sábado, 29 de janeiro de 2022

REGISTROS LADO B (78)

HOJE NO 78º LADO B, UM SENHOR DE 78 ANOS DE IDADE, SEU QUERINO DO TROMPETE, DO CARNAVAL E DE TANTAS BANDAS MUSICAIS, HISTÓRIA VIVA DE NOSSA MÚSICA

É com o máximo prazer que aqui trago para mais um bate papo semanal, netse LADO B - A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, alguém com muita história para deixar registrada e da melhor forma possível, revivendo-as num formato bem agradável e salutar, valorizando essas tantas pessoas que tanto fizeram por nós e são tão pouco faladas pela aí. Aqui neste espaço, procuro sempre exatamente isso, a valorização destes que, deram tanto suor pela aí e se nada for feito para registrar, deixar gravado, tudo se perderá com o tempo. Não basta a gente conhecer este ANTONIO CARLOS QUERINO, 78 anos, aposentado como oficial, segundo tenente da Polícia Militar de SP, mas tendo atuado por lá, a maior parte do tempo como integrante da famosa e hoje extinta Banda da PM bauruense, que tanto alegrou praças - presença marcante no coreto da praça Rui Barbosa - e cidades pela região.

Seu Querino é parte dessa história mais que viva, ainda muito pulsante e emocionante, pois gente como ele fez e aconteceu tempos atrás. No caso dele, enxuto e com a saúde nos trinques, só esperando a pandemia dar uma sumida no mapa para dar as caras e tocar novamente seu trompete pela aí. Histórias como as dele, de quem começou tocar muito jovem, encentivado pelo pai músico, tanto que aos 15 anos já tocava carnaval pelos quatro cantos de Bauru e região. Começou cedo e não mais parou. Querino é da safra de 1943 e além de policial militar e músico foi também boleiro, ou melhor, jogador de futebol, do amador destas plagas, já tendo batido um bolão em times como NAcional, Triagem, Matarazzio e Sanbra. Tem neste quesito também muita história para relembrar e nos contar.

Vamos juntar isso tudo hoje numa conversa reveladora, onde ele nos promete, terá o seu trumpete ao lado e se possível, o desenferrujará após meses parado devido pandemia. Uma conversa pra lá de musical, revivendo nomes de tantas pessoas com as quais conviveu, trabalhou, tocou, jogou bola ou simplesmente ruou por Bauru e região. Este sim pode ser considerado um carnavalesco na acepção da palavra, pois já tocou com seu instrumento de sopro todas as canções conhecidas e nos mais diferentes lugares, tendo como parceiros todos os que nos encantram por décadas. Sua história se mistura com a musical desta cidade e a própria Bauru. Hoje, mais comedido, ainda no resguardo, ressabiado, canta de leve em corais de igrejas, saídas muito esporadicas, algo muito pessoal, mas louco para colocar a banda toda novamente na rua.

Querino é pessoa mais que querida de todos, a própria simpatia em pessoa, dessas que você ao encontrá-lo, impossível não parar para um papo, onde são revividos algo sempre de bom, na maioria das vezes lembranças musicais. No bate papo desta semana quero tentar isso tudo e muito mais, numa conversa de uma hora, onde o faremos se lembrar de coisas do arco da véia. Não que Querino seja velho, pois jovial como se apresenta, está mais apronto e acabado que muitos mais jovens. Mente sã, corpo idem, o danado persiste, insiste e resiste, com uma vida cheia de encantos mil, pois fez parte de algo pelo qual mais essa cidade deveria se orgulhar, o timaço dos grandes músicos que por aqui já desfilaram sua eficiência, galhardia e o bom tocar. Lá do Jardim Marambé, onde mora atualmente, ele lá e eu do lado de cá, estaremos logo mais revivendo algo mais do que necessário em nossas vidas e neste momento, quando mais um festejo carnavalesco é adiado, nafda melhor do que não deixar a peteca cair e continuar falando de festas passadas, até para incentivar e lá na frente voltarmos com a corda toda.

Viva seu Querino, gente da melhor espécie, tocador como poucos e músico de grande monta, hoje meu convidado de honra.

CHAMADA PARA O 78º LADO B, COM O TROMPETISTA QUERINO, 78 ANOS, REVIVENDO HISTÓRIAS DE CARNAVAL E DE MUITA MÚSICA

Será amanhã, sábado, 29/01/2022, 18h aqui pelo facebook do mafuento HPA. Histórias de quem toca pela aí desde os 15 anos de idade e hoje, aos 78, esperando abrandar a pandemia para colocar seu trompete em circulação. Vamos juntos? Eis o link da chamada de 9 minutos: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1245375092619380
NO 78º LADO B O TROMPETISTA QUERINO, QUASE 78 ANOS DEDICADOS À MUSICA
Suas histórias, desde que deixou Lins, aos 20 anos de idade, ingressa na Polícia Militar, toca na Banda da PM desde então e vivencia histórias musicais por todos os lados e lugares. Tocou em todas as bandas de Bauru e região, inclusive em circos, igrejas, cabarés, velório e tudo o mais que encontrou pela frente. Com menos de 1m70 foi um grande goleiro do futebol amador bauruense. Ele e seu trompete fizeram história e tentei, ao meu modo e jeito ir fazendo com que ele revivesse algo dessa longa vivência musical. Dono de cativante sorriso, Querino é a simpatia em pessoa e fiquei deveras contente de tê-lo nessa galeria do "Lado B - A Importância dos Desimportantes". Estes são os mais importantes do meu mundo. Gente como Antonio Carlos Querino são mais do que necessários. Adorei bater papo com ele e espero que todos gostem, multiplicando isso, compartilhando e passando adiante isso para que mais pessoas tomem conhecimento dessa rica história de vida. Eis o link do bate papo completo com 1h20: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/3120520288206012.


