terça-feira, 13 de julho de 2021

PERGUNTAR NÃO OFENDE (175)


PELA MEMÓRIA DE ROQUE FERREIRA E CONTRA POSICIONAMENTO DE ZÉ RUELAS*
Tudo começou ontem pelas ondas nada briosas da rádio Jovem Pan, ops, digo e reafirmo, Velha Klan, quando seu comandante em chefe, o indefectível Alexandre Pittolli diz algo no ar desdizendo da compra da estação da NOB em 2009, citando o nome de Roque Ferreira, então vereador e também diretor do Sindicato dos Ferroviários da Noroeste, como peça chave do contrato, após boa matéria do Jornal da Cidade no dia anterior. Sim, foi e o fez da forma mais límpida, transparente e seguindo toda a legislação vigente. Chegamos à tarde e, como sabemos muitos vereadores não possuem método de trabalho, nem pauta para ser seguida, guiando-se pelo que encontram disponível para fazer uso da tribuna. Um destes, Guilherme Berriel, sobe e com sua voz anasalada, dentre outras barbaridades diz: "Estou triste com a notícia do MP – Ministério Público ter lacrado a Estação da NOB em função de abandono. Entendo como péssimo negócio o feito pela Prefeitura ao comprar o prédio. Dinheiro público e pagou a mais, pois pediam R$ 4 milhões e foi pago R$ 6 milhões, só para fazer bonito para o setor ferroviário da cidade. A Prefeitura caiu no canto da sereia. Roque Ferreira foi o maior corretor de 2009”. Na sequência entra dona Chiara Ranieri, entre risos, acompanhada de Segalla, também sorrindo muito no vídeo e diz: “Eu fui uma das únicas que votei contra. Todos os munícipios ganharam e nós pagamos. E pagamos caro”. Depois outro, o encalacrado em outras questiúnculas Eduardo Borgo, fazendo também ironia pelo fato de vereador de esquerda ter acompanhado a venda: “Será que só por citar isso o vereador Berriel não seria por essa Casa também incluído no decoro parlamentar?”.

Todos fugiram do cerne da questão e se ativeram ao que menos importa, algo feito dentro do que a legislação prescrevia. A Estação foi comprada na administração do prefeito Rodrigo Agostinho e depois, até o final de sua gestão, o propósito inicial de restauro, recuperação dela e do seu entorno foi abandonada. Houve movimentação até por parte da Câmara de Vereadores para ali sua instalação, mas dizem, foi abortada por não tratar-se de obra nova e sim, mera reforma. O ex-presidente da Casa, Sandro Bussola poderia ser interpelado dos motivos de sua não concretização. O fato é que, Rodrigo alegou falta de dinheiro, não foi convenientemente atrás de verba para aquela recuperação e o tempo passou, findando sua administração. Quem tomou alguma iniciativa, até por entender da importância do imóvel foi o ex-prefeito, de somente um mandato, Clodoaldo Gazzetta. Este fez projeto junto da Secretária de Educação e alega ter deixado separado valor considerável para início das obras. Valor contingenciado e comunicado para a atual alcaide, a novíssima (sic) Suéllen Rosim, que abortou tudo, pois mesmo realizando nada, diz que tudo está sendo repatriado para obras na área da Saúde (a conferir). Disto os vereadores ontem não falaram nada e pelo que sabemos não falarão, pois preferem atuar assim, acusando quem não mais pode se defender, com risinhos irônicos nos lábios, fingindo desconhecer o que de fato se passou por detrás dos panos.

Na verdade, essa rádio, cospe algo muito perigosos para a cidade, pois possuidora de um lado, hoje declaradamente bolsonarista, escamoteia abertamente tudo o mais, até abrindo espaço, mas depois execrando a fala do que ali se apresenta com boas intenções. Incautos vereadores, como Berriel caem no “canto da sereia” e repetem como “papagaios de pirata” a ladainha da rádio, como escrevi, por falta de pauta. Este, como se vê, vasculha o que falar na tribuna pelo que lê no jornal e ouve na rádio. Lamentável. Cai em armadilhas, mas pode melhorar, basta querer. Já do Borgo e da Chiara, sabem tudo como se deu, mas preferem atacar Roque, um dos mais ilibados vereadores que tivemos em nossa Casa de Leis, do que ir a fundo e descobrir dos motivos da demora no restauro, recuperação. Como seria bom neste exato momento ver como objeto do jornalismo do Jornal da Cidade, talvez a própria Marcele Tonelli, produzindo algo sobre o que realmente aconteceu com o dinheiro que Gazzetta diz ter deixado em caixa, reservado e carimbado para dar continuidade ao projeto de revitalização da área da estação e seu entorno. Calaria a boca de vereadores, mais preocupados em pelo em ovo do que, desbaratar algo mais sério. Da compra da estação só posso dizer ter sido algo auspicioso para a cidade, tudo muito bem conduzido, talvez o maior ato da administração do Rodrigo, faltando como já escrevi, empenho posterior para não deixar tudo se deteriorar. De Suéllen não se espera nada, pois ela, como já se viu, vai empurrar tudo com a barriga até o final de seu mandato, mais perdida que cego em tiroteio. Alguns vereadores podiam ser mais sérios, no mínimo respeitar os que fizeram algo sério, mas não, preferem continuar promovendo ações visando algo bonitinho junto aos seus eleitores, na melhor forma do quanto mais embaralhado melhor, ainda se saindo como realizadores. De tudo, quem menos tem culpa e continua merecedor de todos aplausos, este é Roque Ferreira, pois possibilitou que a Estação ficasse definitivamente com a cidade. Do que fizeram depois disso, era isso que deveríamos estar discutindo no momento.

