quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

DIÁRIO DE CUBA (117)


TROFÉU INSENSATEZ CARNAVALESCA
Com o final do Carnaval, chegado o momento das premiações. Campeões são revelados. Esse da Insensatez vai sem concorrência e necessidade de eleição para o diretor da rádio Jovem Pan Bauru, ops, digo, Velha Klan, Alexandre Pittolli, pois o mesmo tenta se mostrar favorável ao Carnaval, mas na verdade faz o jogo do conservadorismo mais retrógrado deste país, o apostando todas suas fichas num país sem festas populares, dizendo somente amém para o avanço disso tudo degraçando com o país. Explico. Ele, que não aparece no Sambódromo e em locais onde esteja rolando algo relacionado com o Carnaval, pois além de rejeitado, terá que se explicar dos motivos de saber exatamente o que está em curso e mesmo assim se posicionar ao lado da insensatez, emburrecimento de mentes. Rejeitado por parcela significativa de jornalistas, atua praticamente isolado, pois produz ataques ao estilo metralhadora giratória, merecendo de todos o escárnio, ou seja, nem circular nos meios de sua área de atuação consegue mais. Junto isso com o que apóia, hoje a rádio fazendo uma declarada, explícita e falaciosa campanha para o vereador Meira em futura candidatura para prefeito, um declaradamente apostando todas suas fichas em leis, projetos e atuação contrária aos interesses populares, um desses, não só a destinação de dinheiro público para engrandecer a festa, mas a própria realização da festa carnavalesca. E por que o Troféu Insensatez Carnavalesca? Ele, que já detém uma espécie de Hours Concurs do Prêmio Desatenção, premiação do bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto, leva mais essa, pelo conjunto e continuidade da obra. Lobo em pele de cordeiro, se diz defensor do povo, mas age na contramão desses interesses, pois é pessoa ciente de como se dá a divisão de valores, as importâncias destinadas para cada Secretaria dentro de uma administração pública, mas assim mesmo insiste em continuar pregando contra a pequena verba destinada para a Cultura no Carnaval e sua utilização em outras instâncias, algo incompreensível para quem conhece os tramites legais públicos.
Ele é mais que que ciente que esse valor de ajuda ao Carnaval, fonte de imenso retorno para a cidade, terá ínfimo significativo no restauro da cidade, pois para isso existem as fontes já definidas para essa finalidade. Sabe como tudo isso se dá no intestino da esfera pública, mas como aposta suas fichas num candidato pregando a favor do conservadorismo, continua tentando incutir na mente dos incautos o que sabe não ser possível, nem plausível, muito menos legal. Se seus colegas de trabalho já o rejeitam quase na unanimidade, falta só os ouvintes abrirem os olhos e enxergarem que o trabalho na rádio possui um lado, feito para atender interesses bem definidos, nunca os desse povo. A ficha dos ainda iludidos um dia vai cair, tomara seja muito em breve. Não há mentira que perdure para sempre...

