quinta-feira, 12 de maio de 2022

FRASE DE LIVRO LIDO (177)


AREIA MOVEDIÇA BAURUENSE PRATICAMENTE JÁ ENVOLVEU O CENTRINHO
A areia movediça da sem limites é um fluido não-newtoniano tão pavorosamente dominante e abrangente que não perdoa nada e ninguém!

O Centrinho está condenado à morte e vai morrer porque a mobilização já está devidamente engolida pela areia movediça.

O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo, sob a presidência do atual reitor, Carlos Gilberto Carlotti Junior, acumpliciado com a areia movediça da sem limites, está entregando o Centrinho, porteira fechada, para uma dessas "Ó Ésse" - Organizações Sociais (tudo bandalheira de medicina comercial e mercantil!) - por meio daquele hediondo artifício de não incluir a discussão do tema na pauta da reunião!

Areia movediça!

Em 2025, essa pequena burguesia bauruense vai frequentar a Tribuna do Leitor do JC com aquele papo: "Ah, que pena, acabaram com o Centrinho da USP em Bauru, que era uma instituição de referência mundial".

Só que ninguém abre a boca, agora, ninguém vai lá se organizar com o movimento dos servidores do Centrinho, banners, outdoor, cartazes, passeatas, bocas nos trombones, e assim já era...

Essa, a nossa cruel e perversa Areia Movediça da Sem Limites... Não sei se perceberam, mas tudo ocorre numa aparente legalidade. Deixam as manifestações rolarem, ouvem tudo caladinhos, quase sem nenhum constestação, pois sabem muito bem que, mais dia menos dia, tudo se aquieta e daí, concluem o serviço do jeitinho que imaginavam, praticamente sem resistência. A situação do Centrinho está chegando muito perto disso. O silêncio já é quase generalizado e ouve-se um muchocho aqui, outro ali, mas nada mais contundente. Eis o momento oportuno, para a areia movediça envolver tudo e dar o seu jeito. Não existe o que escrever mais sobre a atuação dessas OSS, pois todos estamos mais do que cientes: o Centrinho nunca mais voltará a ser o mesmo sob direção de gente terceirizada e interessada em lucratividade em primeiro lugar. Só conheço um que escapava brilhantemente da areia movediça quando caia numa delas: Tarzan. Creio não termos nenhum aqui nos salvar, uma vez que do Centrinho, grande parte já envolvida e só o telhado de fora.

Aproveitem, pois em breve, o Centrinho poderá ser mera lembrança de imagem gravada em caneca, numa prateleira, juntando poeira dentro de nossas casas. O tempo passa, o tempo urge e a areia movediça faz ser serviço, engolindo tudo e todos.

AREIA MOVEDIÇA BAURUENSE FAZ SUBMERGIR À SUPERFÍCIE O EX-JUIZ SERGIO MORO
Das raias do pântano, quando nem legenda está conseguindo para disputar uma mera vaga de representante de quarteirão nas próximas eleições, devido à culpa no Cartório, já praticamente decretada pela continuidade de seus arbitrários atos, quando à frente da Lava Jato, eis que Sergio Moro, sai das catacumbas e é praticamente ressuscitado pelo "Café com Política", o programa com aval e chancela do Jornal da Cidade, brincadeirinha pessoal do economista Reinaldo Cafeo, onde ele consegue levar ao rádio, 96FM, Youtube e Facebook, o que de mais conservador existe hoje no País. Até hoje não entendo como o sério jornalista João Jabbour consegue estar presente neste papel de referendar essa aventura de cunho golpista do Cafeo, pois no fundo, mais do que sabido, a 96FM hoje é o fundo do poço da credibilidade jornalística, se equiparando com a Velha Klan, ops, digo, Jovem Pan, no quesito malversação da informação. Jabbour poderia, como nos velhos tempos faziam jornalistas de quilate elevado, como o considero, inventarem desculpas para deixar de estar em compromissos que o fariam perder a credibilidade. Uma dor de dente de última hora, um desarranjo intestinal, batida do carro ou mesmo ter acordado completamente afônico.

