sábado, 23 de abril de 2022

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (148)


SAUDADE DO RIO DE JANEIRO E BAURU - CENTROS DEGRADADOS
"O Centro deixa de ser apenas o espaço em que se misturam os fatos mundanos, os romances, as intrigas, as crenças e as fantasias dos paulistanos e demais transeuntes. É o perímetro do qual as pessoas costuram sua vida muitas vezes sem compreender a importância dos prédios, sem perceber que passam ao lado de fragmentos históricos da construção de São Paulo, e, sem tempo, sempre sem tempo, olham para o relógio para conferir a hora sem saber exatamente onde estão. Enquanto a maioria de nós, ao fim do expediente, fugia do Centro como o diabo da cruz, Heródoto voltava caminhando a contemplar o que havia na extensão do pátio de sua casa", Milton Jung.

Minha segunda cidade é o Rio de Janeiro e estou há maias de dois anos sem pisar os pés por lá, quando ida todo ano, ao menos umas quatro vezes. Foram vai e vens de décadas. Em todas, o perambular pelo velho centro da cidade, quando já livre de minhas atividades, só para espiar a cidade, ou melhor, reverenciar o que via e tinha certeza, um lugar dos mais aprazíveis. Quanto bati perna, quanto me senti detentor de inesgotável felicidade, tudo por ter possibilitado estar naqueles lugares. O Rio sempre me fascinou, principalmente andar pela cidade, muito mais do que comparecer em suas praias. Hoje tudo isso me passou pela cabeça quando me vi caminhando sem rumo pelas ruas centrais de Bauru. Os centros das cidades contém segredos e muita história, algumas delas eu tentava desbravar naquele momento, só de olhar para algumas edificações.

Nossas cidades crescem muito pelos lados e acada vez mais os velhos centros são esquecidos, renegados e ali flui o que eles chamam de marginalidade. Lugares vazios, principalmente aos finais de semana e à noite, sem movimentação se tornam perigosas. Volto agora de Natal RN e num dia estive visitando o Sebo Vermelho, depois das 19h. Na saída, depois das 20h, nada mais aberto no centro e tudo vazio. A belezura estava ali, sendo por mim observada, mas não tive como perambular naquele momento por aquelas vielas. Peguei um uber e fui embora, pois mesmo querendo muito dali não sair, algo me dizia para voltar em outra hora. Eu sentado num banco na rua Batista, a do Calçadão bauruense, olhando para um prédio histórico, hoje uma farmácia, relembrei de Natal e naquela noite, só uma porta aberta, exatamente a de uma farmácia. Essas resistem, igual aqui, onde pelo centro só as farmácias permanecem abertas.

Nessa semana tomo conhecimento de que a Unesp Bauru, atráves de seu professor Adalberto Retto Júnior estará recepcionando os alunos novos com o modal presencial e na recepção, algo no lugar do tradicional trote. Em três dias de atividades, os lunos percorerão pontos da cidade a pé, conhecendo um pouco da história de Bauru, o lugar onde irão passar os próximos quatro anos de seus cursos. "A cidade como sala de aula" e no primeiro dia estes percorrendo o centro, trecho entre praças Rui Barbosa e Machado de Mello. No percurso muito de história. Creio ter sido esse o mote para escrever este texto. Dia 27/4, das 8h30 às 11h, um andar pela história. Viajo imaginando os estudantes fazendo o mesmo pelo centro velho do Rio de Janeiro.
Vejo por aqui, pelas ações dos atuais administradores que, o progresso, segundo eles não passa mais pelo centro e isso dói, pois são todos caolhos. Preferem obras e construções novas, talvez por nelas estarem envolvidos valores maiores do que em restauros. E os centros definham, como o de Bauru, onde existe movimentação para destombamento de edificações preservadas pelo Codepac local. Eu continuo envelhecendo ao meu modo e jeito, preferindo muito mais circular pelos degradados centros das cidades do que os modernosos novos points, com arquitetura muito mais pobre do que a de décadas atrás.

85º LADO B COM A JORNALISTA CAMY'S FERNANDES
Hoje é só um aperitivo, o bate papo vai ocorrer mesmo na segunda, 25/4, às 19h30 aqui pela página do facebook deste mafuento HPA
As histórias da Camy's desde Itapuí, sua cidade natal, o Jornalismo, Bauru, o momento atual, Racismo, Vale do Igapó e principalmente sua história. Imperdível. Vamos juntos?
Eis o link da chamada de 10 minutos: 

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