sexta-feira, 29 de julho de 2022

ALGO DA INTERNET (190)

algo das ruas bauruenses
VIAGENS LUCRATIVAS DEMONSTRAM AMPLITUDE DAS IRREGULARIDADES NA CULTURA E EDUCAÇÃO
Começo postando dois vídeos desta semana:
1.) https://youtu.be/wCc_z20Vxjo - Neste toda a audiência e com a confrontação do servidor Luiz Ornellas e da representante do Clube da Viola, a explicitude de práticas muito além do esquisito. Não existe mais muito o que dizer, pois creio, a verdade dos fatos já veio à tona. Uma irregularidade continuada e agora exposta, como chaga, fratura mais do que exposta deste desGoverno em curso na cidade de Bauru.
2.) https://youtu.be/WDVtfScSgtc - Entrevista da vereadora Estela Almagro PT, para o jornalista Nelson Gonçalves, para a TV Câmara, onde ela expõe o que já foi apurado e das prováveis consequências. Causa esturpor a alcaide se mostrar indiferente a tudo, mantendo tudo e todos nos seus cargos, agindo como se nada tivesse ocorrido.

Este é só mais dos casos em curso dentro do atual cenário de atrocidades sendo cometidas contra a cidade de Bauru. Se a ação ocorre desta forma, com decisões completamente desajustadas do jeito normal e correto com os procedimentos elementares do trato com a coisa pública, em questões mínimas, imaginem o que poderia ocorrer com as grandes questões. A investigação feita até a presente data já é mais do que conclusiva. A acareação entre dizeres bem distintos é mais do que elucidativo. Nada me assusta, pois a alcaide Suéllen Rosim age sempre sem ouvir conselhos. Assim o fez nas compras das edificações para Educação, achando-as normais, mesmo sendo consideradas inservíveis. Dessas viagens, deve pensar, ela e a secretaria de Cultura e de Educação, como ações normais, mesmo quando realizadas sem nenhum critério de defesa do patrimônio público municipal. Repito, nada me assusta e ao ver que, dentro da programação das apresentações no palco principal do aniversário de Bauru, montado no parque Vitória Régia, estará cantando um dos investigados, este hoje investido e qualificado como servidor público comissionado. Tudo é normal, tudo é permitido, tudo acontece e mesmo com investigações, perícias e comprovações, insistem no mesmo caminho. Não existe mais o que dizer e escrever. Só mesmo o Ministério Público e o próprio Judiciário para interromper este ciclo em curso, ainda mais quando a alcaide posta pelas redes sociais que, tudo que faz, simplesmente o faz "cumprindo uma missão dada por Deus!". Abomino a inclusão do nome de deus nisso tudo, mas ela o usa para justificar seus atos. Com certeza, o deus dela é bem diferente do meu e de milhares de bauruenses. Ainda bem!

algo das "calles" de Buenos Aires
COMIDAS DE RUA - CALLES DE BUENOS AIRES
Circulei o dia praticamente inteiro no meio das manifestações que, na última quinta tomaram conta das ruas centrais de Buenos Aires. Os trabalhadores rurais, os pobres das comunidades no entorno da cidade, todos muito bem organizados, estiveram nas ruas e reafoirmaram apoiar o governo de Alberto, mas exigem algo para si, nada menso que, o atendimento de algumas de suas reivindicações. Para mim, é mais do que gratificante ter estado dentro de tudo o que ia ocorrendo nas ruas. Delas não mais queria sair, pois tratava-se de oportunidade única. Aproveitei ao máximo.
Fiz mais que isso. Tirei fotos de tudo e todos, centenas delas e dentre tudo, algo me chamou muito a atenção, os "comedores populares de rua". Não muito diferentes dos do Brasil e da imensa maioria dos países latinos, basta alguma concentração nas ruas e lá estão os carrinhos de lanche, tendas e quiosques com comidas, aqui a maioria com assados. Cheirei o aroma proveniente deles e fui percorrendo um por um. Me encantam. Quase sempre um ou duas pessoas, se revezando em todas as atividades, carne assando nas calles, ovos fritos e pães - como gostam de pães por aqui - e alguns legumes e verduras. Nas manifestações o povo come na rua, sentado onde encontrar espaço e compram o que tiver pela frente. A fome, neste caso, não tem luxo. O custo é baixo, acessível e o que está disponível. O cheiro é delicioso. Prometi a mim mesmo que não vou embora sem deixar de comer um assado destes nas ruas. Estão por todos os lados, até nos quiosques mais glamourosos, como ontem no Caminito, com água corrente ao lado, mas na mesma pegada. A carne como feita por eles é ótima.
Registrei e viajei com tudo o que ia vendo. Agora, passado a euforia daquele intenso momento nas ruas, analiso uma por uma, relembro algo de como foi se dando, principalmente como ia observando o fazer. São belos registros de uma viagem que, para mim, tem que ter esse adicional das ruas.

