quarta-feira, 15 de abril de 2020
MEMÓRIA ORAL (254)
MORENA ATÉ ENTÃO BRILHAVA NA PRAÇA RUI BARBOSA, MAS DAÍ CHEGOU O CORONAVÍRUS E EU JÁ NÃO SEI MAIS NADA*
*Uma longa explicação: Tenho por lema escrever e dar voz para os espoliados, tento ser intérprete dos marginalizados, indo aonde eles se encontram e dali, junto deles, contar algo, numa espécie de pacto com os considerados invisíveis. Não é tarefa das mais fáceis sair de um mundo e adentrar outro, estabelecer um pacto com os despossuídos, dando-lhes voz, quando muitos querem o oposto, deixa-los à margem, esquecidos, renegados e postergados, sem nenhum tipo de luz. Estabeleci cumplicidade com personagens subalternas, suburbanas, rueiras e as enxergo com muita ternura, simpatia, empatia com tudo o que resvale no submundo das cidades. “A rua geme, chia, chora, pede, esperneia, contrabandeia”, escreve meu mentor, o escritor João Antonio e o sigo, pegadas próximas. A matéria prima do que mais gosto de escrever vem daí, das vielas, becos, vicinais, quebradas, bares imundos, bancos de praças e o que está debaixo das marquises, mas sem transpor para o papel sendo eles os perdedores. Estava dias antes da pandemia se instalar de vez, trafegando pela praça Rui Barbosa e conhecendo aos poucos os seus personagens. Em alguns dias conheci vários, começando pela “Miss na Praça”, como designei uma, a Morena, após a ter fotografado na passagem do ano e agora, a vendo de longe me aproximei e ouvi parte de sua história. Quando lá, outros se aproximaram e ao me ver de prancheta nas mãos, anotando coisas, queriam também ser entrevistados e contar suas histórias. Não deu tempo, a pandemia chegou e fiquei apenas no começo de tudo. Vai o que tenho, levando sempre em conta que eu falo com essas pessoas, não em nome delas, tento transpor um pouco do que cada um tem dentro de si. Eu sou totalmente contra esse projeto de aniquilação da diferença. Eu não os represento, o que faço é apresentar essas pessoas. A vida, enfim, será sempre construída pelas próprias pessoas e eu sendo um mequetrefe intermediário já é mais do que grandioso o meu papel. Confesso, tô sentindo falta das conversas na praça. Tomara possa retomar e reencontrar todos por lá.
RODEANDO A MORENA, OU MELHOR, A MISS... A Morena é morena, fiquei sabendo disso quando a abordei uma semana antes de começar a quarentena do COVID-19. Saia do Banco do Brasil ali na praça Rui Barbosa e já a seguia com os olhos. Havia escrito em texto sobre ela: “A Miss Bauru está desfilando pela praça”. Ela me provocava, enfim, o que uma garota tão bonita faz num lugar como esse. Não só ela, mas muitos outros. Paro sempre nas idas e vindas na praça e fico a me perguntar, uma legião de gente ali gravitando. Querendo saber algo mais dessa história, criei coragem e me apresentei. Ela de início achou que pudesse ser mais um cliente, mas logo estávamos sentados num banco e conversando. Fui buscar a prancheta no carro e a partir daí, não só sua história desabrochou toda ali na minha frente, para minha surpresa não só a sua, como a de tantos outros (as), no início nos rodeando, querendo saber o que seria esse cara anotando a conversa. Eis a Morena da praça.
Morena de Oliveira Santos, também conhecida como Morena ou Índia, tem 22 anos e conta sua história, tudo fora da ordem, como são as coisas pelas ruas onde circula. “Fiquei presa um tempo em Pirajuí, no presídio feminino, por porte de droga. Quando me soltaram vim parar aqui na rodoviária. Vi, sem rumo certo, acabei ficando. Posei a primeira noite na rua. Conheci um moço e ele me disse que iria me levar para sua casa, mas sua casa era debaixo da marquise do Pires, ali perto do Boulevard. Fui chamada para fazer strip-tease no cinema ali na Araújo, fiz, ganhei R$ 200. Comecei a virar nos programas, mas sem lugar certo para dormir. Desde então, nunca mais voltei para Araraquara, minha cidade natal”, começa seu relato.