DOENTIO NEGACIONISMO NÃO É NOVIDADE BAURUENSE, MUITO MENOS BRASILEIRA – O CONTO DO BILHETE PREMIADO*
* Eis meu 48º texto para o semanário DEBATE, edição de hoje, valente semanário de Santa Cruz do Rio Pardo. Confesso estar escrevendo nos últimos tempos, mas com as vísceras do que parando pra pensar e daí sai textos desta forma e jeito, pulsantes e escrito no calor dos acontecimentos, ou seja, com a minha cara, sem correções.

Infelizmente essa praga de gente se deixando levar facilmente, enganados de forma vil, acreditando em histórias de carochinha em pleno século XXI não é exclusividade brasileira, ou como querem os que vivenciam os acontecimentos aqui pela Cidade Sanduíche, também não se trata de algo ocorrendo só em Bauru. Malucos como Bolsonaro borbulham hoje mundo afora. A desinformação contrária a vacina pulula em variados contextos. Exemplifico aqui o que ocorre neste momento na Bulgária, talvez hoje o país com a maior taxa de não vacinados na Europa e, consequentemente, com um absurdo percentual de pessoas mortas em decorrência de uma atitude completamente absurda em relação à vacina.

"O passaporte é exigido para entrar em restaurantes, bares e shoppings. Muitos também precisam do documento para trabalhar. (...) No protesto, uma manifestante fez um discurso que viralizou na internet e nas redes sociais. "Não direi meu nome, caso contrário, aqueles que se sentam no parlamento me perseguirão", gritou. "Estudei biologia por seis anos, então sei que as vacinas contra o coronavírus não são vacinas! São coquetéis experimentais que contêm um chip e coisas que destroem nossa liberdade. São controladas por sistemas 5G. Ninguém deve ser vacinado!".

No link a seguir, matéria completa explicitando a situação búlgara: https://www.dw.com/.../negacionismo-faz-bulg.../a-60520363. O povo búlgaro está morrendo como bichos sob a onda negacionista, antivacina, muito mais que no Brasil dos terraplanistas, olavistas e fundamentalistas.

Em Bauru, terra que um dia já teve como secretário de Saúde o médico Davi Capistrano, terra do Centrinho, centro de excelência em tratamento labiopalatal na América Latina, também outro hospital reconhecido nacionalmente, o Lauro de Souza Lima, com décadas de avanço no quesito hanseníase, aldeia conhecida como grandioso centro acadêmico e universitário em todo interior paulista, hoje, quando da chegada ao poder de alguém como Seu Jair, o Senhor Inominável, assim como num vapt-vupt, parece que tudo veio por terra e o mesmo discurso arrebatando multidões na Bulgária, acomete brasileiros de todas as matizes.

Incompreensível como ideias tão sem sentido, como a de Olavo de Carvalho conseguiram vicejar e se multiplicar, conquistando a mente e ações de tantos, negando a ação da Ciência e dando voz a malucos, os conduzindo para o caos e a morte. Bauru que se cuide. Assim como aqui, tantas outras cidades se deixaram levar e hoje são comandadas por pessoas, não só desqualificadas para o cargo que ocupam, como com suas atitudes, colocando em risco a população. Ver formadores de opinião esbravejando diariamente pelas ondas possíveis dos meios de comunicação, verdadeiro atentado contra a saúde pública, sem que ocorra, no mínimo um indiciamento, um questionamento público é mais do que inadmissível, até por tudo o que já fomos e onde já estivemos. Muito retrocesso e em tão pouco tempo.

Hordas de pessoas perigosas pululam pelos quatro cantos do planeta e enquanto existe parte do planeta que avança, entende o que de fato ocorre, outra se beneficia do caos e dessa forma, visando espúrios interesses de poder, ocorre um andar para trás. O Brasil é o epicentro desse levante de desmemoriados na América Latina e no estado de São Paulo, Bauru, que um dia já foi chamada de Sem Limites, hoje é considerada ilimitada no quesito conservadorismo. Infelizmente, nem a direita mais conservadora já atuando nestas hostes não chegou ao que vemos hoje sob a batuta de um grupo fundamentalista evangélico neopentecostal. São despreparados, mas conseguiram chegar lá e apostam na desinformação da população. Na falta de confiável informação pelos meios disponíveis para a maioria da população, criaram os seus, onde amedrontam e enfurecem suas hordas, transformando-os em párias, reprodutores da perversidade e da própria destruição coletiva. Ver a população desmemoriada produzir uma espécie de harakiri, sem discernir que, justamente a sua crença é o que os destroem, produz tristeza, algo como uma punhalada e o fracasso do bom senso. A Bulgária é aqui. Brasil, Bauru e a Bulgária são protagonistas da descrença no ser humano transformador, revolucionário. Ao se deixar ser enganado de forma tão simplista, como ainda se vê no Conto do Vigário, no golpe do Bilhete Premiado, a derrota do Brasil enquanto nação.

Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e historiador (www.mafuadohpa.blogspot.com).

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