sábado, 4 de dezembro de 2021

REGISTROS LADO B (72)

PERFORMÁTICO NÉL MARQUES NO 72º LADO B, SUA VIDA MAMBEMBE E FORA DO CIRCUITO TRADICIONAL
Depois de duas semanas sem os bate papos de final de semana, por me encontrar na estrada e num local sem sinal convincente com a internet, desisti de fazê-los enquanto perdurou meu distanciamento de Bauru. Voltei um tanto recarregado e pronto para estes novos embates. Este LADO B – A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES continua sua saga em busca de histórias pouco conhecidas, a de personagens da vida desta aldeia, os que tocam suas vidas por vias diferenciadas, alternativas e fora dos padrões convencionais. Numa semana onde a questão política recheada de rachadinhas predomina o debate fui em busca de alguém, ciente disto tudo, mas envolvido também em outras questões, como a de tocar um projeto realmente diferenciado por essas plagas, o Espaço Gentileza. Sim, falo do intrépido NÉL MARQUES, de sua vida e dos envolvimentos com algo realmente transformador. Se buscava encontrar alguém para uma conversa sobre como se dá isso de ter de fato uma experiência diferenciada, eis o sujeito certo, com cabedal para nos falar e contar algo de como se dá a vida dos que ousam agir diferente.

NÉL faz isso desde muito tempo. Rodou alguns lugares do mundo já com isso dentro de sua cachola, desde Buenos Aires, Ilha Grande e Barcelona, tendo aportado aqui em Bauru e hoje, baluarte de algo conquistando cada vez mais a admiração de boa parcela dos bauruenses. Ele vai nos contar como surgiu essa ideia de tocar a vida pela aí, pelas vicinais da vida e ao lado de gente igual a ele, sem medo de enfrentar os dragões todos, sem lenço e documento. Ele canta e toca violão como poucos, ou seja, um músico também completo, com repertório bem ao gosto das transformações que necessitamos. Sua voz está sempre a serviço de algo edificante e, é claro, da sua própria sobrevivência. Junto de Cátia Machado, outra cantante, já entrevistada aqui neste Lado B, eles estiveram em busca de um lugar para colocar em prática o projeto libertário. Estavam em vias de consegui um espaço público, a edificação de um antigo hotel tombado pelo patrimônio histórico e ali construir algo com essa cara e proposta de juntar pessoas, ideias e assim dar o seu quinhão na construção de um mundo mais palatável. Não deu certo, pois o hotel, ali na quadra 1 da avenida Rodrigues Alves ruiu e inviabilizou tudo.

Passado pouco tempo descobriu esse paraíso ecológico encrustado num dos trevos da Bauru Ipaussu, na estrada que passa diante do cemitério do Ypê e quando chega na rodovia, dá de cara com a placa indicando à esquerda, o Espaço Gentileza, um local me constante mutação e transformação. Nél vive ali, num quartinho modesto, onde tem uma mesa para seu computador e um colchão, que durante o dia está em pé, encostado na parede e durante a noite ou quando bate o sono, estende no chão. No mais, passa os dias por ali, construindo, dando tudo de sai para dar cara nova ao local. Ele sabe e assim quer, a cara é dos que lutam pela transformação do mundo e não dos acomodados. Conhecer um pouco dele, sua trajetória e do que vai pela sua cabeça é salutar para todos os ainda em busca de alternativas para a desgraceira que nos envolve, ir tomando conhecimento de jeitos, modos e algo em curso para mudar o ritmo e rumo das coisas. Esse danado não sossega o facho. Fui até lá, conheci o espaço, andei com ele por tudo, revi o amigo Raul Magaine, ali instalado e inserido no contexto do local. Enfim, o convite está feito, para o Bate Papo de logo mais, 19h, quando ele lá, eu cá, tentaremos dissecar em uma hora, algo dessa inebriante história de vida.
Vamos juntos?

