domingo, 21 de março de 2021

AMIGOS DO PEITO (183)


CORTINAS DE FUMAÇA NOS ENVOLVEM - ASSOPREMOS ESSA NEFASTA NÉVOA*
* Eu adoro ouvir meus amigos. Muitos me ligam e conversamos sempre, pois nada melhor do que manter a cabeça arejada com boas ideias. Desta feita reúno aqui algo que Marcos Paulo Resende, o Marcão Comunista em Ação, totalmente isolado lá em seu bunker na rua Quintino Bocaiuva, desde março do ano passado, me disse ao fone dias atrás. Junto tudo com alguma pitada de minha lavra e a ideia básica do que irão ler abaixo tem duas mentes envolvidas, a minha e a dele. Espero se juntem outras tantas e assim façamos algo coletivo para mudar esse estado de coisas.

O pequeno e médio comerciante não percebe que Walace, Cafeo e Pittoli agem contra eles com sua ação, pois ter permitido que a situação chegasse neste ponto só está destroçando mais a economia. O Reino Unido são socialistas, os EUA são socialistas? A Austrália, Nova Zelândia o são? Esses perceberam que deixar a coisa rolar é muito mais prejudicial, então deram um breque e salvaram não somente a si, mas ao sistema onde estão situados. Fizeram um pequeno sacrifício, se renderam, perceberam que tinham que trancar, sangraram um pouco e não deixaram o negócio correr solto.

Acidentes de trânsito se combatem com medidas de segurança, limites de velocidade, regras, educação no trânsito. Não tivesse isso e fosse tudo combatido com mais vagas hospitalares tudo estaria o caos. Leito de UTI virou essa cortina de fumaça, esse é o mantra usado para encobrir a verdade e as maldades cometidas. O que eles assumem pedindo isso é a morte em massa porque, mesmo a pessoa sendo internada ela vai morrer. Os últimos índices comprovam, 80% das pessoas entubadas no país morrem. Pra que existe leito de UTI e hospitais? É para emergência, não é para usar como aspirina, como uma vitamina. Se fosse usado como remédio teríamos um para cada três habitantes, o que é impossível e não existe em nenhum lugar do mundo. A UTI é para emergência, fatalidade e não ser banalizada. Deixar a pandemia correr solta não é fatalidade e sim GENOCÍDIO.

Como esse pessoal consegue manter essas narrativas? Basta olhar para como a novíssima (sic) prefeita de Bauru vai se mantendo nas redes. Pode ver como se dá a quantidade dos que a criticam frente aos milhares que a defendem. Os críticos fazem a leitura errada. Se acham que a prefeita vai se desgastar com os munícipes estão redondamente errados. Assim como existe novas variantes na questão do vírus, existe também novas variantes na questão política, que é a questão das redes sociais, que traz essa sensação de proximidade e narrativas. As pessoas se sentem na ilusão do conforto da oposição. Pode ver, o governo Bolsonaro apesar de ser governo eles se mostram como oposição até hoje. Atuam como oposição até hoje. E como isso? Eles pegam um caso grave, real, como é o desemprego nesse momento de crise, a miséria e constroem uma narrativa em cima disso para distorcer a realidade. Ele se mostra como oposição, busca frentes para isso, contra o STF que não deixa governar, aos governadores e prefeitos que o impedem de fazer o que deveria, que querem provocar crise. A narrativa é de oposição. Os caras que compram isso, enxergam que ele faz a sua defesa, porque ele é opositor a tudo isso que está acontecendo. Muitos críticos ao governo ainda não perceberam isso. Mesmo sendo governo eles agem como sendo a oposição. Essa a situação que passam para os apoiadores. Ou prestamos atenção nesses detalhes ou seremos engolidos, ludibriados.

