quinta-feira, 26 de agosto de 2021

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (147)


SABE QUEM TEM TUDO PARA AGORA COMANDAR A CAVALGADA BAURUENSE?
Sim, ela mesmo, a indefectível e novíssima (sic) incomPrefeita Suéllen Rosim e com a desistência do Senhor Inominável de comparecer em evento na cidade, passou a faixa da comitiva familiar para sua mais nobre representante em todo o interior paulista, tão fundamentalista e negacionista quanto. Quem faz uma interessante alusão a essa passagem de bastão é Guardião, o super-herói bauruense, sempre atento a tudo o que ocorre nas hostes governamentais destas cidades e seus bastidores mais ocultos. “A prefeita deu o seu jeito para facilitar que o recinto Mello Moraes, que é propriedade da Prefeitura se transformasse no QG da Cavalgada, não dificultando em nada sua liberação, daí, agora que ocorre um probleminha de percurso, com o staff lá de Brasília anunciando que a agenda em Bauru nunca foi marcada, ou melhor, nunca existiu, já que o balão de ensaio foi lançado, nada melhor do que ela em pessoa comparecer lá na manhã deste próximo sábado, 28/08 e comandar a tropa, ou melhor, a trapalhada”, diz Guardião.

A prefeita é useira e vezeira em meter os pés pelas mãos e agora, diante de mais este pequeno imbróglio em seu percurso, diria mesmo, uma pedra no caminho, para não decepcionar sua imensa legião de aficionados seguidores, deveria vir a público e de forma contundente reafirmar seu compromisso com o mundo surreal onde vive. “Nos bastidores do evento, quer se queira confirmar ou se fingir de nada tenho com isso, a batata quente está agora em seu colo. Todo o aparato foi montado e a turba vai ficar um tanto descontente, desalentada e desorientada se ninguém for lá comandar a descida dos cavalos pelo asfalto quente do percurso do Mello Moraes até a Praça Portugal, daí, só mesmo ela para com cachos esvoaçantes e ao vento, maquiagem nos trinques, sorriso de orelha a orelha, estar à frente do Exército de Brancaleone, ou seja, tudo com a cara e a imagem dessa inoperante administração”.

Disse mais, nosso intrépido super-herói: “A cidade, como se vê está um caos, tudo de pernas para o ar. O dinheiro lá para terminar o tratamento de esgoto, quase em vias de ser devolvido sem que se consiga concluir a obra, a Estação da NOB, que já deveria estar funcionando em algo viável para Educação e revitalização do centro velho da cidade, agora interditada e projeto da administração passada, até com verba disponibilizada, tudo engavetado. Uma pista de skate sendo entregue com rachaduras na estrutura, antes mesmo de ser colocada à disposição da população, um teatro sem ar condicionado e mesmo tudo tendo sido paralisado há mais de um ano, tempo mais que suficiente para ter promovido a recuperação, a Emdurb devendo as calças, a cidade toda suja, buracos e um viaduto escorado em paus, os Ecopontos todos com lixo fora de seus domínios, na calçada e ela prontinha pra recepcionar o capiroto, seu mentor, daí ele fura, não confirma e ela fica com o sorvete derretendo nas mãos. Precisam avisá-la que desta feita não vai dar pra se fingir de morta. Terá que assumir o papel de comandante in chefe da operação de guerra, sim, pois o que ocorreria em Bauru é mais um capítulo do golpe sendo tramado e urdido desde Brasília, contra as instituições que ainda atuam, contra o país que quer se rebelar contra os malversadores de agora e estes, os perversos no poder fazem de tudo e mais um pouco, apostam no quanto pior melhor, para virar este país do avesso e continuar a sua destruição. A prefeita está inserida neste contexto e sua imagem à frente do que ainda resta dessa cavalgada é a de uma Bauru, nefasta e decrépita, insistindo em nos envergonhar a cada novo dia. Ela continua enganando só os que ainda conseguem aplaudi-la nas lives sem pé nem cabeça, totalmente o oposto do que a cidade precisa para resolver seus problemas”. Sábado só mais um capítulo da destruição da boa imagem da cidade.

OBS.: Guardião é obra do genial traço do artista Leandro Gonçalez, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA.

