segunda-feira, 15 de novembro de 2021

REGISTROS LADO B (71) e BEIRA DE ESTRADA (143)


NO 71º LADO B, UM JORNALISTA COM RODINHAS NOS PÉS, AURÉLIO FERNANDES ALONSO
O jornalista AURÉLIO FERNANDES ALONSO é de uma cepa à moda antiga, dessas pouco usais hoje. Hoje, infelizmente, a imensa maioria dos jornalistas – talvez nem tanto por culpa deles, mas por imposição das empresas onde atuam – pratica o jornalismo “bunda grudada na cadeira”, ou seja, produzem seus textos de firma indireta, sem contato físico com o local dos acontecimentos. Tudo à distância, eliminando custos e tempo. Neste 71º LADO B – A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, o papo semanal será com alguém fazendo questão de remar contra a maré e continuar creditando que nada é melhor do que, “estar aonde o povo está”, ou seja, sair das redações e estar no palco dos acontecimentos. O motivo dele estar aqui não é somente este, mas todos os demais, juntos e misturados. Aurélio é um cavador de boas matérias. Por um bom tempo, até bem pouco antes de conseguir sua aposentadoria no Jornal da Cidade, produziu, por exemplo, o Caderno regional, hoje não mais existente, onde todo domingo ele apresentava matérias das mais interessantes, feitas todas com assuntos na região de Bauru. Antes Aurélio viajava com motorista, fotógrafo e ele, quem escreveria a matéria. Nos últimos tempos era coringa, dirigia, fotografava e escrevia. Os tempos mudaram e ele tentou acompanhar, mas quando deram cabo nas matérias in loco, por sorte, já podia requisitar sua aposentadoria e assim o fez. Hoje, sente falta de uma redação, mas usa seu tempo viajando por aí, revendo lugares e pessoas, circulando como gosta e louco de vontade de voltar a escrever, livre, leve e solto.

AURÉLIO é praticante do jornalismo dentro da verdade factual dos fatos, ou seja, ouve todos, inclusive a parte contrária, mas nunca faz acordos com essa. Por não ser praticante do jornalismo balcão de secos e molhados comprou brigas homéricas ao longo de sua vida, mas também, para seu orgulho, conquistou confiança e credibilidade por onde passou. Reconhecido por muitos, de algo não o podem acusar, de ter sido desleal e omitir, falsear ou golpear a verdade. Isto, por si só, grande feito. Depois de aposentar as letrinhas diárias, com um monte de coisas pululando na cabeça, sentou em seu computador e resolver juntar muitas das histórias que tomou conhecimento ao longo da vida e escreveu um livro. Alguns podem até achar tratar-se de realismo fantástico, mas na verdade, como sabemos, este vive na maioria de nossas pequenas cidades, daí em cada uma, mais de uma história fantástica. Juntou tudo e criou algo como uma novela interiorana. O danado escreve e viaja, gosta de estar com a mente arejada e para tê-la a contanto, nada como vicejar pela aí. Bota constantemente o carro na estrada e sempre que pode, está confirmando histórias pelos mais diferentes lugares. Um atento observador não só da história, como da política regional. Dono de um texto onde o requisito principal é a apuração dos fatos, ele continua apurando tudo à sua volta e só se posiciona ao lado das boas causas. As boas e as mais que necessárias. Não o convidem para embarcar em barcas furadas, pois como atento em tudo que faz, não se deixa ser conduzido.

Conversar com gente como Aurélio é mais que uma delícia, pois sempre bem informado, dá para se discutir tudo. Não é destes se arvorando de saber tudo, pois sabe não ser assim as coisas, mas tem opinião formada sobre quase tudo, aceitando também ser convencido, desde que os argumentos sejam válidos. Desta forma, vê-lo sempre envolvido em boas discussão em bares, lives, encontros, palestras, ou seja, por onde circule. Neste bate papo falaremos de jornalismo, jornalistas, política, cidades do interior, viagens, ferrovia, terceiras vias, precarizações e fundamentalismo. Ou seja, de tudo um pouco e dele também. Ele, oriundo da região de Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo, tem muita história para contar desde que, formado pela Unesp Bauru, ganhou o mundo e não parou mais de escrever. Tempos onde muitos se intitulam jornalistas. Eu mesmo, professor de História, tenho meu MTB, mas Aurélio é jornalista de verdade, com diploma e tudo. Falaremos também deste tema. Enfim, no bate papo um pouco da vida pessoal do Aurélio e depois o algo mais de sua vida estradeira e com a sopa de letrinhas sempre diante de seus olhos e dedos. Outro predicado a seu favor vem por ser frequentador de bares, botequins, desde os mais imundos até alguns mais rebuscados. Em todos, recolhe histórias, conversa aos borbotões e bebe de menos. Ouve mais do que fala, outra de suas qualidades.

