REGISTROS LADO B (95)

NO 95º LADO B, CONVERSA COM IGOR FERNANDES, JOVEM ATIVISTA POLÍTICO, AGITADOR E PROPULSOR DAS CAUSAS SOCIAIS

De todas as lideranças jovens na cidade de Bauru, um se destaca, IGOR FERNANDES, o atual presidente do PSOL Bauru. Jovem, com cara representando muito menos do que os 31 anos (ele é da safra de 1991), ele será o 95º LADO B – A IMPORTÂNCIA DOS DESIMPORTANTES, o bate papo semanal deste mafuento HPA. Na conversa desta semana, diante de tanta coisa sendo produzida pela verve deste intrépido e inquieto cidadão, desta feita, dentre tantas coisas, colocando no ar a Rádio FMC (Formando Mentes Coletivas), com um programa quase diário, das 6 às 8h da manhã, o Linha de Frente, num contraponto ao que é expelido pela mídia massiva. Igor tem certeza de que, quietos e sem tentar algo contra o que ouve pelas ondas das rádios massivas e diante dessa possibilidade ocorrer com uma emissora WEB, ele se antecipa, abre um novo espaço na cidade e assim, convida muitos outros para se unirem junto dessa ideia e com o bloco na rua, mostrar o outro lado da questão. Quem faz algo assim merece muito mais do que se ouvido.

Eu quero saber o que o impulsiona, o que o move e por que está tão resoluto nessa e tantas outras empreitadas. Igor faz um monte de coisas ao mesmo tempo, mas nunca está sozinho. Ele tem um grupo atrás de si, tem muita gente acreditando nele, investindo nele e apostando nele. Isso se deve a credibilidade já alcançada e nunca perdida. A mais remota lembrança que tenho dele é de quase dez anos atrás, idos de 2013, quando ele esteve nas ruas naquele fatídico ano, quando o povo lotou as ruas e promoveu algo ainda não muito entendido por muitos. Quero ver como ele, passado esse tempo, entende aquilo tudo, aquela quantidade de gente nas ruas e depois, essa transformação assombrosa do Brasil caminhando para um desgoverno fascista e genocida. Desde então, tem estado em quase todas as paradas de sucesso ocorridas na aldeia bauruense, ou seja, o danado começou e não parou mais. Ele bem sabe, que a vida é assim mesmo, a gente entra na luta e dela dificilmente sai. Igor não tem jeito de quem abandona o campo de luta. E de onde vem essa disposição? Será que ele consegue explicar? Veremos.

“Depois de tantos argumentos colocados pelos estudantes, pais e professores, no debate público organizado na escola Stela Machado essa noite, dizendo sobre a necessidade de um plano pedagógico de aproximação e não de afastamento, sobre a superlotação das escolas, sobre o fechamento das salas noturnas, sobre a importância para a comunidade que a escola tem, sobre a falta de diálogo do estado e tentativa de imposição da reorganização na vida da sociedade envolvida, sobre o cinismo da diretoria regional de ensino dizendo pras mídias que os estudantes não tentaram diálogo formal, quando que ao contrário disso, eles já fizeram 2 manifestações exigindo diálogo da mesma, só me restou dialogar sobre o programa classista do nosso governador Geraldo Alckmin do PSDB, que tem objetivos claros e prioridades claras, prioridades estas onde a população pobre passa bem longe. Ocupação Stela Machado vocês me inspiram a cada hora, e a cada momento que passamos juntos, a cada vez que me chamam de professor, mesmo eu sendo apenas um aspirante a isso, me orgulha e só reafirma que fiz a escolha certa quando escolhi mudar minha vida pra ser professor, obrigado pelo carinho e pelas 65 horas de ocupação, que na verdade são de aula de vocês e com vocês! Ocupar ainda mais, resistir sempre!”, líder estudantil Igor Fernandes, reproduzido por mim no blog Mafuá do HPA em 20/11/2015.

Em 15/11/2021 ele havia publicado nas redes sociais e eu compartilhei no Mafuá do HPA uma apresentação de quem seria Igor Fernandes: "Sou professor sem diploma universitário, um formador de ideias utópicas ou nem tanto assim, não sou bom com grandes públicos, como um eterno apaixonado pela vida, momentos de muita euforia me pegam forte e eu tenho evitado, tenho olhado mais pra dentro, ouvido mais as mães e avós que criaram a nossa geração, tenho sido ponte pro progresso de muitos e me considero um formador crítico. Essa rede social, assim como a maioria, serve pra isso mesmo, exaltar o indivíduo, a vaidade, mesmo quando o teor do texto ou postagem seja pro coletivo esse plano de fundo é que dá engajamento. Eu entendi isso a alguns anos, e sigo fazendo desse espaço ferramenta virtual de projetos reais, que considero de fato relevantes".