A prefeita também usa dessa mesma tática. Ela está todo dia fazendo suas lives, chega junto da população fazendo uso do discurso moralista, conservador, que é onde muitas pessoas se identificam. O Brasil é um país conservador e os neopentescostais, se nada for feito para deter o avanço, até 2030 vão ser a imensa maioria e vamos combatê-los como? Passando a mão na cabeça e aliviando na crítica, tirando a acidez da crítica? Isso precisa ser considerado e muito. Ela vai lá como Bolsonaro, faz o discurso moralista e se mostra como oposição, mesmo sendo a prefeita, a situação do momento. Suéllen faz isso como estratégia, "olha gente, eu tô querendo fazer as coisas, mas não me deixam, ora é o Judiciário, o governo do Estado, são nossos inimigos". Eles vão criando essa narrativa e cada vez estamos perdendo mais terreno. Percebendo isso tudo, essa construção de mentiras, se faz necessário mudar a tática para com estes. Por que continuar passando a mão na cabeça destes cruéis, insensíveis e sacanas? O Brasil sem vacina precisa de um lockdown nacional e enquanto isso não for pensado pra já, estaremos só aumentando o caos. Os negativistas não querem. É menos custoso para a economia e o tempo fechado é pequeno quando se faz a coisa certa. Por que o Reino Unido está fechado desde janeiro? Porque deixou a coisa sair do controle e agora perceberam que essa a única saída. Dá desespero notar como está a vida hoje na Nova Zelândia e Austrália, quando até shows e espetáculos estão acontecendo, mesmo com o povo não totalmente vacinado. Os que jogaram contra a Ciência só se deram mal. Não existe outra coisa a ser feita.

LADO B – PERFIL A DISTÂNCIA DO ARTISTA DÉCIO DE SOUZA*
* Este texto foi escrito com exclusividade para sair no jornal lençoense Pedra de Fogo, do amigo jornalista Chu Arroyo. A edição impressa do jornal circula em Lençóis Paulista desde anteontem e agora posso reproduzir o texto por aqui, com uma explicação a mais. Adoro escrever de pessoas, demonstrar a minha percepção pelos tantos que gosto. Chu me possibilitou fazê-lo com este amigo aqui retratado e rasguei a seda. Pessoas como este Décio merecem mesmo todo o carinho deste velho bardo, lobo cansado das estepes, mas ainda conseguindo separar muito bem o joio do trigo. Enfim, VIVA DÉCIO! Vamos ao texto do jornal:

"Sabe aquelas pessoas que, você não conhece pessoalmente, mas assim mesmo estão diante de amigos pro resto da vida? Isso se passa comigo e com o Décio de Souza, um cara que admiro por uma infinidade de predicados. Primeiro eu o conheço pelo apurado traço. O gajo desenha como poucos e ali expressa algo dentro de si, colocando pra fora o incontido, pronto para explodir. Hoje, pelo que sei, ele desenha pouco, mas pelo que já vi pela aí, sempre algo significativo, expressivo e bem com a sua cara, a da indignação dos justos.

Décio é um dos tantos indignados deste país. Tempos atrás, ainda morando na parte baixa da cidade, próximo do antigo terminal rodoviário, num ano quando a chuva caiu além das medidas, dizem ter estourado barragens na área rural e tudo desembocando justamente onde morava. Sua casa e estúdio alagados, água pelo pescoço e aquele sempre recomeço. Como passei por algo similar em Bauru nos aproximamos mais um bocadinho. Trocamos muitas informações e do contato, mais e mais, a percepção de muita coisa em comum.

Eu o observo à distância e o que filtro é pelo que consigo pescar pelas redes sociais. Agora mesmo o vejo finalizando, numa mistura de resina e outros materias, um busto para ser fixado do lado externo do Museu Municipal. Ao vê-lo num vídeo no seu local de trabalho, ele ali trabalhando com aquela calma que é peculiar dos artistas, o tato para com as minúcias, os detalhes, a certeza destes serem também detalhistas nas suas ações pessoais, com a devida fleuma, sabendo muito bem onde pisam. Percebo isso no Décio. Ele não é explosivo, estoca quando necessário, mas tenta se segurar, enfim, trabalhamos e dependemos de tantas coisas, situações e pessoas, muitas bem diferentes do nosso modal de vida, daí, pela boa convivência e até mesmo sobrevivência, em certos momentos nos calamos, pois nem sempre conseguimos vergar o todo poderoso.