Abaixo uma ou outra coisinha onde o citei nos meus textos publicados pelo facebook e no meu blog pessoal, o Mafuá do HPA (publicações diárias desde 2007 – www.mafuadohpa.blogspot.com):

- Publiquei em 28/02/2016: “O QUE AINDA BUSCO NOS JORNAIS - "O DESBRAVADOR DO SERTÃO", JC REGIONAL AUTORIA DO AURÉLIO FERNANDES ALONSOc- Diante de um jornalão, principalmente os dominicais, com mais cadernos e número de páginas que os dias normais, nem tudo merece leitura. A cada dia estamos mais e mais seletivos. Escolher a leitura é algo dos mais interessantes, como fiz hoje diante do JC no meu portão. Trouxe para dentro de casa junto com a Carta Capital, a última Brasileiros e um livrão da Ecléa Bosi, que pretendo destrinchar em no máximo dois ou três dias. Tudo ali diante dos meus olhos, mas algo me chamou a atenção no JC de hoje e logo numa pequena chamada de capa, sem foto, sem nada: "A história de Theodoro, o desbravador". Começo a folhear o jornal e na Coluna do Rufino, percebo que o citado jornalista também se apercebeu da grandeza do que estava embutido logo a seguir, pois produz a primeira nota da coluna e com direito a foto do autor, o jornalista Aurélio Fernandes Alonso. Folhei logo o jornal todo e me concentrei no caderno Regional, com 3 páginas. No título do Caderno lá estava o título, O DESBRAVADOR DO SERTÃO. Sabia que iria me deliciar e de fato o fiz, me lambuzei todo. Primeiro escrevo do autor, o Aurélio, um pacato cidadão, mais dado a escrever do que falar, mas quando fala, tem fortes argumentos para te segurar numa longa conversa. Nos encontramos de vez em sempre lá no Alfredo de Castilho, jogos do Noroeste e ano passado papeamos até cansar num final de jogo, onde falamos de tudo e mais um pouco. Foi ótimo para conhecê-lo melhor e crescer em mim a admiração pelo bom trabalho, pautado pela ética, lisura e jornalismo como nos velhos tempos. Ele, fiquei sabendo depois é cria d'o Debate, o vibrante semanário de Santa Cruz do Rio Pardo, que quase fechou as portas por querer denunciar algo de um juiz local. Diante disso informo algo, tudo que tem a assinatura do Aurélio eu já vou lendo e na imensa maioria das vezes acabo gostando. Dessa sua pesquisa, a envolver a história de José Theodoro de Souza, um sujeito que saiu de Pouso Alegre MG "para iniciar a guerra ao índio e ocupar terras nas regiões de Botucatu, Bauru e parte meridional do Estado" eu me encantei. Contando com a substancial ajuda de dois historiadores, João Carlos Figueiroa e Celso Prado ele foi a fundo e dá uma amostragem do tanto que ainda pode ser feito em relação às nossas origens. Quem quer saber de como se deu a chegada do homem branco por essas plagas deve se preparar, pois a carnificina comeu solta. O exemplo maior foi a glorificação do matador de índios Machado de Mello, como praça bauruense e bem defronte nossa estação ferroviária, na época ponto de entrada e saída da cidade. Cultuamos até hoje os matadores, isso um fato. Vale muito a pena a leitura do rico material produzido pelo sempre competente Aurélio. Cliquem a seguir e leiam:http://www.jcnet.com.br/…/2…/02/o-desbravador-do-sertao.html Na qualidade de historiador, indico, recomendo, dou aval, sugiro e acrescento: jornalismo linha de frente. Valeu, seu Aurélio!