PASSEIO NOTURNO PELA RECOLETA, PAPO COM TAXISTA E ALGO DA CASA DE CRISTINA E DA SEMELHANÇA COM LULA
E me levam pra conhecer a morada, apartamento de Cristina de Kirchner, depois as embaixadas do Brasil e da França. Andando e ouvindo relatos da história platina. Na rua, junto entrada apartamento da vice-presidente, dois veículos de segurança e as luzes do penúltimo andar, o de sua morada, todas apagadas. Aqui, como no Brasil, amor e ódio andam de mãos dadas. Tempos atrás ainda se toleravam, hoje não mais. A briga do gato e rato, latente e pulsando em todas as conversas, esquinas e urdida cada vez mais de forma violenta. Vivemos tempos de tolerância quase zero. Aqui na Argentina, essa diferenciação é bem evidente e evidenciada já há décadas. No Brasil, tínhamos uma espécie de trégua, criado especialmente nas duas administrações de Lula, depois perderam a calma e instigaram tanto o povo contra estes que, algo ficou encruado em suas mentes. Aqui, vi o povo nas ruas, a cara popularestampada nas faces da maioria e estes de um lado, exigindo seus direitos, até para não morrer de fome e do outro, os ditos liberais, clamando que qualquer ajuda é dar algo para quem não quer trabalhar. Virou mantra isso pela Argentina, ouço isso desde o taxista até o professor universitário. Não enxergam mais necessidade de algo ser feito para os menos favorecidos, mas de tirar seus benefícios, pois "recebem tudo de graça e assim não querem mais trabalhar". Rejeitam as manifestações favoráveis ao governo e alimentam diariamente o golpe, que destituiria Alberto e antecipariaas eleições.
Cristina Kircnher é o fiel dessa balança. Ela é a liderança maior, o ícone a ser vergado, derrotado e humilhado. Neste momento tentam pegá-la de todas as formas e jeitos, com uma ação sem provas, de enriquecimento ilícito - a questão da suposta lavagem de dinheiro na cadeia de hotéis da família Kirchner -, tudo para impedí-la de concorrer no próximo pleito presidencial. Enquanto ela é acossada sem tréguas por um lado, do outro, representando aproximadamente 40% da população ela é a líder maior e sendo seguida por fiéis escudeiros. Fui levado até o bairro da Ricoleta e circulei pelas calçadas bem abaixo de seu apartamento. Ouvi as histórias das manifestações ali ocorridas, os prós e contras, todas com intenso calor humano. A guerra aqui decalarada tem pode detrás essa mesma "lei de mercado", que hoje quer impor a sua vontade sobre todas as demais. Como Cristina se mostra mais ao lado dos interesses das massas, o tal mercado não a perdoa e coloca tudo o que estiver ao seu alcance para derrotá-la. Ela é forte, resiste e conta com apoio das ruas. Os do lado de lá não avançam tanto, pois sabem o que pode acontecer se esse povão se revoltar e partir pra cima deles. Vivem nesse clima de gato e rato, em algo muito parecido com o que acontece hoje no Brasil.
Conto uma historinha para ilustrar algo dessa guerra. Pego um taxi para ir do centro até o Caminito, dou de cara com um peronista e falamos da situação atual. Ao final me cobra o que registra o taxímetro, $ 460 pesos. Na volta pego outro outro táxi, esse não oficial, bandeira sem identificação e este se mostra macrista e anti peronista, me fala horrores das marchas populares nas ruas, classificando-as de bando de vagabundos, "gente que não quer trabalhar e só quer dinheiro sem esforço". Falo de algo como bolsa famílias no mundo inteiro, mas ele não arreda pé e diz que, com estes não existe diálogo, pois a sua "Argentina precisa trabalhar". Ainda tento, dizendo que, os do outro lado também gostariam, mas nada encontram no momento. Não adianta e não aprofundo a discussão, pois foi interessante ver seus argumentos, o de um cidadão simples, mal vestido, doze horas no volante. Algo é evidenciado quando vou pagar a corrida e no taxímetro o valor de $ 1.400 pesos. Saco a grana, lhe dou, mas digo: "Meu caro, vim com peronista e este me cobrou $ 460 na vinda e você, macrista, dizendo que o outro lado é ladrão, me cobra $ 1.400. Seu taxímetro é adulterado, sou roubado e o ladrão são os peronistas e o povo sem o que comer. Passar bem". E bati a porta do carro. Cristina e os do seu lado podem ter muityos problemas, mas os prefiro aos neoliberais, trogloditas como Macri e Larretta, predadores dos interesses populares. Alberto Fernandéz não está dando muito certo, pisou em ovos e tentou permanecer com os pés em duas canoas, mas por aqui isso me parece impossível, pois por mais que façam para os poderosos de plantão, os donos do poder, estes te querem de joelhos para eles. Não basta simples concessões, querem tua bunda e algo mais, sempre mais. Te humilham em praça pública, se assim se fizer necessário. Sabem estes que com Cristina o buraco é mais embaixo e travam uma luta dessas intensas. Como brasileiro, tento entender, comparo com o que acontece no Brasil e me mostro ao lado de Cristina.
Circulando pelas imediações de seu apartamento, penso nisso tudo, ouço as justificativas feitas por quem atenciosamente aqui me trouxe, as entendo, mas junto com as minhas e busco uma conclusão plausível, lógica. Lutar pelo atendimento de reivindicações das massas é comprar briga eterna com quem defende o mercado. Este pensa só em grana, altos lucros e dane-se o resto. O que Cristina e Lula propõe não é a solução para os pobres, mas ao menos, atendem e entendem suas questões. Tornaram-se líderes populares por causa dessa sensibilidade. Aqui na Ricoleta, um passeio à noite é seguro, muitos policiais pelas ruas e circulamos pela "Buenos Aires com cara de Paris", algo ali nas esaquinas das embaixadas do Brasil e da França, lindas construções e olhando ao redor, muito da Europa. Queria muito e se tudo der certo, conhecer o outro lado da questão, a moradia dos que estavam ontem protestando nas ruas. Atender a estes e tentar tirá-los do estado de miserabilidade se faz necessário. Cristina e Lula sabem disto, já Macri, Larreta e Bolsonaro, Temer agem ao contrário. Escolhi um lado para lutar e nele prossigo enquanto viver.

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