terça-feira, 14 de janeiro de 2020

COMENDO PELAS BEIRADAS (82)


A IDEIA DE ESCREVINHAR PELAS REDES SOCIAIS COM LINHA VOLTADA PARA INTERESSES SOCIAIS, DOS TRABALHADORES E MENOS FAVORECIDOS
Muitos já tentaram fazer isso em Bauru e a duração do que fizeram foi curta, infelizmente. O PARTICIPI, quando montado tinha essa perspectiva, olhos voltados para esses tanto necessitando de uma mídia alternativa, uma relatando de fato o que ocorria, sem os interesses da massiva, a que possui um lado, o do patrão, o das leis do mercado. Durou pouco e a tentativa de cooptar os que atuam nessa linha sempre continuará existindo. Alguns se deixam levar, outros são mais resistentes, persistentes. Hoje quem está cumprindo esse papel na cidade é o JORNAL DOIS, produção independente e buscando desenvolver temas sensíveis na sociedade, os das rebarbas deste mundo, abrangendo abordagens com esses tantos injustiçados. Em cada novo post percebo o quanto isso se torna mais difícil, primeiro porque ninguém consegue viver de brisa, de vento. Todos temos contas para pagar e quando o bicho pega, a ideologia ou vai pra cucuia ou o projeto é adiado, sempre à espera de melhor oportunidade. Daí, em cada novo post desses abnegados e intrépidos jornalistas, eu os leio com devoção, pois sei da luta que é continuar na lida, apesar de todas as adversidades. Fora eles, existem essa legião de hoje valorosos escrevinhadores libertários espalhados pelas redes sociais. Mesmo desagrupados e dispersos, cada um ao seu modo e jeito bota o bloco na rua, produz algo merecendo ser lido, discutido, boas reflexões, encaminhamentos para um pensamento coletivo em busca de dias melhores. Eu me coloco nesse rol.

A História de Bauru, assim como a da imensa maioria das cidades e mesmo a deste país foi contada e nos repassada segundo a visão do vencedores, que não foram os trabalhadores e movimentos sociais, esses em constante luta pela conquista do que lhe é de direito. Vejo tantos (as) publicando valorosos textos por essa via e meio internético, algo sendo espalhado com o vento, mas se perdendo com o tempo, pois no facebook nada é fixado e localizado com facilidade após alguns dias. Eis o motivo de manter o blog do Mafuá do HPA, esse desde 2007, com pelo menos um texto dia, pois ali desovo meus escritos pessoas, desconectados e sem ordem, mas alguns, creio eu, de grande valia, pois ajudam a contar essa história da aldeia onde vivo e dos personagens nela inseridos, principalmente os do Lado B, os que me interessam e me movem. Hoje pela manhã, Assim sem querer, como ainda acontecem a maioria das leituras pela internet, surge diante dos olhos um texto de historiador carioca e nele uma lapidar frase: "Como pensar a cidade sem a tola soberba histórica, trocando a naftalina narrativa dos tempos idos por visões provocativas, complexas e férteis", Luiz Antonio Simas. Esse mesmo, o Simas, tempos atrás designou algo feito por ele, incorporado por mim e tantos outros. Enfim, somos os HISTORIADORES DAS INSIGNIFICÂNCIAS. Esse termo me fascinou e creio, mesmo apaixonado por ele, ainda não consegui coloca-lo em prática com o devido afinco.

Quando o Aurélio, Roque, Selva, Dalva, Gilberto,Tauan, Ricardo, Lago, Cecília escrevem algo significativo, quero tanto segurar isso comigo e poder localizar depois, mas na maioria das vezes tudo se perde. Como poderíamos fazer para ter isso tudo centralizado e disponível, talvez por temas? Eu lá no blog quando quero saber o que escrevi sobre, por exemplo, “Ferrovia em Bauru”, clico na linha de informação e tudo o que já escrevi aparece diante dos meus olhos em instantes. No facebook tudo se esvai em questão de dias. Adoraria criar um mecanismo para ir juntando os bons escritos e se possível selecionar por temas, para quando necessitar, ter facilitado a localização. Hoje pela manhã quem se comunica comigo foi o Lucas Mendes, do Jornal Dois com algo alvissareiro: “Henrique, nós do Jornal Dois vamos iniciar uma grande campanha este ano para profissionalizar o jornal e alguns repórteres de forma que possamos nos dedicar integralmente e exclusivamente ao jornal. Estamos correndo atrás disso, porque se não nos profissionalizarmos, a tendência é ficar na mesmice e infelizmente o jornal acabar”. Viabilizar projetos como o do Jornal Dois é buscar a credibilidade que falta para o jornalismo como praticado hoje, diante da decadência e descrédito porque passa a mídia massiva. Quero estar com eles, apoiar, incentivar e dar minha contribuição, pois sem eles estaremos nas mãos de uma mídia cada vez mais focada em seus próprios interesses. Aí entra em ação os tantos HISTORIADORES DE INSIGNIFICÂNCIAS, os que retratam o dia a dia com o olhar voltado para os interesses das massas. É isso que me move.
O velho mafuento faz de tudo e mais um pouco para continuar na ativa.

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