Amanhã, sexta, 13/05 (justo numa sexta 13), das 7h30 às 8h30, mais uma versão de algo bem com a cara da AREIA MOVEDIÇA bauruense. Duvido que, sendo o programa comandado por Cafeo exista alguma pergunta constrangendo Moro, como de fato deveria ocorrer o tempo todo, diante de todo o mal causado por ele ao País - se faz necessário entrar em detalhes? Aguarda-se uma louvação de alguém hoje, felizmente já devidamente encaminhado para o lodaçal da vida pública brasileira. Essa a Bauru que nos envergonha perante o Brasil buscando sair do fundo do poço causado pela ação de gente como esse entrevistado. Clama-se hoje pela sua punição e não louvação!

LIVROS, CAMPANHA DAS BIBLIOTECAS, OS QUE LULA LEU E A INDICAÇÃO DA DIRETORA
Tomo conhecimento por matéria do Jornal da Cidade, "Cultura realiza arrecadação de livros para a Biblioteca - Para serem doadas as obras devem estar em bom estado de conservação". Algo simples, trivial, de poucas linhas, como que a marcar posição de que, algo está sendo feito. Ótimo. Tento entender as entrelinhas do texto. As bibliotecas permaneceram muito tempo fechadas e devem ter neste período feito toda a possível atualização cadastral do acervo. Não existe desculpa para isso não ter ocorrido, pois em dois anos imperou o trabalho interno e de bastidores. A atual administração comprar livros, isso nem pensar, enfim isso, com certeza, nunca esteve nos planos de Suéllen e Tatiana Sá. Então vamos propor doações, essas sempre bem vindas. Eu, cá com meu modesto Mafuá, estou cercando neste momento quatro acervos de bibliotecas de colecionadores recentemente falecidos ou se desfazendo de parte de suas coleções. Recebi e comprei obras fantásticas (na foto 50 livros raros de poesia adquiridos recentemente) e dos familiares destes. Nem uma movimentação para doação para a Biblioteca Pública Municipal, o que seria o mais natural. Preferem buscar pessoas, onde sabem, exista interesse real por ter obras raras e coleções juntadas ao longo de vidas inteiras. Creio não existir nenhuma movimentação do setore público no sentido de ter acervos dessa natureza, objetos de pesquisa. Falta interesse e olhos aguçados.

Isso posto, abro minha revista semanal, a Carta Capital e na edição desta semana, algo sobre o tempo em que o ex-presidente Lula permaneceu preso injustamente no cárcere em Curitiba: "Leu as biografias de Tiradentes, Nelson Mandela, Fidel Castro, Hugo Chávez, Luís Carlos Prestes, Carlos Marighella. Leu livros sobre fome, petróleo, um clássico nacional (Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosas) e outro latino-americano (O amor nos tempos do cólera, Gabriel Gárcia Marquez). Sentiu-se marcado particularmente por duas obras sobre escravidão (Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves e Escravidão, de Laurentino Gomes)". Sabemos que, por outro lado, o atual presidente, em toda sua vida não deve ter lido nem a metade disso. Questões de interesse e gosto bem pessoais.

Daí, me volto para a questão local e recebo de um amigo vídeo com gravação onde a atual Diretora da Divisão de Bibliotecas dá uma entrevista para duas moças, num programa gravado no estúdio do Toninho da Mariflex (desculpem por não saber o nome do programa, nem das entrevistadoras, pois desconhecia a todos) e no recorte recebido, lhe perguntam sobre uma indicação de livro, enfim, a clássica pergunta, "o que você está lendo?". Entre muitos risos, sai um título de Auto Ajuda. É muito pouco para alguém dirigindo um ambiente onde deva prevalecer a Literatura. E todos riem, parecem gostar do título, "A arte de ligar o foda-se", de Mark Manson (aqui confesso, nunca consegui ler um livro de auto ajuda nos meus 62 anos de vida), tendo uma observação das mais curiosas: "esse livro mudou muito minha vida". Ela indica como obra dentro do acervo das bibliotecas municipais, "com bastante exemplares". Nada mais me estarrece nos dias atuais e torço muito, para que, ela chegando agora para ocupar tão importante cargo, consiga com o passar do tempo se familiarizar e passe também a indicar e ler clássicos da literatura. Enfim, para essa função, não basta saber executar oficinas, executar projetos com brinquedos para a comunidade da periferia, mas também introduzir boa música e mais que tudo, o cerne do trabalho, livros, livros e livros. A convivência com eles transforma pessoas. Torço por isso, pois da administração Suéllen Rosim, não espero nada para o setor cultural. Para quem assume responsabilidades novas, o desabrochar do gosto livresco, grandes possibilidades. O tempo, só o tempo nos mostrará dessas possibilidades se materializando.

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