“Rodei bastante. Uma amiga lá do Santa Edwirges, a Márcia me convidou para passar uns dias em sua casa, de lá também fiquei no hotel da Mercedes, o Imperial, esse lá na praça Machado de Mello. Gostava, pois com diária de R$ 50 tinha café e um quarto limpo todo dia. Não dava para atender clientes, mas isso é fácil de resolver, lugar não falta. Sou isso que está vendo, vivo disso, mas não me peça pra fazer sem camisinha, não rola. Eu me gosto. Deixa eu continuar, depois casei, fui morar no Jaraguá. Acabou não dando certo, ele caiu e eu junto. Também fiquei um tempo no hotel América até conhecer esse anjo, a travesti Sabrina. Ele me conheceu aqui na praça, uma gostou da outra e me convidou pra ir morar com ela em sua casa, ali defronte o SESI. Um lugar comunitário, todas se cotizam e mantemos a casa”, vai me contando algo sobre essa sua passagem por Bauru.
Ela vai falando e eu a observando. Pergunto sobre o aparelho nos dentes e ela rindo me responde: “Eu me cuido. Esse aparelho eu tenho já faz oito anos. Volto regularmente ao dentista. Pago sempre, não vou no atendimento gratuito. Você não vai me encontrar desarruma aqui na praça. Eu volto ao cabeleireiro toda semana. Com a vida girando normal, compro roupa nova todo dia. Tenho um bom guarda roupa, hoje lindo por causa do abrigo que a Sabrina garante. Sou roubada de vez em quando, mas você está vendo minha luta, eu conquisto de novo, compro de novo. Compro, roubam, compro de novo em dobro e ainda mais caro. Aqui na praça eu não fico sem programa. Tem dia que ganho bem e tem dia que não ganho nada, mas um dia pelo outro, tiro bem. São seis meses de praça, desde que cheguei. Estou mais que familiarizada. Aqui existe de tudo, desde as meninas recalcadas, mas também as muito amigas. Tá cheio de parceiros aqui. Tem de 15 a 20 mulheres e umas cinco travestis”, conta enquanto somos rodeados pela Sabrina, que chega, senta e quer participar da conversa.
Sabrina é a travesti que lhe deu abrigo. Baixinha, corpo esbelto, roupas grudadas neles, falante e comunicativa. Não deu tempo de me relatar muita coisa de sua vida, mas pede para ser a próxima da lista. “Depois que terminar com a vida da Morena eu quero te contar a minha. Só para começar, eu tive sorte e isso foi ótimo, pois assim ajudo outras pessoas. Conheci um velho, ele me amava, moramos juntos e quando ficou doente, previa que poderia morrer, passou sua casa no meu nome. Ele morreu e hoje moramos na casa. Convidei amigas para morar comigo e assim, elas me ajudam, eu as ajudo e levamos a vida coletivamente, com um teto para nos abrigar. Lá não existe solidão”. Desfila na nossa frente, chama a atenção e pede para que tire também fotos dela, pois “sou tão esbelta quanto a Morena”. Nisso passa um rapaz, vê o grupo e se aproxima, assunta o que está acontecendo. Percebo que pode ser uma espécie de rede de proteção, um se escorando no outro, não deixando ninguém sacanear com o amigo. Boa praça e ao saber das minhas intenções, diz que quer também contar sua vida, mas só uma parte, pois tem "coisas" que não deve expor. Ganha um cigarro e vai prum outro banco ali próximo, não saindo mais de um espaço dentro de nossa linha de visão.
