terça-feira, 17 de maio de 2022

MEMÓRIA ORAL (280)


ASSÉDIO MORAL E TRANSFERÊNCIAS INJUSTIFICADAS DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS MUNICIPAIS - CONTINUA O DESCALABRO
Como denunciado semana passada aqui em texto escrito por mim, está em curso algo escabroso dentro da atual administração municipal. Funcionários públicos municipais, todos concursados e ocupando cargos até então, por não concordarem com os métodos fundamentalistas da atual administração estão sendo removidos para outras funções, perdendo seus cargos, sem qualquer justificativa plausível para as remoções. As ocorrências estão aumentando gradativamente e ocorrendo ao mesmo tempo em vários setores dentro da administração, gerando não só desconforto no quadro de funcionários, como preocupação perante o sindicato da categoria, que já acompanha algumas dessas remoções, como anomalias e já com uma certeza, estão todas ocorrendo pelo simples fato da atual prefeita, estar impondo a forcéps, o seu sistema de operar o funcionalismo, sem levar em conta qualificação, mas simplesmente propondo a brusca alteração de um modus operandi tradicional, por um levando em conta as conveniências políticas, principalmente as de cunho religioso.

Recebo algumas dessas denúncias e as mantenho todas em sigilo, pois os servidores, mesmo sendo acompanhados pelo seu sindicato, se sentem acuados e cientes de que, ao declinarem seus nomes publicamente estarão correndo muito mais riscos. Desta forma, todas as denúncias feitas aqui são de caráter anônimas, respeitando o sigilo de seus nomes.
Das conversas que tenho mantido com alguns destes funcionários, revelo abaixo o teor de algumas delas:

- "Está em curso um trabalho de destruir tudo o que vem sendo feito e na substituição, nenhum compromisso assumido para com os interesses da população. O único compromisso que estamos vendo em curso é a implantação de um sistema arbitrário, insano, privilegiando a linha de pensamento bolsonarista, portanto, a seguida pela prefeita. Tudo o que se apresenta contrário a esta é cooptada e na negativa de aceitação, fecham a questão é trocam as pessoas. Quem aceita está se dando bem, mas pagando um preço muito alto. A dignidade das pessoas está em jogo. Aceitar é contratriar fazer parte do jogo democrático".

- "Eu fui sacado de meu cargo e me colocaram numa posição bem subalterna, sem direito a constestar. É mais do que perceptível serem os atuais mandatários desqualificados para o exercício de qualquer função administrativa. A prefeita foi eleita e não aceita ninguém fora de sua linha fundamentalista. Não existe diálogo, nem um tipo de conversa. Nada é feito por questões técnicas, tudo por questão ideológica, política".

- "Na verdade são fracos politicamente, autoritários e agem para favorecer os seus, os da mesma linhagem política. Está estabelecido um clima de terror. Só por manter diálogo com gente do sindicato, fui transferido. Não existe explicação. Desconfiam até da sombra. No poco que se consegue extrair deles dos motivos das transferências, se acham cumprindo papel social, mas naverdade falam muito em nome de uma religiosidade perigosa e que só privilegia os da mesma linhagem".

- "Tenho mais de trinta anos de Prefeitura, vi de tudo, ou melhor, quase tudo. Em outras administrações ocorreram algo parecido, mas em muito menor escala. Um ou outro era sacado. No loteamento dos cargos ainda existia algum respeito ao servidor. Ocorria um entra e sai, mais nos cargos de confiança, agora não, estão sacando a gente, que temos carreira dentro da Prefeitura. Não respeitam mais nada, não ouvem mais nada, são insensíveis e a intenção é bem clara, se for ver a mesma de Bolsonaro, fazer uma limpa em quem se diz contrário a eles. Para mim, trata-se de gente perigosa".

- "Eu só tenho uma esperança, a de que em outubro, com a eleição, a gente consiga dar uma resposta pra eles todos. Não estou vendo outra posssibilidade, a de mudando o direcionamento nacional e estadual, irmos dando fim em atitudes como a que ocorre hoje de forma descarada dentro da Prefeitura. Eles são entenderão essa linguagem, parece ser tudo orquestrado por cima, tipo ordens recebidas, linha mestra seguida de alguém de fora de Bauru. Só pode ser coisa destes tempos, onde o que vale é o ódio e não a qualificação. A resposta, creio eu, será nas urnas".

- "Eles chegaram para colocar em prática outra forma de governar e o fazem meio que acima da lei. Não acreditam nas leis existentes. Parece fazer tudo de caso pensado, levando em conta essa onda que varre o país. Nada é por acaso. Antes a gente reclamava da forma como se davam algumas das promoções, mas hoje piorou e muito. Tiram a pessoa por não gostarem de seu posicionamento firme. Querem mostrar que são fortes e não estão nem aí para o funcionalismo ou a máquina pública. É um menosprezo pela seriedade do trabalho público".

