mantida até pelo bem do negócio futebol, que pelo que se sabe necessita desse apimentamento para ir tocando o seu barco. No capítulo de ontem deu Noroeste, 1 x 0 sobre o visitante, jogo sem grande arroubos de lado a lado, clima ameno no campo e nas arquibancadas, do jeito que devem ser as coisas no futebol. Ganhou quem mais se apresentou para o jogo e com um gol logo no começo, menos de dez minutos de jogo, no mais, um mundo de oportunidades perdidas, com bola na trave, pênalti desperdiçado e algumas outras saindo raspando os travessões. Emocionante a galera nas arquibancadas, praticamente lotadas, com o maior público dos últimos tempos. E olha que bem no comecinho do jogo armou um temporal assustando a todos, pois o sinal lá de cima é de aguaceiro sem dó, mas o ventinho se instalou e levou tudo para longe, ficando por ali só um arroubo de chuva, para felicidade geral de todos os vermelhinhos presentes. E quem comprou capas, vendidas a R$ 10 reais a unidades, a enrolou e guardou nos bolsos.
Eu, pres. do PT Bauru Cláudio Lago e advogado Gilberto Truijo.
Na confusão do prenúncio da chuva, casa cheia, desses dias que o sujeito senta e não pode nem levantar, pois perde o lugar e depois tem que ficar em pé, o negócio foi se aquietar num lugar fixo, tirar poucas fotos e no máximo rever alguns conhecidos antes e no intervalo da contenda. No intervalo, prolongado pouco mais por causa de um refletor que insistiu em dar problema, muita conversa quando se constatou ter sido ontem o dia da alegria dos que ali estiveram para revender alguma coisa, pois as filas eram imensas e pouca coisa sobrou para além do segundo tempo. O senhor do amendoim enroladinho em canudos de papel, torrado ou em forma de paçoca, estava com seu carrinho lacrado antes do intervalo, pois mesmo trazendo mais estoque, tudo se foi. Foi alegria para esses e todos a presenciar a segunda vitória consecutiva, também segunda rodada. Vicente, o sorveteiro um desses, pois circulava, conversador como sempre foi e nas abordagens sua resposta era só uma: "Acabou tudo". O bando de vermelhos noroestinos ontem estiveram em alta consideração, com previsão de ferver o estádio nas próximas apresentações, pois vejo a maioria apostando fichas no trabalho do Luiz Carlos Martins, o escolado técnico, cria da terra, matreiro na arte do futebol interiorano, conseguindo montar um time desses ciente dos caminhos pela frente. Com os pés no chão, a massa vermelha vai se fortalecer e neste ano (toc toc toc), creio o acesso para a AII está despontando como luz no final do túnel. Eu, no meio da balburdia estabelecida e constituída nos dias de jogo, matuto muito sobre isso deste povo se juntar para tanta coisa, festeiro e ativo com suas preferências, quando se transforma num ser inquebrantável, quase indestrutível, mas na hora de lutar por seus direitos, fica manso, aceita tudo. Ah, se esses soubessem da força de que são possuidores! Viva o Noroeste, um vermelho ainda possível e sem contestações pelas ruas desta terra dita e vista como "sem limites"!
OBS.: caro Reynaldo Grillo, este texto é dedicado a ti. Ontem vc me pediu um escrito caprichado sobre o jogo do nosso time do coração e muitas fotos. O escrito eu tentei, mas nas fotos fico devendo. Choveu, molhou a câmera, desfoquei os registros, arrumei até um saco plástico para protegê-la e ao final, fui me lembrar de ter esquecido de fazer os devidos e solicitados registros fotográficos. E como trombei com muita gente conhecida, cabeça dura, tive que acabar deixando as fotos pra outro dia. Você também chegará aos 60...

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