Morena quer falar sobre sua infância e me conta: “Eu sou grandona mesmo, tenho 1m76, sou do ano de 1997, 22 anos e na minha cidade já trabalhei em outras coisas. Aos 18 anos fui atendente em lanchonete, mais ou menos um ano. Ganhava uns R$ 1.200 reais mês, mas por ciúmes da dona perdi o emprego. Meu pai é borracheiro e cheguei a trabalhar com ele. Sei desmontar pneu, remontar, tudo. Fiquei uns seis meses trabalhando com ele. Ele tem 58 anos e minha mãe 53, tenho um irmão de 21, solteiro, trabalhando junto com meu pai. Essa minha família. Perdi minha virgindade aos 18 anos. Meu pai sempre foi muito rígido, bravo mesmo. Conheci uma amiga, ela fazia programas e me vendo ali na dureza, perguntou se não queria experimentar. Foram várias vezes e na insistência aceitei. Virei garota de programa. A virgindade perdi com o namorado. Depois comecei a viajar, Itatinga, Campinas, onde trabalhei na boate Eclipse, lá por seis meses, depois Limeira. Rodei um bocado”, me conta e Sabrina só observando, as vezes interrompendo, já querendo contar algo também de sua vida.
Ouço ambas, cada uma com algo de como chegaram aqui na praça de Bauru. Morena chega no momento de falar de seu filho: “Em Araraquara não tive contato com droga, pelo menos em casa. A primeira vez foi em Campinas, maconha, depois lança, acho que aos 19 anos. Meu pai nunca aceitou. Sempre que consumia era numa casa próxima, nunca em casa. Conheci o pai de minha filha numa casa em Cravinhos, uma tia mora lá. Ele é de Ribeirão Preto. Morei um mês com ele, depois foi preso, droga. Ele pergunta sempre pela filha, mas nas vezes que sai não quer saber dela. Contato com ele só pelo facebook e muito de vez em quando ele liga. Quem cuida da menina é sua mãe, minha sogra, eles tem a guarda da menina. Não tem como eu ver, vivo na estrada. Já fui presa em Ribeirão Preto e depois em Bebedouro, sempre por causa de drogas, diziam que era tráfico e também num presídio em Guariba. Só depois vim parar no de Pirajuí, onde fiquei uns dois meses e depois de solta, estou aqui em Bauru. Fui solta por ser mãe, estou em cárcere assistida, acho que não tem condenação, eu tenho que prestar depoimento sempre”, seu relato.
A história ainda estava pela metade, queria juntar as coisas, estabelecer relações e ficamos de fazer isso ali na praça em dias posteriores. Passou seu endereço, mas me disse, ”venha aqui na praça, é melhor. Eu estou sempre por aqui por volta das dez horas, almoço ali no Bom Prato e vai me ver sentada aqui”. Sempre a via, cada dia com uma roupa diferente, sempre muito chamativa e com as pernas de fora. Ainda deu tempo de presenciar um rapaz, do tipo desses que sai do serviço, com a mochila nas costas, roedia o grupo, ela levanta e vai conversar com ele. Na volta diz: “Ele já me conhece. Vai esperar um pouco. Se quer vai esperar. Vou acabar primeiro a história para ti”. Pergunto aonde vai quando aparece gente aqui a pé. Ela: “Tem muito hotel barato, vários, a gente anda um pouco e chegamos nele. Eu vou na frente, eles vem atrás de mim”. Quero saber mais sobre como se dá as abordagens na praça: “Assim como você viu. Ele nos rodeiam e já sei que estão interessados. Sorrio e vou de encontro, acabo logo com a timidez. Eu procuro não sentar no meio da praça e sim nas laterais, pois assim vejo os que passam de carro, olham e me chamam com as mãos. Já sai com médico, engenheiro, empresário e também muito trabalhador, todos pagando. Não sou mulher de sair de graça. Pra ser de graça tenho que gostar e isso não é de uma hora pra outra”.
