sábado, 19 de março de 2022

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (147)


VEREADOR NEGRO E A DENÚNCIA DO MÉDICO QUE DORMIA
"Olha impressionante se fosse qualquer vereador de zoio verde fazendo denúncia tinha bombado rede social, mas foi vereador negro de chapéu ninguém ligou...", Maria Inês Faneco, a empresária da pipoca e maior assistente social desta cidade, olhos sempre atentos para quem de fato move as peças contra os poderosos aqui por Bauru.

O vereador negro é o chapeludo e atento edil, um que, acreditava pela sua postura, ser somente lutador da causa animal, mas se posiciona junto também aos desvalidos desta cidade. De tanto andar com seu carrinho do mandato pelas ruas em busca de animais perdidos, vê e enxerga o que fazem com o ser humano. "Ao percorrer a unidade, Júlio César encontrou um médico clínico geral nos fundos da UPA Bela Vista e os outros dois em descanso. Ao ser questionado pelo vereador, o médico teria se revoltado e acionado a polícia, que foi ao local com três viaturas. Um boletim de ocorrência foi registrado", assim noticiou o fato a 94FM.

Presenciar médicos dormindo durante seus plantões no serviço público municipal de Bauru não representa nenhuma novidade. O fato não é novidade. Outro flagrantes já ocorreram, muitos deles e de concreto, para solucionar a questão, pouquíssima ação. Fazem um estradalhaço, depois a poeira é assentada e os privilegiados continuam exercendo suas funções da mesmíssima forma e jeito. Julio Cesar presenciou isso e o dorminhoco chamou até a polícia, pois teve seu sono interrompido. De tudo, adoro quando presencio ação deste intrépido vereador, indo além da causa animal. Agora que descobriu isso, o descaso do poder público também para com o ser humano, quiçá o veremos também com seu chapéu de abas largas investindo contra a perversidade latente não só nos plantões médicos - estes uma vergonha -, mas em tudo o mais. Será ganhamos um vereador de fato e de direito? Se for assim, ele promete. Em algumas votações tem se posicionado ao lado dos reais interesses do povo pobre, periférico e suburbano desta cidade, sua origem. O mandato, pelo que se vê, tem feito bem para ele, que chegou com um propósito, mas o amplia. Junto tudo isso com a frase da Faneco e constato algo bem simples do enrustido racismo brasileiro: um negro denunciando um branco no ato ilícito é ainda algo mais do que incomum. Fosse o contrário...

A TRISTEZA DO CÃO
Essa história quem me contou foi moradora aqui do lado da praça onde moro. Ela, assim como eu, vai notando o que acontece de diferente na região. A história que me conta é triste. Fui conferir e constatei a veracidade. Numa casa aqui na esquina, uma família feliz e um cão todo pimpão, passeando todos os dias pela praça, latindo para todos e numa incontida abanação de rabo. Mal o portão se abria, ele escapulia e atrás, iam seus donos, um ou outro, o casal que ali morava. A tristeza de hoje, quando ele permanece deitado o dia inteiro no quintal, amuado, sem aquela alegria de antes é de fácil explicação. O casal está separado. Ele permanece na casa, agora só, trabalhando o dia inteiro e quando chega, alimenta o cão, mas não mais encontra tempo para os diários passeios. Ela se foi e não levou consigo o cão, pois mora hoje numa pequena kitinete. E o danadinho agora permanece deitado quase o dia todo, não late mais animadamente como dantes e nem quando mexem com ele da grade defronte a casa, ele pouco se movimenta. Quando a moradora me contou, confesso, havia visto o tal cão e das lembranças, ele todo serelepe. Passei lá no caminho da padaria e na ida e volta, constato o que havia me dito, ele lá largado, deitado na porta da sala. É a própria fisionomia da tristeza. Separações provocam algo parecido. Nada sei dos detalhes da vida a dois dos separados e nem quero saber, nem gostaria de identificá-los e a história só me tocou, por causa do que me foi relatado, a forma como o foi, de alguém diariamente ali passeando e percebendo uma cena alegre e hoje, com a alteração e reviravolta da vida a dois, sobrou até para o cão.

Eu que tenho o meu, Charles, preso lá no Mafuá, queria mais do ir duas vezes por dia alimentá-lo. Eles merecem atenção maior de nós, os ditos humanos. Daria até para construir uma bela crônica só com os poucos detalhes conseguidos, mas hoje a inspiração me reduz a somente isto.

ESSA ELEIÇÃO VAI SER DO BALACOBACO
Lula é o favorito, mas a eleição não está ganha. A vitória prercisará ser conquistada a partir de ampla mobilização nos becos e vielas. É preciso gastar sola de sapato. Não há dúviudas de que Lula seja o favorito para vencer as eleições de outubro, mas a vitória precisará ser consquistada a partir de ampla mobilização e diálogo nas periferias. Mais que nunca, essa campanha exigirá engajamento muito além de jogadas espertas de marqueteiros profissionais. Será uma batalha de becos e vielas, a envolver os meios de comunicação e as redes sociais, mas também bastante sola de sapato e militância.

A eleição de 2022 será uma guerra, em um país conflagrado. Aos que acham que o jogo está resolvido; aos que imaginam que composições partidárias e gestos ao contro sejam suficientes para levar a fatura, vale um puxão de orelha e ver a sua disposição para estar nas ruas desde já, pois a contenda deve pegar fogo. Estou preparado para os embates. É tudo ou nada.

A CENOURA É A CULPADA!
Postagem de ontem de Simone Altafim, frequentadora de variados supermercados bauruenses e consumidora de frutas e legumes, assustada com a alta dos preços destes, posta algo simples, direto e reto, sem identificação do local da foto: 

"Em Bauru...". Infelizmente, a disparada não se dá somente na cidade, mas em todo o país, demonstrando a perda de controle da situação e com tudo pela hora da morte. Seria este o País que nos aguarda daqui até o pleito que poderá expelir de vez o capiroto de nossas vidas?

JUQUINHA FALANDO SÉRIO

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