- Publiquei em 23/12/2018: “CARICATURAS DE REGINÓPOLIS DO FAUSTO, TEXTO DE HOJE DO AURÉLIO NO “REGIONAL” DO JC E EU COM ELE REVENDO A CIDADE E, PRINCIPALMENTE, AS PESSOAS - Na edição de hoje do Jornal da Cidade, o último dos moicanos pelo modal impresso em Bauru, a primeira parte que leio ao pegá-lo às mãos agorinha mesmo é o Caderno Regional, escrito sempre pelo brilhante jornalista e amigo Aurélio Alonso, o “Caricatura resgata autoestima – Cartunista Fausto Bergocce fez 120 caricaturas de tipos populares de Reginópolis, enquanto Diogo Ladeira criou o desenho afetivo em Pederneiras”. São três páginas de pura emoção e nelas uma frase escolhida pelo jornalista para abrir um dos textos resume o que sinto a respeito do assunto: “O chargista e ilustrador Fausto Bergocce levou muito a sério a frase do escritor Leon Tolstói: ‘fale de sua aldeia e estará falando do mundo’. É bem isso o que ele fez ao desenhar 120 caricaturas dos mais variados tipos populares de sua cidade: Reginópolis”. O texto todo já disponibilizado no site do jornal é esse: https://www.jcnet.com.br/…/caricatura-resgata-autoestima.ht…. Agora, a parte que me toca nesse cabimento. No começo da semana, como escrevi o livro sobre Reginópolis (eu escrevi e o Fausto desenhou, com mais de 250 ilustrações), fui convidado pelo Aurélio para dar um pulo juntos na vizinha Reginópolis e registrar os encontros com os três escolhidos por ele, dentre os 120 personagens. Aceitei de pronto, pois rara oportunidade de rever a cidade, amigos lá deixados e colocar os pés no barro, estrada e reviver algo a me encher de alegria e contentamento. Estivemos com seu Alberto, o barbeiro, seu Zezinho, o do armazém na praça e seu Maurílio, o do escritório de contabilidade. Aqui publico três fotos do Aurélio tirando fotos deles, nove ao todo, todas de minha lavra e servindo para ilustrar esse outro lado do brilhante texto de um dos Cadernos mais saborosos dentro da atual fase do jornal, pois além de mostrar sempre algo regional, conta com a sapiência desse jornalista. (...)”.

- Publiquei em 11/07/2019: “PRA QUE DISCUTIR COM COXINHAS - Tomo conhecimento que meu amigo Aurélio Fernandes Alonso, jornalista de uma cepa construída à moda antiga, atuando dentro da verdade dos fatos, recentemente aposentado e se desligando do Jornal da Cidade, hoje atuando ao lado da filha em projetos novos, gosta de rua, de frequentar lugares escolhidos a dedo e se envolveu recentemente em inócua contenda. Num desses lugares onde gosta de estar, a banca de jornais da Ilda, ali ao lado do original aeroporto de Bauru, o na Octávio Pinheiro Brisola, no último domingo se deparou com alguém que não aceitava discutir opiniões, mas impor a sua. Educado, bem informado e com o passar dos anos, não querendo mais levar desaforo pra casa, argumentou com um boçal, um defensor da crueldade do atual momento, esse divisor de águas entre o que tínhamos no passado e a merda toda flutuando no ar que temos hoje. Não estava presente, mas ouço dizer ter sido um esfrega considerável. No frigir dos ovos, o sujeito na tentativa de macular sua imagem, o chama de "petista". Eu, na qualidade de petista, explico algo. Aurélio não é e nunca nem foi petista, creio nunca o será, mas é um sujeito dotado de bom senso, sabe reconhecer aqui e ali os erros e acertos, somente isso, nada mais. O que o sujeito fez foi praticar a bestialidade no seu grau mais insano, ou seja, tudo o que não está dentro da sua linha de pensamento e ação só pode ser coisa de petista, como se o ser fosse demérito. Vivemos algo assim hoje e o ocorrido com o calmo, tranquilo e reflexivo Aurélio é somente a ponta o iceberg do que está em curso e do que virá pela aí se não retomarmos as rédeas da situação. O melhor mesmo é virarmos logo essa mesa, devolvendo um pouco de sanidade nas relações, mas como isso está em falta no mercado, convido todos para sacar da vitrolinha um disco salutar de nada menos que João Gilberto (dele todos o são) e ouvir um clássico, o PRA QUE DISCUTIR COM MADAME”.