Levanto do banco, Sabrina nos rodeia e desfila na nossa frente, como a dizer, “e eu?”. Prometo voltar, pois enquanto ali permaneci, vieram mais umas três pessoas, fora as que elas me apontavam e diziam: “Aquela vai dar uma boa história, tem cada coisa, outro dia desfilou quase nua aqui na praça”. Conhecem cada roda, cada grupo e até os policiais. Procuram se manter afastadas, sem causar problemas. “Eles sabem, o que fazemos não existe só aqui, mas em vários lugares aqui no centro. Eles na deles, fazendo o serviço deles e nós no nosso. Não causamos problemas para a polícia”. Quando me despeço, o sol já está de pondo e elas me confirmam ficarem por ali até umas 19h, pois “depois vira bagunça”. Aquilo tudo, anotando aos trambolhões se mistura na minha cabeça. A ideia é juntar várias histórias, primeiro da praça, pois vários ali estão dispostos a fazer relatos, algo sobre as entranhas pouco conhecidas de Bauru. Isso me instiga, saio prometendo voltar, dentro de minhas possibilidades, buscando tempo para tanto, mas essa foi a única e última.
Dias depois veio a quarentena, me isolei, aquietei o facho e o que consegui foi apenas o começo de um imenso novelo, que espero um dia poder retomar e desenrolar a contento. Relatos sem querer impor nada, questionar nada, querer impor conceitos, mas apenas ouvir relatos de vida. Gostei das meninas e dos meninos, todos sem rumo (ou em busca de um), eira nem beira, perdidos dentro dessa imensidão.
OBS final: Esse texto foi inicialmente transcrito aqui até para não me esquecer do que ainda está morno da mente e será passado como texto, melhorado e ampliado, para revista de circulação nacional. Acordei hoje com vontade de escrever das meninas lá na praça, que nesse momento, nem sei como vivem, se ainda estariam por lá e depois desse quase um mês de isolamento, isso também me preocupa, pois o vírus já chegou aos povos das ruas e isso deve ser devastador. E depois, não são só elas, são todos os demais.
COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK:
ResponderExcluirGiselle Pertinhes - Amei essa historia��❤
Oscar Fernandes da Cunha - Ainda bem que eu tenho a quarentena para ler o texto do Henrique.
Henrique Perazzi de Aquino - Longo, né? Leia em drops, pouco por dia...
Oscar Fernandes da Cunha - Henrique, Pronto, já terminei de ler. E assim vamos o dia todo, no intervalo dos afazeres culinários.
Roberto Claro - Parabéns meu eterno guru e sempre guerreiro HPA você é exímio maestro na arte de contar causos.
Está na hora de fazer a sua biografia né meu amigo.
Já passou da hora de contarmos um pouco de você !!!
E aí quem se abilita a fazer a biografia do nosso querido HPA !!!
Henrique Perazzi de Aquino - Meus segredos? Nem pensar...
Roberto Claro - Henrique será um Best Seller. Deixa vai tu és o patrimônio histórico do povo Sem Limites kkkk
Henrique Perazzi de Aquino - Roberto, exagerado. Vc é meu amigo, não vale.
Rafael Santana de Lima Grande Henrique, sempre se superando, acho que vc deveria lançar uma revista, fico imaginando o SUCESSO.
Henrique Perazzi de Aquino - Devo muito, mas não abro, meus credores estão sabendo esperar. hihihihi
Claudia Mello - Parabéns linda história de vida, já estou ansiosa aguardando as próximas
José Carlos Santos - Henrique parabens pelo texto em sí, e o tema que adota comumente, um abraço.....tudo de bom e se cuidem vc e a Bia.
Helena Aquino - Belo texto , mano.
E por onde será que andam as meninas ?