O artista produz de tudo um pouco e isso é próprio da condição humana. Se o momento pede algo em modelagem, ele produz, se a exigência é por um mural numa parede, está habilitado, se o calo aperta e se faz necessário ele ir pras esquinas revender algo em madeira e pirografado, lá estará. Bate nas onze, verdadeiro coringa. Por falar em pirografia, décadas atrás tive uma maquininha e também fiz e aconteci, mas Décio pelo que vejo, nunca se desfez da sua e vez ou outra a liga e apronta nas madeiras ainda disponíveis. Outro dia ele nos apresenta troféu feito de recortes num papelão, destes de caixa recolhidas nas portas dos supermercados, no formato de um chifrudo boi e cujo resultado me surpreendeu, denominando-o de Troféu Bolsomínion.

O país passa por momento mais do que aflitivos e ver artistas engajados é de uma ímpar preciosidade. Os indiferentes são manadas, contidos por comodismo ou mesmo medo. Sigo junto dos que, corajosamente demarcam território, não se omitem. Estes os tais imprescindíveis. Incluo Décio nessa categoria e quando, daqui de Bauru o observo atuando aí em Lençóis Paulista, ele sabendo se impor, ser respeitado e não se calando, mesmo quando a maioria prefere se manter omissa, algo para ser valorizado. Escrevo dele, mesmo com poucos dados, mas pelo pouco vislumbrado, sei estar diante de uma imensa pessoa humana. Ele transpira isso por todos os poros. Valente, guerreiro, audaz, competente e acima de tudo, corajoso. Qualquer cidade ganha muito quando possui muitos do mesmo quilate.

VOU PUBLICAR VÁRIAS VEZES ATÉ QUE AS PESSOAS QUE NÃO ENTENDERAM AINDA POSSAM ENTENDER...*
* Este texto não é meu e nem sei sua autoria, mas gosto tanto dele que aqui o reproduzo, nem sei se pela primeira vez. De algo tenho certeza, talvez não seja a última.

EU SOU DE ESQUERDA.
COM MUITO ORGULHO.
Ser de esquerda não é, necessariamente, ser militante do PT, do PSOL, do PCO, do PCdoB, etc.
O QUE É SER DE ESQUERDA?
Ser de esquerda não é votar no João ou no Mário. É votar no ideal de fraternidade e solidariedade que João e Mário carregam.
A esquerda não é contra o empresário. A esquerda é contra o desrespeito às leis trabalhistas, que foram criadas para "igualar" a capacidade de negociação de direitos e garantias mínimas de dignidade.
A esquerda não é contra a família tradicional. A esquerda apenas tem a consciência de que famílias diferentes da tradicional também são famílias e merecem ter o respeito de todos.
A esquerda não quer que você ou seu filho sejam gays. Só quer que vocês respeitem aqueles que são.
A esquerda não está a favor do aborto. E, sim, de amparar a mulher, orientando sobre como evitar a gravidez e em que situação pode-se não querer ter um filho.
A esquerda não está contra os ricos. Mas contra os que acham que têm mais direitos que os pobres.
A esquerda não é contra a fartura. A esquerda é contra a fome.
A esquerda não defende bandidos. Defende que todas as ações sejam dentro da lei e dos direitos humanos. Se você é humano, nós defenderemos os seus também.
A esquerda não é contra você ter uma mansão. A esquerda é contra pessoas morarem nas ruas ou em casebres.
A esquerda não é contra o consumismo. A esquerda é contra a destruição do meio ambiente.
A esquerda não é contra a igreja, mas sim contra os discursos de ódio.
Porque ser de esquerda é lutar por igualdade material. É lutar pelo direito das minorias. Pelo direito dos negros. É lutar pelo direito das mulheres. É lutar pelo direito do trabalhador. É lutar pelo direito de respirar um ar puro.
São democráticos os que têm coragem de lutar pelos direitos dos outros.
Ser de esquerda não é uma opinião política. É uma FILOSOFIA DE VIDA.

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