São diálogos que vou juntando, tipo colecionando e fazendo a minha parte com sua publicação. Existe uma movimentação bem ampla nos bastiudores, ainda calada, contida e um tanto amedrontada, pois caso a caso, muitos sem possuirem ligação e desta forma, fragilizados. Algo está em curso e demanda a atenção de todos, pois de sua continuidade, o perigo em transformar as relação administrativas como de puro terror, impingido por administradores despreparados e mal intecionados. Tomara essas denúncias sirvam para brecar a bestialidade em curso.

ESPERANDO O QUE? GODOT...
Na peça de Beckett, os dois aí, são os personagens Vladimir e Estragão, permanecendo o tempo todo a espera de um Godot, que não chega nunca. O mesmo acontece em Bauru. Continuamos esperando pelo trem, aquele que não mais chega em nossas estações. A maior e mais charmosa estação do interior paulista está às moscas, juntando teia de aranha, clamando por sua recuperação, mas diante da inércia e nenhum vontade política dos atuais mandatários, daí, neste caso infrutífera espera. Com a citação da situação dos trens, diante da derrocada do modal férreo, pode ser considerado exemplo digno de uma espera sem esperança. Outra move Bauru.

Bauru acreditou em Suéllen Rosim, uma desconhecida candidata, despontando no cenário eleitoral, após desgaste de tantos candidatos, desesperança e daí, surgindo dentre os postulantes a prefeito alguém a representar alguma esperança de mudança. Bauru foi na onda da novidade, vendo nela uma possibilidade de fugir dos de sempre. Ela, na verdade, nunca representou mudança nenhuma muito menos esperança de algo novo. Quem entrou de gaiato neste navio, se decepcionou logo de cara, pois desde o primeiro momento de sua administração deixou bem claro, além de ser declarada bolsonarista, uma fundamentalista religiosa e sem muita noção do que viria pela frente. Sem noção, porém, esperta, soube se aproveitar do cargo e municiada pelo seu mentor, o presidente capiroto e miliciano, fez e faz o mesmo que ele, administra no conflito, eivando ódio e abandonando a cidade ao desus dará, pois tendo em mente alçar novos voos, ou seja, se eleger logo mais em outros cargos, talvez deputada federal e daí, esquecer Bauru de vez. Suéllen pouco faz pela cidade e não existem motivos para crer que agiria diferente. Seu negócio não é Bauru e sim, usar o mandato como de passagem. Seu secretário na Seplan, o professor Nilson Ghirardello soube muito se utilizar do termo, "Bauru terra de passagem", ao longo de seus escritos e vida acadêmica. Hoje, ele vivencia situação bem desconsertante, quando observa aquela que o levou para trabalhar numa secretária governamental, estar de passagem pela cidade, fazendo cena e deixando tudo fluir sem se importar com resolver nenhum dos problemas da cidade. Ela finge que administra e empurra tudo para o depois, torce pela sorte.

Quem espera ou nunca alcança ou, no mínimo, demora demais para chegar ao seu objetivo. Como na história de Godot, a espera de quem ainda acha ser possível ocorrer algo de positivo na administração retrógrada de Suéllen é para sentar e aguardar. Dos comentários pelas ruas, Bauru não espera mais nada de Suéllen e o descrédito já é generalizado, porém, a danada soube cativar uma legião de seguidores, a maioria fiéis fundamentalistas como ela ou os que o fazem por serem também bolsonaristas ou em busca de benesses. A maioria já sabe que, de quem não se espera nada é daí que nada virá mesmo. O trem um dia pode até voltar a rodar e voltar a trazer alegria para Bauru, já de Suéllen, nem mesmo Vladimir e Estragão conseguiriam esperar algo de salutar e olha que eles estão acostumados a esperar.

ACREDITEM, NA QUARTA TERÁ LIVE PAULISTANA COM ESTE MAFUENTO HPA
Eis o link para assistir, quarta, 18/05, 19h: https://youtu.be/0azZLNQJky4 

José Claudio de Paiva é idealizador de tanta luta em torno da causa petista, dessas para enriquecer qualquer currículo. Nos conhecemos de sua passagem pela região de Bauru, quando morando em JAú, chegou a atuar nas prefeituras petistas de Bariri e Barra Bonita. Voltou para São Paulo e hoje edita no braço um jornal diário, o "LUTA", do Diretório do PT de Capela do Socorro, Grande São Paulo. Meses atrás o entrevistei no meu Lado B - A Importância dos Desimportantes, pois sua intensa vida de luta é esperança e espelho para muita gente. DAí, qual não foi minha surpresa quando o vejo criando algo parecido e desde semana passada está colhendo depoimentos de luta, retratos de quem vive na lida e luta. Fez o primeiro e já no segundo, segundo ele, para me homenagear, queria me entrevistar. Com muito orgulho estarei poresente na quarta, 18/5, 19h para uma conversa reveladora. Aguardem e constatem, este HPA também tem coisas para contar, muito além das escrevinhações produzidas por aqui diariamente. É ver para crer...

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