Henrique Perazzi de Aquino - Fui ao banco sexta passada ali na praça. Fiquei curioso, olhei, forcei a vista, vi muitos dos que ali ficam, ainda por lá, mas nada das duas. Nada mais sei, mas também gostaria de saber.
COMENTÁRIOS VIA FACEBOOK 2:
ResponderExcluirLéa Schmitt - Pera lá , a morena tem 22 anos e perdeu a virgindade aos 18 com namorado, se prostituiu, casou , viajou , foi presa, após ser solta, parou em Bauru, voltou a se prostituir , desculpe mas as contas não batem .. enfim.. ��
Ricardo Sousa KJ - Léa Schmitt devem ser prostitutas. Vivem com essas roupas lá na praça.
Henrique Perazzi de Aquino - Bate sim, com 18 teve a filha, deixou com a sogra, saiu pelo mundo, sempre se prostituindo. Ficou presa, foi solta e hoje está em Bauru. Não sou matemático, mas foi o que ouvi, juntei o relato e creio, talvez alguns dados podem não bater, mas no frigir dos ovos, a história é verídica e assim se deu.
Léa Schmitt Henrique Perazzi de Aquino acho que faltou interpretação de texto, querido Henrique , não aleguei que a história / estória , não seria verídica , somente contestei o fato da mesma ter em 4 anos passado por tudo isso, muito pouco tempo , até porque sabemos como funciona a nossa justiça no país para os pobres e negros , os mesmos entram e a justiça se esquece dos mesmos .
Henrique Perazzi de Aquino Léa Schmitt, suas prisões pelo que me disse foram de alguns meses, essa última em Pirajuí foram dois, uma outra três. Muitas histórias num curto espaço de tempo e mais triste, como sabemos, para os que possuem vida curta, tudo se concentra um poucos anos. Quando tudo isso acabar, se ainda os encontrar e se também estiver vivo, retorno as conversas pela praça e revejo com mais precisão o motivo da dúvida.
Mauro Landolffi - Muito legal. Parabéns.
Priscila - Que honra ter uma amizade como à sua , uma pessoa humana ,solidária ,fantástica .
Parabéns querido Henrique ����������������
Valério Marques Viana - Mas que baita história, Henrique! Só você mesmo pra adentrar o lado mais afastado da sociedade ao seu modo de tratar (muito muito bem) as pessoas e escrever um texto tão bom, tão real e tão gostoso de ler! É como se os leitores participassem in loco!
Orlando Alves - O Henrique é o nosso " Lima Barreto" , vc preciso escrever um livro.
Soninha Alfredo - Muitos desses jovens que ficam na praça estão lá vendendo drogas. Ali acontece de tudo... normalmente eles passam o dia por lá e vão embora com o último ônibus.
Marcos Assis - Parabéns, Henrique. Esse povo que vive nas "trevas" encontrou o melhor cronista para trazê-las à luz.
Daniel Pestana Mota - Henrique Perazzi de Aquino, isso qur vc faz é arte na mais radical concepcao da palavra.
Marco Antônio Souza - Parabéns HPA. O João Antônio de Bauru o que é um puta elogio.
Henrique Perazzi de Aquino Não mereço tanto. Eu releio sempre João Antonio e tento aprender alguma coisa. A similaridade é por gostar dos moesmos ambintes e escrever sobre a vida dos mesmos personagens. Mas ele é infinitamente melhor, uma delícia ler escritos como o dele.
Marco Antônio Souza Os teus tb meu amigo.
Toka Miguel Garcia Grande Henrique: parabéns pelo texto. Seu relato....a vida como ela é...
Sua análise inteligente, sem mitos.....pura realidade. Emocionante....Parabéns.
Alexandra Ayello Legal mesmo.
Essa moçada tem muito que contar e ninguém pra conversar.
Até aparecer você Henrique Perazzi de Aquino. E dividir conosco tanta emoção. Sou grata a você por isso.