- Reproduzi do Opinião do JC, de 05/11/2020: “VIAGEM DE VEREADOR QUESTIONADA,por Aurélio Alonso - A função do vereador é vigiar o Poder Executivo, propor projetos de lei e acompanhar atentamente a execução orçamentária. Nos últimos anos, a atividade de legislador vem sendo deixada de lado. As Casas Legislativas viraram meros homologadores de comendas e muito clientelismo servil aos interesses do prefeito de plantão. Não é atribuição de vereador buscar emendas em Assembleias e Câmaras federais. Essa distorção aumentou no Brasil, porque o parlamentar municipal virou cabo eleitoral de luxo de deputados. Por isso, é comum o vereador viajar a São Paulo e Brasília para visitar os seus "padrinhos" políticos, com a despesa custeada pelo Legislativo. Uma viagem a São Paulo tem um custo com pedágio, combustível, alimentação e hospedagens. Para Brasília, a despesa fica mais cara, pois é na maioria das vezes feita de avião, cuja passagem tem preço mais elevado (se for de carro ou ônibus também não é tão barato comparada à viagem à capital paulista). O correto é o vereador custear com seus próprios recursos essas viagens. Afinal, o subsídio visa cobrir despesas de suas atividades legislativas, mas nota-se que a função de vereador virou profissão. Há tolerância de permitir determinadas viagens com custeio com verbas públicas, desde que sejam esclarecidos o itinerário e se preste contas. A autorização destes gastos depende de passar pelo crivo da mesa diretora da Casa, do qual foi a forma de controlar a despesa. Independente de existirem formas de inibir a despesa, a minha opinião é que está na hora de acabar com a mamata.
Usa-se o argumento da busca de emendas parlamentares (outra deformação da atividade que transformou o deputado em despachante de luxo que direciona essas verbas para atender a interesse de política paroquial). É uma descarada forma de fazer lobby a determinados projetos que muitas vezes não atende ao interesse púbico e simplesmente ajuda apaniguados com vistas às eleições futuras. Por analogia, o vereador tem sua atividade na cidade que representa, a Constituição lhe concedeu inviolabilidade de voto e opinião na circunscrição do município. Fora dos limites do município, o edil não tem essa prerrogativa: se exceder ao dar uma opinião e cometer calúnia, injúria e difamação será processado. Então, vereador não é deputado e sua atuação fora da cidade que ele pague a despesa do próprio bolso. Só para lembrar, já houve casos de uso desse dinheiro em casas de prostituição, congressos fajutos, abuso de gasto com combustível e manipulação de notas fiscais para se locupletar da grana.

Escrevinhei muito mais dele, mas creio, como aperitivo está mais que bom. Daí o convite: Vamos juntos? HOJE NO 71º "LADO B" UM PAPO RETO COM O JORNALISTA AURÉLIO FERNANDES ALONSO, FALANDO DE TUDO UM POUCO E MUITO MAIS. Eis o link:  
https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1176467852882706

OUTRAS COISAS

1.) NÃO SEI MAIS ONDE ENFIAR A MINHA CARA DE TAMANHA VERGONHA PELA PREFEITA QUE TEMOS EM BAURU - https://www.youtube.com/watch?v=caD41tj_MjM

Deprimente ter que assistir o filósofo Paulo Ghirardelli falar tanta verdade num curto vídeo, algo que deveria fazer o cidadão de bem desta cidade tomar uma atitude enérgica contra o que representa essa incomPrefeita para nós bauruenses. Eu depois de assistir este vídeo não seu mais onde enfiar a minha cara de tanta vergonha. Paulo mesmo diz que, já morou em Bauru e antes a cidade tinha fama de ser "sem limites", progressista, avançada e coisa e tal, mas hoje, afunilou e recaímos em algo que não dá mais para entender. Acertadamente ele qualifica Bauru como "Bolsonaristicamente a Terra do Comunismo Cagão", tudo por causa de uma mente totaltamente desajustada, a da pessoa que fez o escândalo lá dentro do McDonald's e depois pelo papelão que a alcaide nos faz mais uma vez passar.