Eis o link da chamada para o 72º Lado B, sete minutos: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/291106266356600

Eis o link para o Lado B, surpreendente de 2h1-, o record dentre todos. A conversa estava tão boa, Nél querendo falar, contar mais e daí, deixamos a coisa rolar mais um bocadinho: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/634330374591335

PITACO DO HPA: A entrevista com o Nél superou todas as expectativas. De uma duração média de 1h, como ele queria contra muitas de suas histórias de vida, deixei-o falar e assim, o estimulando, passamos de duas horas de intenso e muito proveitoso bate papo. Nél tem muita história para contar e as contou com devida galhardia e sapiência. Não quero antecipar nada, pois vale mesmo a pena ouvi-las da própria boca de seu protagoinista. São somente duas horinhas e ao final, a certeza de estar diante de um cidadão merecedor de toda pompa.


 

OUVI NO BAR O MELHOR ENTENDIMENTO DA CONTENDA POLÍTICA BAURUENSE*
* 42º texto deste mafuento HPA, escrito com exclusividade para o semanário DEBATE, de Santa Cruz do Rio Pardo, edição nas bancas hoje:

Eu, como todos sabem adoro frequentar um bom bar. Principalmente destes onde rolam assuntos quentes – valem também os requentados -, os mais candentes do tabuleiro de xadrez da contenda política local. Esta semana o bicho anda pegando por estas bandas. Pela terceira semana foi votado na Câmara dos Vereadores pedido de Comissão Processante contra a alcaide Suéllen Rosim, todas recusadas e no mesmo dia da sessão dos vereadores da semana passada, um vereador foi preso junto de assessores pela comprovada prática da rachadinha.

No bar ouvi de tudo e mais um pouco:
- Se viu, parece que a coisa está feia pro lado do vereador. Ele não só mantinha funcionários dentro das administrações, como ficava com parte do salários destes.

- Se vi e ainda mais justamente a sua prisão ocorrendo no mesmo dia da votação de mais uma processante contra a prefeita. Será não tem uma coisa a ver com a outra?

- Olha, não se descarta nada, mas coincidências acontecem e muito. Eu mesmo já vi e te provo de um raio que caiu duas vezes no mesmo lugar.

- Não precisa chegar a tanto, eu acredito em ti. Eu fico só matutando se o tal vereador é o único que faz isso? Parece que tem mais gente preocupada por lá. Tem vereador dizendo na mesma tribuna que mais colegas de trabalho podem seguir pelo mesmo caminho.

- Isso é outra coisa. Tem uns que sabem das coisas do outro e assim sendo, nada fizeram até agora, mas agora vão aproveitar e colocar a boca no trombone. Acha justo isso?

- Tudo tem seu momento, meu caro. Antes talvez não tivessem a confiança para dar o empurrãozinho levando o colega ao precipício, agora sim. Sei que dois destes já foram depor, pois disseram saber de algo mais e assim sendo, foram convocados pelas autoridades a dizer o que sabem.

- E a prefeita que está em vias de ter que começar a responder pelos seus atos e enfrentar uma processante, parece ser a que mais capitaliza neste momento, né!

- Sim e não. Ninguém pode afirmar nada, pois a fumaça ainda não baixou e os tapas e pontapés continuam sendo desferidos de ambos os lados, mas quem cutuca, pode ser também cutucado. É a Lei do Retorno, levantando muita poeira. Nesse mundo da política, sempre ouvi isso, difícil o que não tem algo escondido no bolso do colete e pronto para ser usado nos casos de extrema necessidade.

- Então, você quer me dizer que tem gato nessa tuba?

- Como não sabemos ainda quem tem mais culpa ou mesmo alguma culpa no cartório, peça mais uma gelada para refrescar as ideias. Não podemos nos esquentar por estes. Nosso negócio é assistir de camarote a briga de galos, todos muito bem treinados. O que sei que é que ainda deve voar muita pena e de ambos os lados.
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História (www.mafuadohpa.blogspot.com).

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