Acompanhem o que Roque publicou em sua rede social em 20/03/2020: “24 ANOS DE UM CRIME DE LESA PÁTRIA - Em 05 de março de 1996 foi iniciado o processo de privatização da RFFSA, com o leilão da Malha Oeste, antiga Estrada de Ferro NOB, que saia da cidade de Bauru/SP com destino a Corumbá(MS) divisa com a Bolívia. Em Bauru /SP se conectava com o ramal da EF Sorocabana chegando ao Porto de Santos. De Campo Grande/MS o ramal da NOB ligava o Brasil ao Paraguai na cidade de Ponta Porã. Vinte e quatro anos depois das privatizações que começaram no governo de FHC do PSDB, passaram pelos governos Lula, Dilma, Temer e agora Bolsonaro, a malha ferroviária encolheu em torno de 35%, passando a ter em torno de 13 mil quilômetros de malha operacional. O maior crime de Lesa Pátria praticado na história deste país, que agora paga uma conta muito alta por conta dos custos do transporte rodoviário e da matriz energética dependente do petróleo”. Este o posicionamento de Roque Ferreira uma vida inteira.

Eu compro e continuarei comprando brigas em nome de Roque Ferreira e as faço de olhos fechados, pois em todas tenho a mais absoluta certeza de estar do lado certo, algo feito sem nenhuma mácula, dúvida ou questionamento. Seus algozes sabem muito bem disso, mas insistem em querer resvalar algo dúbio com suas falas, mas não chegam nem perto do que foi Roque como político. Estamos diante de infinidade de “Zé Roelas”, sem qualificação para julgar e querer macular nada de alguém com tão prestimoso currículo em prol da luta e defesa dos trabalhadores deste país. Roque respirava pelas coisas desta terra, sendo a Estação e sua reutilização só uma das tantas causas a motivar sua vida. E assim foi feito enquanto viveu.
* Em tempo: Zé Ruela é uma gíria para adjetivar uma pessoa passiva, que não consegue pensar numa solução para resolver uma situação difícil. Pode ser também uma pessoa desprovida de sabedoria, que é lenta de raciocínio.

REVIVENDO ROQUE DE ANTANHO E DE SEMPRE
Em foto de minha lavra, ano de 2013, quando de um finado Encontro de Ferroviários e Ferromodelistas na gare da Estação da NOB, fiz isso com todos que por lá passaram e um deles foi com o então vereador, também posando com quepe pertencente ao Museu Ferroviário, orgulhosos de estarem num local representando não só a história, como a boca de entrada para o progresso bauruense. Vivíamos outros tempos, quando a mente das pessoas ainda não estava totalmente dominada pelo ódio e algo assim era feito naturalmente, hoje nem sei se isso ainda seria possível, pois vivemos tempos cruéis, dominados pela insanidade doentia fundamentalista, ceifando ideias, pensamentos e ações. Revivo Roque Ferreira e o passado com muito orgulho e contentamento.

LIVROS DO PEDROSO JR EM PROL DO DE GRÃO EM GRÃO
Antonio Pedroso Junior e seus livros continuam atuando em prol de algo brioso nesta cidade. Após seu falecimentos, todos os livros disponíveis em sua casa estão sendo vendidos e a arrecadação sendo totalmente repassada para o projeto de Grão em Grão da batalhadora Tatiana Calmon. Nas duas fotos, Ailton e Piotto, fiéis escudeiros de Pedroso Jr até o fim da vida de Pedroso, estão levando os livros aos interessados, como se vê pelas fotos aqui com Heloísa Leal e Helena Aquino. Pelo que sei, somente dois livros, o sobre a Sorocabana e o Subversivos Anônimos estão disponíveis no momento e, desta forma, a obra divinal do Pedrosinho continua espalhando conhecimento pela aldeia bauruense, total reescrevendo nossa história sob a visão dos vencidos, os trabalhadores. Estar ao lado de mais essa iniciativa, algo mais do que auspicioso.

PREFEITURA E CULTURA BAURUENSE EM COMPARAÇÃO COM AÇÃO DE DIAS ATRÁS NA FUNARTE
Como já é sabido até pelas pedras do reino mineral, a Cultura municipal está estagnada e paralisada em Bauru. No momento, louve-se aos céus pela pandemia existir, pois a usam descaradamente como desculpa para não fazerem nada. Não o fariam em qualquer outra circunstância.
Como também é sabido a atual administração municipal, comandada pela novíssima (sic) imPerfeita Suéllen Rosim e seus asseclas – diria mesmo, fiéis – segue os propósitos do Criador, ou seja, o fundamentalismo religioso acima de tudo e de todos. Se acham que carrego na tinta, me digam uma só ação onde ela não tenha louvado aos céus pelo trivial, pois ação concreta mesmo, não teremos nos próximos quatro anos.

