sexta-feira, 13 de novembro de 2020

FRASES DE LIVRO LIDO (159)


LEITURAS

QUANDO SEU NOME APARECE NA AGENDA TELEFÔNICA DO GASPARINI JUNIOR DA COHAB BAURU
Amigo de longa data e ilibada reputação está sendo molestado por bestiais: "Eu sei o que você fez ontem à noite. Teu nome está lá na agenda de telefones do Gasparini Jr, o ex-presidente da Cohab". E envia junto foto da agenda com o nome do amigo lá escrito a mão. Pelo que sei, essa é uma investigação correndo em segredo de Justiça, portanto, pelo sim pelo não, tem gato nessa tuba e a circulação dessas fotos pode ser enquadrada como crime. Um horror.

Isso me faz lembrar de livro do Mário Prata, "Minhas mulheres e meus homens", (editora Objetiva RJ, 1999, 256 páginas), onde ele fazendo uso de sua agenda telefônica, 600 nomes, bolou a ideia de escrever o livro contando uma só história de cada pessoa com o nome ali escrito. O anúncio do que faria causou frisson, alegria para alguns e espanto, preocupação para outros. Enfim, o que Prata escreveria de cada um. O livro é uma delícia, a realidade no caso da agenda apreendida pelo Gaeco, a polícia que investiga o caso, nem tanto.

Ter o nome em qualquer agenda não quer dizer possuir intimidade com a pessoa, nem participar da vida dela de forma ativa e pulsante. Os motivos são muitos e cada caso é um caso. Para muitos, no caso do Gasparini Jr, motivo para tirar o sono, para outros, como meu amigo, nenhuma preocupação, pois não existe a menor possibilidade dele ter participado das benesses lá ocorridas, como o dos vereadores que viajaram mundo afora com tudo pago pelo erário público. Só que o nome dele está lá e desta forma, serviu de um quase achaque, querendo impor um "cala boca" por parte de gente sem noção. Lamentável o uso. E mais, como foram conseguidos, quem passou isso a essa pessoa, qual a finalidade e pelo visto, a tal agenda já foi retalhada e está circulando pela cidade. Nem quero imaginar o que possa estar rolando nos bastidores mais sórdidos dessa terra, literalmente "sem limites".

Meu amigo me diz o que deve fazer, pede minha opinião e lhe digo que deve ir na fonte investigativa e mostrar o que ocorre. Indicar quem e como foi ameaçado e daí este ser inquerido da origem e veracidade do que lhe foi mostrado. No livro do Prata isso é tratado com galhardia, mas aqui na vida real não, pois uma agenda de alguém mais que suspeito circula pela cidade e mesmo proibida por lei deve causar estragos bem maiores do que no caso a mim apresentado. São os tais escabrosos detalhes dos bastidores deste varonil país, onde tudo é misturado no mesmo liquidificador e batido ao mesmo tempo. Pelo bem dos que tem seus nomes em lugares como esse, porém são ilibados, insinuações não podem passar batido, até para não ser comparados com os já enrolados e comprovadamente fizeram uso das tais benesses.

ELEIÇÕES FRAUDADAS, IMPRENSA MASSIVA, PROCONSULT COMO EXEMPLO MAIOR
Não consigo entender como é que alguns conseguem ficar martelando tempo todo em apregoar sobre fraudes eleitorais em outros países, quando aqui tiveram participação em casos mais do que escabrosos. Como a vetusta Rede Globo, que nunca foi paladina em nada referente à questões de moralidade pode cagar regra sobre o assunto, tendo envolvimentos mil em falcatruas no passado e mesmo em ocorrências bem recentes. Certa feita, muitos anos atrás, mais precisamente em 1982, no estado do Rio de Janeiro iam garfando na mão maior a eleição de Leonel Brizola pra governador, operação armada pelo SNI - Serviço Nacional de Informação do governo golpista militar em conluio com a Rede Globo. Inventaram uma forma de apuração que retirava votos dados a Brizola, tidos como nulos, todos em regiões mais pobres, na Baixada Fluminense e engordavam a conta de Moreira Franco, o candidato governista. Foi por pouco.

Uma empresa foi contratada para fazer o serviço sujo da forma mais limpa possível, mas não contavam com a ação de uma equipe jornalística das mais aguerridas, atuando dentro da verdade factual dos fatos, a do então maior jornal deste país, o Jornal do Brasil. O jornal fez sua própria apuração e comprovou a fraude, mostrada como correta pelas telas da TV e referendada pelas autoridades todas, algo bem parecido com o que fizeram com Dilma Rousseff quando de sua destituição, aquele conluio "com Supremo com tudo". São os tais submundos do conhecimento de todos neste país, fazendo e acontecendo, com o beneplácito das autoridades constituídas. Histórias como a do voto como se dá nos Estados Unidos, com um colegiado decidindo é café pequeno para tantas histórias aqui ocorridas e tidas como legais.

A história da Proconsult está contada em detalhes pela jornalista Belina Ribeiro no livro "Jornal do Brasil - História e Memória: os bastidores das edições mais marcantes de um veículo inesquecível" (editora Record RJ, 2015, 406 páginas), no capítulo "Apuração vence fraude - o caso Proconsult". Sabe o que desmontou a fraude tendo por detrás um dos mais importantes veículos de comunicação do país? Outro veículo, este verdadeiramente jornalístico, sério e ilibado. O lema do JB na época era "um jornal é tão bom quanto as verdades que ele diz". A armação toda foi feita pelos simples fato de que, se Brizola assumisse o país entraria num processo de caos. Depois de tudo ser devidamente esclarecido, anos depois, a Proconsult faliu e virou sinônimo de metonímia, usada para designar qualquer coisa onde houvesse possibilidade de falcatrua. Igual o que vai acontecer muito em breve com a Lava Jato bancada pelo conluio tendo Sergio Moro como carro chefe.

Escrevo isso às vésperas do pleito municipal, onde elegeremos prefeitos e vereadores, numa eleição muito diferente de tudo o que já vimos. Manipular resultados, debates, conversas, encontros, pesquisas e tudo o mais aqui é mato, coisa do dia a dia, mas a culpa sempre está lá na eleição dos de fora. Vilão são eles. A vilania aqui está institucionalizada. A maior fraude das eleições brasileiras é presenciar o pobre, remediado, explorado, espoliado, subjugado, votando naquele que lhe crava a estaca, como se fosse o seu salvador da pátria. Presenciar esse crime eleitoral em cada nova eleição é institucionalizar um crime contra essa nação, pois tudo continuará como dantes e em pouquíssimas vezes alguém interessado em promover mudanças consegue ser eleito. As forças contrárias praticamente não permitem e fazem de tudo e mais um pouco para que a vitória destes não ocorra. Fraude nesses casos é fichinha.

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