O TEXTO QUE GOSTARIA DE TER ESCRITO, MAS SÓ MESMO QUEM VIVENCIOU O PROBLEMA POR DENTRO DA MÁQUINA PODERIA FAZÊ-LO:
"Ninguém é obrigado a gostar ou participar do Carnaval. Tem gente boa que procede dessa forma. Por outro lado, quem MILITA CONTRA O CARNAVAL, em 100% DOS CASOS, é gente detestável, canalha e imbecil. É gente recalcada, que não tolera o prazer alheio. No Brasil, isso é pior. Quem milita contra o Carnaval tenta impedir de acontecer um dos raros momentos em que o pobre é protagonista. No Carnaval de 2010, estive de plantão pelo Jornal da Cidade de Bauru, na retomada dos desfiles no Sambódromo. Fazia 8 anos que a festa não era realizada na avenida e havia um grande ressentimento do povão com aquela situação, até porque a cidade tinha tradição com as escolas de samba. A retomada deu-se meio que no improviso (tanto na estrutura física do Sambódromo quanto nas próprias escolas), mas com muita força de vontade. Uma das escolas que desfilaram na primeira noite foi a Azulão do Morro, do Jaraguá.
Nem sei se a escola ainda desfila, mas seus integrantes fizeram um esforço imenso para ressuscitar o Carnaval de Bauru. Além de desfilar na avenida, no dia seguinte, os membros da escola fizeram uma festa nas ruas do Parque Jaraguá, para o povão da Zona Noroeste de Bauru. Esse povo sofrido, que muitas vezes não tem acesso aos serviços básicos, que o Estado deveria oferecer. Aquele era o Carnaval que tínhamos para cobrir. Aquele foi o Carnaval que pudemos narrar em nossas reportagens. No dia seguinte, um sujeito que se dizia advogado mandou um e-mail para a redação, furioso. Além de enviar para a chefia, encaminhou também aos proletários da notícia, inclusive eu. O sujeito estava possesso pelo espaço imenso que o jornal havia dado aos desfiles. Ele vociferava todos esses preconceitos que os conservadores de araque bradam contra qualquer festa popular. Mas ele demonstrava um ressentimento especial em relação à Azulão do Morro. Ele não entendia a razão de termos dado tanto espaço a uma das únicas escolas que se dispuseram a fazer carros alegóricos, fantasias e compor samba-enredo para desfilar naquele ano. O sangue subiu, desceu e subiu de novo. Como eu havia sido provocado, respondi em meu nome. Queria ter acesso ao texto exato do e-mail da resposta, mas não tenho mais, porque era uma conta corporativa. Em todo caso, vou resumir. Agradeci pelo contato. Expliquei que a situação valia a cobertura, já que dezenas que milhares de pessoas haviam ido ao Sambódromo prestigiar o esforço dos sambistas. Mas, então, disse que estranhava nunca ter recebido e-mail do advogado nas centenas de vezes, ao longo do ano, em que noticiamos sobre o Jaraguá. Lembrei que, na quase totalidade dos casos, as menções eram relacionadas a miséria, violência e outras mazelas sociais. E observei que ele apenas achou de reclamar no dia em que moradores negros, daquele bairro pobre da periferia, viraram protagonistas por uma coisa positiva. Viraram reis, numa cidade que, muitas vezes, não os reconhece como cidadãos. É revoltante pensar que aquele advogado recalcado queria tomar até aquela glória efêmera que o homem e a mulher do povo podem sentir numa festa que é de todos - e, por isso mesmo, é tão perseguida. Então, fica a conclusão deste texto longo: Deixa o povo sambar. Deixa o povo gozar. Deixa o povo ser feliz. Deixa o povo ser protagonista deste país. Um viva ao Azulão, que, na verdade, é todo o povo perseguido e humilhado deste país!", jornalista Rodrigo Ferrari, nascido em Iacanga, já tendo atuado no bauruense Jornal da Cidade e hoje atuando pelos lados de Catanduva.

AMARFANHADO PAPEL NO MEU BOLSO E O JORNAL DOIS
Revendo o que juntei nos bolsos na festa carnavalesca, eis esse papel, dodrado, amassado, amarfanhado até não mais poder, porém guardado, pois percebi seu valor e finalidade desde o momento do recebimento. Trata-se de um pedido de socorro, como aqueles lançados ao mar numa garrafa e a espera de ser encontrado. O projeto e concepção do Jornal Dois em Bauru vai na contramão da mídia convencional, a massiva, feita para atender os interesses da mão única, caolha por opção. Esse pessoal do Jornal Dois navegam exatamente no contrário, pregando e praticando um jornalismo plural, para atender os reais interesses desses tando sendo ludibriados por uma mídia perversa, excludente e traquinas. No pequeno folder, impresso em copiadora, quase se apagando pela permanência no meu bolso, a clareza dos objetivos e da necessidade de contar com ajuda dos sensatos, dos ainda apostando suas fichas numa informação confiável, lúcida, atuando dentro da verdade dos fatos. A explicação está bem sintetizada, curta e grossa: ou defendemos a existência de algo assim os valorizando e ajundando a se firmarem ou eles fenecerão e voltaremos a ter informações somente pelas vias muito bem já conhecidas dos meios convencionais. Eu sempre gostei e muito do pessoal do Jornal Dois e os contatos estão explicitados no folheto, desde fones, como os virtuais. Vale a consciência de cada um, a prioridade para os próximos passos, o que queremos e teremos para se informar daqui por diante. Eu vou junto deles e aposto na linda proposta de jornalismo livre, independente e sem mentiras. O JORNAL DOIS precisa continuar existindo.

OBS. FINAL: Me utilizo do nome Diário de Cuba lá no alto, pois novamente, pela milionésima vez, um insensato comenta num dos textos de minha lavra, dos motivos pelos quais não vou pra Cuba. Cansado de explicar, peço passagem (podendo ser só de ida), mas na verdade, ele quer mesmo me provocar, não enxergando um palmo diante do nariz, justamente neste momento, quando o desGoverno brasileiro, após tentar preencher as vagas com médicos brasileiros para atuar nos grotões, pensa em trazer de volta os cubanos. E eles é que são os ruins? Viva Cuba!

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