UMA HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA BAURUENSE
SEBO DO BAU, DO ROBERTO SEGUIRÁ ABERTO COM O LEMA “RESISTIR É PRECISO”
Diante de informação recebida de que o famoso Sebo do Bau estaria com os dias contados e que o proprietário estaria pedindo o ponto, fui conferir pessoalmente a situação do tradicional ponto de livros do centro da cidade de Bauru. Passo ontem pela manhã e algo me causa estranheza, a loja estava fechada. Eram exatamente 11h da manhã. Aquilo me chateou bastante e ao retornar ao centro no final do dia, por volta das 17h, eis que me deparo com tudo aberto e os livros expostos na calçada, muitos mais do que antes.

Estaciono e vou fuçar algo, enfim “livrar” é viver e constato isso na conversa com o Roberto Bau, o proprietário do estabelecimento.
Ele agora está sozinho na loja, pois alguns meses atrás perdeu a esposa, essa acometida pela covid e já havia perdido a irmã, que o ajudava no balcão, pelo mesmo motivo. Foi um baque em sua vida e depois da ida da esposa, fechou tudo e por duas semanas se trancou em casa até decidir o que iria fazer da vida dali por diante. Tomou a decisão de reabrir e o fez seguindo outros protocolos. A vida estava agora girando somente em torno dele e sem elas, uma parte da bússola há ido embora. Como as despesas estavam aumentando, foi em busca de outra fonte de renda e a encontrou colocando seu veículo para rodar e trabalhando de Uber nas madrugadas bauruenses. Ele sondou e descobriu que o melhor horário seria o noturno e assim poderia conciliar com o sebo aberto. Agora seu horário é este: o sebo só abre depois do meio dia, pois de manhã dorme e trabalha de Uber das 18h em diante até bem de madrugada. Embola tudo, até para não ter muito tempo de ficar pensando em coisas ruins e diz ter dado certo.

Roberto é um batalhador. Alguns anos atrás perdeu o pai, seu João Francisco Bau, este com mais de 90 anos, baluarte dos sebos bauruenses, depois veio o problema com o irmão, Antonio Sergio, que já teve também um sebo na mesma rua do seu, na Treze de Maio, só que defronte o antigo Cine Bauru, duas quadras acima da avenida Rodrigues Alves. O irmão caiu nas drogas e se perdeu. Hoje está se recuperando e aos cuidados, dele, de sua irmã e de uma prima, todas o mantendo numa pensão e sob marcação cerrada. Tem dado certo e isso ela estampa sorrindo, pois diz ser essa uma espécie de missão, a de devolver seu irmão à normalidade, longe das bebidas e das drogas. A esposa deste foi para Minas Gerais junto da filha e estão também tentando reconstruir a vida por lá, até algo possa ser feito lá na frente, quando tudo estiver normalizado.

Ele vive hoje cada dia como algo renovador. O sebo está um tanto entulhado de livros, pois não tem mais o tempo necessário para a dedicação que o mesmo precisa, mas continua de vento em popa. Diz ter pensado muito em parar, mas não o fará e já conversou com o proprietário da casa, seguindo em frente, agora cheio de promoções e sempre aberto para ir vendendo o estoque, pois tem dois andares só de livros, LPs e CDs, muitas raridades e não quer se afastar de algo que movimentou sua vida até agora, não vendo motivo para tentar fazer algo diferente. Ele agora, tira diariamente uma quantidade grande de livros e os coloca na calçada, todos empilhados e por ali permanece, fazendo de tudo, atendendo, selecionando, conversando e passando seu tempo.

Essa disposição do abnegado Roberto é algo encantador, pois sempre foi um batalhador no que faz. Quando o pai faleceu, consegui juntar forças, fez uma promoção maluca de vender tudo a R$ 2 reais cada e movimentou a parte dos amigos do velho Bau. O que restou trouxe para sua loja e segue em frente, agora com sua vida voltada para o filho, que mora em outra cidade, cuidar do irmão, envolvido com a nova fase de uberista e com o sebo, pois além de permanecer com as portas abertas por mais de cinco horas, atende também os pedidos via reembolso, Mercado Livre e estante Virtual. Sobra tempo pra mais nada e diz que assim está bom demais, pois enquanto tiver forças, vai seguir adiante, com seu tradicional ponto de livros, no cruzamento da Treze de Maio com a Rodrigues Alves. Para quem puder passar lá ele diz que “a pessoa que quer levar um livro acaba levando, pois estou aberto para conversa e por fim, negociamos até ele sair com o livro debaixo do braço”. Roberto e o Sebo do Bau resistem, para felicidade geral dos amantes de leituras e livros.

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