Uma das preocupações do momento é com a destinação dos bens públicos culturais. Foto do Caminhão Palco totalmente abandonado lá na Regional Mary Dota é só a ponta deste iceberg. A decrepitude pode ser conferida na ação totalmente despropositada do Festival de Inverno, onde em entrevistas de pouco menos de vinte minutos, três servidores falaram algo do que todos já sabíamos. Nada de novo, todos em casa e tudo fechado ad eternum. Leio estarrecido matéria sobre algo ocorrido na FUNARTE – Fundação Nacional de Arte, que tanta coisa já proporcionou a este país, inclusive aqui para Bauru, com eventos magníficos apresentados país afora. Isso é coisa do passado e neste momento, não basta querer buscar patrocínio, auxílio junto a estes, pois a resposta é dada com fundamentação religiosa. “O objetivo e finalidade total de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma”, frase atribuída a Joahnn Sebastian Bach, na distante segunda metade dos anos 1700. Entendam isso lendo texto do portal Globo: https://g1.globo.com/.../funarte-cita-deus-para-reprovar....

O gaiato poderia perguntar: O que isso tem a ver com Bauru? Respondo na lata: TUDO. Na simplista comparação, Suéllen e Bolsonaro são irmãos siameses, ligados umbilicalmente pelo trato fundamentalista a todas as questões, depois com todos os cargos do desGoverno federal ocupados por ineptos, o que se vê ocorrendo nas hostes da Funarte é o trivial e para que o mesmo passe a ocorrer em Bauru um pulo. Diria mesmo que, num curto espaço de tempo, bastando abrir as portas, nosso Teatro Municipal estará sediando somente atividades de cunho religiosas culturais, bem dentro da nova concepção destes. Alguma dúvida de que, com Tatiana Sá à frente da Cultura bauruense isso já não esteja sendo pensado?

DE COMO VEREADOR CRITICA O OUTRO POR, NA QUALIDADE DE PARLAMENTAR CRITICAR O PRESIDENTE, MAS NÃO SE ENXERGANDO, CRITICA O GOVERNADOR – PIADA PRONTA DO DIA
De piadas e acontecimentos hilários as sessões semanais da legislatura atual da Câmara dos Vereadores de Bauru não pode reclamar. Tem personagem que já se tornou peça principal no palco dos acontecimentos mais grotescos ali ocorridos. Seria sério, mas não é. Muita pompa e nada de comedimento. Eduardo Borgo é um vereador de primeiro mandato - quiçá último - e em pouco mais de seis meses já tem Decoro Parlamentar nos costados, aliado de primeira linha do capiroto, mesmo com este caindo em desgraça, tenta se manter nas paradas de sucesso aumentando o tom e na defesa do que de pior temos hoje, o fundamentalismo deste desGoverno do ex-capitão. Está, como se vê a cada nova investida metendo os pés pelas mãos. Ontem, na sessão da Câmara, ao chegar sua vez no rol dos oradores, pede a presença do presidente, seu desafeto, Marcos Souza, pois diz iria falar dele e queria fazê-lo “olhos nos olhos”. Ladainha doída para tentar justificar dos motivos de ter pedido Título de Cidadão para o Senhor Inominável, algo meio fora da compreensão humana, mas ele ainda encontrando meios para justificar o esdrúxulo. Quis incomodar o presidente da Casa, Marcos Souza pelo fato deste ter publicamente se posicionado contrário e dito mais, que “existem mais coisas para ser feita nessa Câmara”. Borgo afirma do alto de suas tamancas isso “não condiz com a atividade parlamentar exercida por VSa”. Muito elegantemente, Marcos responde quando do aparte que, Borgo possui em seu veículo estacionado fora da Câmara adesivos contra o atual governador do Estado, João Dória e daí, usando do mesmo argumento arremata: “Se como chefe de poder deveria ter mais cuidados com minhas manifestações, o fiz para prestar contas ao meu eleitorado e através de minha página nas redes sociais, também levando em conta que nada Bauru recebeu até agora vindo do presidente e Governo Federal, este que VSa defende, mas a gente vê toda região recebendo recursos do governo do Estado e Bauru ficando para trás, mas entendo que é uma manifestação de VSa”. Borgo deve ter engolido em seco, sem água ou algo a mais para degustação, tanto que na sequência, Marcos lhe desfere o tiro fatal: “Já ficamos muito tempo discutindo isso por aqui e como muito bem sabe, temos mais o que fazer por aqui”. Enfim, Borgo não ganha uma, mas insiste, cada vez mais isolado dentro do prédio legislativo. Quem com muita sede vai ao pote, acaba dessa forma e jeito, lambuzado. Podia ficar sem essa, mas pelo visto não aprende.

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