Mais do que certo que a promiscuidade está na cabeça das pessoas e desta forma e jeito, o comunismo chega até Bauru e pelos meios mais inusitados, atravésa de uma rede de fast food norte americano. é muita vergonha, burrice, desconhecimento do que é ser prefeito (a), do que é governar uma cidade como Bauru ou qualwuer outra. Quando o normal do mundo é uma coisa, o normal da coisa aqui em Bauru, com esse pessoal fundamentalista é exatamente o contrário, pois todos sabemos, quem segue a cabeça de alguém como Jair Messias Bolsonaro não pode ser considerado uma pessoa normal. Num certo momento do aúdio, Paulo diz e dou toda razão a ele: "Se a prefeita quer ser ignorante que seja. O que não pode é ser a mais ignorante do Brasil, pois depois dessa do comunismo chegar por aqui via banheiros, ela passou de todos os limites. Não dá mais para suportar o bolsonarismo neste nível tão baixo. Quando Bauru terá de fato uma prefeita? Só mesmo criando um zoológico para bolsonaristas e ela indo nele parar. Como deixamos pessoas assim nos governarem?", conclui.

Nessa próxima sessão da Câmara de Vereadores talvez tenha início o processo de cassação da incomPrefeita, pelo que já foi apurado de irregularidades na CEI, presidida a contragosto pelo Seu Bira, fundamentalista como a alcaide, mas como afirmou Paulo Ghirardelli no vídeo aqui compartilhado, ela deveria o ser pelo conjunto da obra, tudo culminando com a vergonha que faz Bauru passar com isso de comunismo num banheiro de um bar. Suéllen é o ridículo elevado à sua máxima potência. Contemporizar com isso é passar mais e mais vergonha. Enfim, com que cara vou sair por aí daqui por diante apregoando ser bauruense? Serei motivo de chacota generalizada. Podem perceber, com graus mais ou menos elevados, mas todo bolsonarista possui algo muito parecido com o que essa senhora fez lá dentro da loja do Mc e da ação da alcaide. Ele pensam e agem na imensa maioria das vezes exatamente deste modo e jeito. É muito pra cabeça de qualquer um.

2.) O 15 DE NOVEMBRO, FERIADO E A HISTÓRIA REVIVIDA
Olho para o passado cada vez mais entristecido, pois não conseguimos evitar a chegada de gente como estes que hoje nos governam. Como foi possível? Eu como historiador, li tanto, tentei entender isto tudo e mesmo tentando ao máximo decifrar algo ocorrido lá atrás, as transformações ao longo do tempo, imaginava muita coisa, mais não uma decripitude tão consistente. Já cansei de rever como se deu a Independência e também a República. O povo não participou ativamente destas e de tantos outros atos históricos. Esteve ausente propositalmente, ou seja, não o queriam incomodando no que faziam. Para mim, o que desembocou nessa República que tivemos é de pouca importância. Os atos mais importantes de nossa história são os levantes, as manifestações populares, as contestações onde o povo conseguiu se manifestar e exercer sua cidadania. Quase todos foram na sequência sufocados e da forma mais brutal possível. Todas as grandes decisões históricas deste país foram de gabinete, dadas por uma minoria, golpes e mais golpes.
Os donos do poder nunca deixaram que o povo se manifestasse livremente em toda nossa história. Permitiram arroubos, mas quando estes provocaram algum tipo de risco para seus interesses, foram sufocados. O povo bem que tentou em muitos momentos e até continua tentando, mas sempre com poucas chances. Diante deste momento insano que vivemos, onde reina essa bestialidade que é a bolsonarização de mentes e atitudes, olho para trás e tento imaginar como se deu a República. Ela se deu e o povo não a percebeu de fato. Mudou algo, mas para ele tudo continuou como dantes. E desembocamos nisso, nessa perdição, onde a resistência é cada vez mais dificultada. São tantas coisas, os olhos querem fechar, o sono me balança, mas não consigo dormir. Levanto, despejo isso no papel, como um peso me impedindo de descansar e volto pra cama para tentar fechar os olhos e dormir. Tomara consiga...
OBS.: Este último escrevi na bacia das almas, quase dormindo, ou melhor, levantei para escrevê-lo, pois creio não conseguiria fazê-lo se não despejasse algo no papel.

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