quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (160)


INDIFERENÇA NÃO É COMIGO
Sempre fui assim. Não vejo a banda passar sem me pronunciar, favoravelmente ou para tecer alguns comentários. Criticar faz parte do negócio. Como posso me manter indiferente neste momento brasileiro, quando as instituições ruem como castelo de areia e tudo desmorona à nossa volta? Não fazendo nada, permanecendo no meu canto, quieto, calado e contrito, sei que chegarão em mim de qualquer jeito. Eu me exponho e atraio a ira destes perversos. Quando escolho um dos que desdizem de algo tão simples, seguirmos a Ciência neste momento obscuro, só o faço para não permitir o degringolamento total. Não está dando para ver tanto iniquidade e eu cá do meu canto, inerte, vendo o mundo desmoronar e agindo como se nada estivesse em curso e acontecendo. Não dá para agir como o velho da tira do amigo argentino Miguel Rep, um que recebeu todas as indicações, todos os recados possíveis, sabia de tudo e nada fez. Eu sou do time que faz e pago meu preço por assim proceder. Sou assim, não me seguro diante destes perversos e crueis. Estou na luta, principalmente neste momento, esgrimando bravamente pelo retorno do país a alguma normalidade. No caso bauruense, com uma inconPrefeita no cargo, fundamentalista até a medula, com ações mais do que descabidas como norma de conduta, permanecer vendo a banda passar é ver a cada dia essa cidade fenecer e ser mais e mais destruída. Pego no pé ao meu modo e jeito, como sempre fiz e faço, melhor, farei enquanto continuar vivo. Não deu para segurar a barra e permanecer quieto com tanta divulgação apregoando o kit covid e o tratamento preventivo como a salvação da lavoura. Cá estou, sendo apedrejado novamente, mas ciente de que, nesta empreitada, eu e o Marcos Paulo Casalecchi Rezende, estamos no caminho certo. Cobrando por algo que achamos justo. Estamos simplesmente fazendo a nossa parte, ou seja, não jogamos as garafinhas pra trás e fingimos nada acontecer, pois acontece de tudo no palco desta insólita "terra do sanduíche".

VERGONHA E FIM DE FEIRA NO FINAL DE ANO DA PREFEITURA DE BAURU
Bauru anda pela hora da morte. São tantas coisas. Percebo nitidamente espiando como alguns secretários atuam que, muitos desistiram de fazer algo concreto e se bandearam para passeios, reuniões na capital ou outros lugares, fazendo turismo, passeando de forma quase explícita, pois sabem, de nada adianta permanecer em seus gabinetes e nada poder fazer. Já que nada farão mesmo, vijam e assim estreitam relações (sic) pela aí. Alguns ainda ousam defender a indefensável, dão entrevistas e falam de resolver algumas coisas, mas na verdade, estão todos mais perdidos que cegos em tiroteio, contando com a sorte para continuar tocando o barco. A máquina parece girar sem comando, por conta própria, como uma estrutura possuidora de um mínimo de conhecimento do rumo a ser traçado. Isso é o que ainda sustenta a atual administração. Não adianta mais maquiar a situação, pois a face do que ocorre, não mais permite perfumaria, muito menos cosméticos. Já deram o que tinham que dar, ou seja, NADA.

O clima na Prefeitura Municipal não é de final de ano, mas de final de feira. Dá para sentir isso no ar. O clima anda pesado, um fugindo do outro e os poucos que fazem algo, são os funcionários de carreira, os ainda com alguma responsabilidade, ciente do dever de fazer algo pela cidade, pois os demais, todos já estão em outra, curtindo o momento, que sabem, pode terminar a qualquer instante. Impossível essa barafunda continuar por muito tempo, pois mesmo que a roda continue girando ao sabor do vento, este tende a parar e estancar de vez alguma movimentação. Nunca vi algo parecido em nenhum outra administração municipal. Um clima de declarado velório, cabeças baixas, tudo sem respostas claras, só evasivas, sem sentido, invencionices para ir se safando. Até dentro da própria Câmara dos Vereadores, quem até então defendia o desGoverno, já não o faz como dantes. Existe, claro, o toma lá dá cá, mas não deve continuar por muito tempo. Não quiseram investigar a fundo com uma processante o que de fato ocorre nas hostes governistas, daí, preferem ir vendo tudo ser desmontar em polena praça pública. Não vai sobrar nada de bom desse período e todos que deram seus nomes, seguiram juntos, mais dia menos dia, fenecerão junto da derrocada que se avizinha. Inexorável, pois nada fazendo, uma hora a roda engripa. Falta pouco. Vejo no semblante de muitos algo mais do preces, torcendo para que o recesso chegue o mais rápido possível, pois assim terão tempo para sobreviverem mais um pouco no balão de oxigênio.

DEUS DINHEIRO E DEUS MERCADO NÃO SÃO TUDO NA VIDA
Defensores instransigentes do "Deus Dinheiro" e "Deus Mercado" pululam pela aí. Entre nós vários deles, os que passam por cima de tudo, até da boa convivência humana, tudo para privilegiar as negociações - quando não, negociatas - financeiras como as em primeiro lugar. Banais e destes todos, podem reparar, nenhum valoriza de fato o ser humano, o semelhente, pois o ter, possuir, edificar, amealhar é mais importante. Não vivem adequadamente a vida.

Me cai nas mãos nestes dias pr estes dias o texto "Dinheiro - O Poder da Abstração Real", dos professores Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galílopo e algo bem natural extraio do que li, pois exorcizam os demônios das finanças. Das conclusões mais simplistas e naturais eis algumas: "Um país não pode ser administrado como empresa. Essa frase por si só, mereceria um textão de longa metragem. "A economia não é uma estrutura rígida, com propriedadesfixas, que se reproduz indefinidamente, mas uma estrutura complexa, permeada pela incerteza, que se transforma ao longo do tempo". Nela, o aceite pelos caminhos que não dão certos e daí, aceitá-los e não querer impor regras para todos os demais. "O dinheiro é o objetivo supremo no capitalismo. Sem a ambição do dinheiro os capitalistas não investem, os bancos não emprestam e o produto e o emprego não crescem" e "Quando o medo esmaga a ganância, todos correm para o dinheiro", ou seja, um livro que, se lido com mais atenção nos remete para algo bem simples e que os capitalistas não dão a menor importância: recorrer à história sem abandonar a teoria e discutir a teoria sem abrir mão da história.

Escrevo disto após embates nesta semana com alguns que não compreendem o significado de esquerdistas, visto por eles como "gourmet" ou "caviar", pelo simples fato de cobrar posicionamentos dentro de um padrão normal. Para estes colo abaixo poesia do professor Jeferson Barbosa, bauruense exilado em Natal RN, sem querer voltar pra terrinha do sanduíche e de lá, enxergando muito do que viceja por aqui, pois vale não só para quem ele dedica a escrita, mas para tudo o mais, muita coisa envolvendo a "areia movediça" bauruense:

"Resistência de sobrevivência*
* Para as 242 vítimas do massacre da Boate Kiss, Porto Alegre, RS
Vem do mal do ideal do capital,
Fé cega no poder da abstração
Do canto de sereia liberal,
Quase tudo da nau da maldição.
De realidade artificial,
Contra o trabalho e a produção,
O acumulado neoliberal
Se aprimora na acumulação.
Na lei da grana impera canalhice
Quanto mortes resultam na mesmice.
De medo vive o mundo descontente
Sob o ciclo espanado da roldana.
E à injusta causa imposta indiferente,
Enxuga o gelo da miséria humana …

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