Igor descobriu isso, ode que, fazendo bom uso dessa tal de “rede social”, algo transformador pode despontar na curva da esquina. Daí, ele se especializou nessa transformação, primeiro indo atrás de entender como usá-la, com conhecimento de causa. E ele sabe fazer uso das ferramentas internéticas e assim prossegue, com passadas largas e sempre de olhos bem abertos, clareza do que tem que ser feito. Igor é dessas pessoas mais do que necessárias num lugar. O danado faz e acontece, bate um bolão e além de tudo não é sisudo. Possui uma picardia e irreverência que poucos conseguem manter. Para ele, algo natural. Ele é pessoa de diálogo, entende o outro. Pode discordar dele, mas sabe que, em alguns momentos se faz necessário estar aliados a alguns destes, pois para a construção do que tem em mente, tudo é um processo e antes de mais nada, algo assim faz parte de um processo evolutivo. Sua conversa é das mais agradáveis, mas não é frouxo, muito menos fraco. Sabe onde bota os pés e dificilmente entra em cilada. Ou seja, alguém que tem muito pra contar e é exatamente isso o que tentarei extrair dele nessa conversa dominical.

NO 95º LADO B, ALGO SOBRE AS POSSIBILIDADES DE OCUPAÇÃO ESPAÇOS CIBERNÉTICOS, POR IGOR FERNANDES
Dar voz a Igor Fernandes é ir tomando ciência das transformações possibilitadas pelo celular e de como colocar em prática tudo isso a nosso favor.
Vamos juntos conhecer o que vai pela sua cabeça?

Eis o vídeo com 1h30 de duração, em uma reveladora conversa:https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1794942900847793

COMENTÁRIOS FINAIS DESTE HPA:

Eu não me surpreendi, por um simples motivo: já conhecia IGOR FERNANDES. Igor continua jovem, pode dentro e por fora, mesmo já tendo atingido os 31 anos. As pessoas podem avançar positivamente na vida ou regredir negativamente. Igor faz seu Mea Culpa por ter estado junto do grupo de Luciana Genro no PSOL e este ter insistido em 2013, quando das manifestações na ruas, pelo "Fora Dilma". Como superou isso? Estudando e rompendo com o grupo onde estava. Conta também dos embates onde continua se situando, dos que dentro do partido, se opõe a qualquer tipo de composição com a candidatura de Lula presidente. Ele se mostra resoluto, ciente de que, neste momento, primeiro algo contra o fascismo em curso, depois que essa etapa estiver superada e vencida, pode-se voltar a discutir as questões sobre outro prisma. O melhor da conversa foi ele dar dicas de como, a minha geração, um tanto desconectada das novidades internéticas, pode fazer uso ao seu favor. A luta hoje se dá, além das ruas e neste campo, o internético, se faz necessário em primeiro lugar conhecer onde se pisa. Igor é antenado com tudo isso e sabe, que só se utilizando deste meio, a possibilidade de chegar a algum objetivo mais rapídamente. Fala também do seu projeto de rádio web e do programa diário das 6 às 8h da manhã, fazendo contraponto a dois famossos programas de rádio da mísida massiva local. Nossa voz precisa ser ouvida e ele apresenta algo neste sentido. Eu já aceitei uma participação, junto da ativista Amanda Helena, onde discutiremos temos culturais e tudo o mais que estiver em pauta, tanto local como nacional. Igor faz e acontece, está na lida e luta. Aqui se apresenta por inteiro. Gostei demais da conta da conversa.

outra coisa
EDWIRGES CHEGOU EM PALMAS
Ufa! Ela liga ainda da rodoviária de Palmas-TO. Eram aproximadamente 20h. Estava feliz, cansada e o filho lá esperando. Dos quinze pacotes saídos de sua casa, ao lado do Mafuá, chegaram quatorze. Ela se conforma: "Não era pra ser meu". A etapa de Bauru já faz parte do passado e inicia novo ciclo em sua vida. Dentre os comentários, recebo um de morador de Palmas, dizendo conhecer alguns médicos na cidade e poderia tentar ajudar. Ela já recomeça a vida vislumbrando algo novo, diferente. Eu do lado de cá, penso em quando irei poder desfrutar novamente daquele pão caseiro quentinho e cheiroso. Feliz por ela ter realizado a travessia do País do jeitinho que tinha imaginado, sem muitos percalços. O brasileiro é um forte, sempre foi e essa saga demonstra muito disso. O melhor do Brasil é o brasileiro, mas este, o que resiste, persiste e insiste.