quinta-feira, 21 de julho de 2022

RETRATOS DE BAURU (266)


LUQUITAS KAN OC - MALABARISTA ARGENTINO NAS RUAS DE BAURU
Luquitas é de Banfield, Argentina, um jovem intrépido com rodinhas nos pés, destes não conseguindo permanecer muito tempo no mesmo lugar. Gosta muito de vento no rosto. Outro dia parei no sinal da avenida Nações com Rodrigues Alves, ele havia acabado uma apresentação com fogos e malabares e se aproxima da janela do carro. Leva um susto, pois me pega ouvindo uma rádio argentina, a 750AM, programa La Mañana, do Victor Hugo Morales. Não esperava encontrar ninguém por aqui ouvindo uma rádio argentina. Foi o elo para começar uma conversa e desde então, paro nos sinais e quando o reencontro, a continuação, sempre querendo se estender, mas os minutos passam muito rapidamente quando se espera um sinal abrir. Seu espetáculo dura somente alguns poucos minutos. Fecha e ele se volta a acender o fogo e jogar pra cima seus malabares. Lindo espetáculo. Me encantei não pela arte, mas pelo que pode fluir de uma conversa com pessoa tão viajada e experiente de estradas.

Hoje, o vi quase meio dia, eu na pressa e ele idem. Perguntei se podia voltar mais tarde e o entrevistá-lo. Disse que sim, mas hoje impossível, pois iria passar uns dias em Marília. Iria almoçar voando e bater asas. Decepção, pois queria muito conversar com ele antes da viagem que faço para a Argentina nos próximos dias. Marcamos para quando voltar, depois do dia 2 de agosto. Ele, me passa seu endereço eletrônico, sua página no facebook e pede para ir olhando o que ele posta e depois conversamos sobre tudo. Ele serrá um dos bate papos do Lado B para agosto, onde saberemos algo mais das estradas da vida. Seu endereço eletrônico é: https://www.facebook.com/lucasezequiel.riquelme.31.

Não espere uma pessoa falando mal de seus país ou das agruras do mesmo neste momento. Não foi por isso que saiu de lá. Seus motivos são outros. Gosta de liberdade, de conhecer lugares novos e da vida aventureira. A forma como encontrou para ir tocando a vida adiante foi se aperfeiçoar nos malabares, praticado entre amigos e assim, segue de lugar em aldeia, conhecendo gente nova a cada dia. Tem lugares onde é mal recebido, daí permanece pouco, bate asas e aporta em outros. Sendo bem recebido, ganhando o suficiente para lhe garantir continuar fazendo o que gosta, permanece mais tempo. Assim se deu com Bauru, onde entre idas e vindas, já são alguns meses. Já conhece muita gente por aqui, principalmente outros artistas dos sinais, gente de todos os lugares e nacionalidades das mais diversas. Luquitas é um ótimo papo e vai render uma conversa e tanto. Agora mesmo, já deve estar lá por Marília, com seus instrumentos de trabalho perfilados ao seu lado e esperando algum sinal abrir para dar início para mais uma apresentação. Em breve vai estar por aqui e o ouviremos com toda pompa. Assunto para uma conversa prolongada não nos faltará. Até lá.

A FORCA DO BOTTON DO LULA
Vera Signorini eu só conhecia pelas redes sociais e algo nos aproximou no dia de hoje. A afinidade já existia. Ela, como eu, entendemos que, no momento não existe outra alternativa para este combalido País, do que elegermos Lula presidente. Já não aguentamos mais a desgraceira do que o milicianismo do ex-capitão nos aprontou. Diante dessa certeza, ela queria uns poucos bottons do PT. Ficou sabendo que, este mafuento, dentre outras coisas os revende pela aí. Faz contato, quer três, os com a estrelinha do partido. Marcamos dela vir buscar na porta de casa.

Ela chega, não paramos mais de conversar, como fossemos velhos amigos. Falamos de tudo. Conta do filho morando na Alemanha, muito mais petista e lulista que ela. Havia acabado de ganhar uns livros do Milton Dota e ela já ganha o primeiro. Por fim, pergunta quanto são os bottons. Queria três, lhe entrego quatro e mais um maior, "Estamos com Lula". Como cobrar algo de pessoa tão simpática? Fico sem jeito, enfim, só de vê-la fixando-o na hora na blusa, isso não tem preço. Melhor ainda, já nos convertemos na hora em interneticos amigos e marcamos prosa mais prolongada para os próximos dias. Enfim, a campanha está só começando.

VIERAM ATRÁS DOS BOTTONS DE LULA, AVÓ E NETA
Vontade imensa de passar o dia inteiro escrevinhando só de gente boa, de diletos amigos e destes todos de olhos bem abertos para a realidade deste País, cientes do grande mal hoje tentando tomar de conta de tudo e dessa necessária reação. Bastou escrevinhar que voltei a fazer os tais bottons e essas duas baixaram no meu portão no finalzinho da tarde. Queriam alguns com a estrela do PT, pois dizem querer sair expondo de que lado se encontram nessa intrincada contenta ocorrendo do lado de fora do nosso quintal. São elas, minha grande amiga Rose Barrenha e a linda neta, Ana Clara, que além de ganharem alguns botons, não só do PT, mas outro com a carinha do Lula mostrando a língua, acabarm por me trazer uns mimos. Rose ganhou uns livros e antes de passá-los adiante se lembrou de mim, escolheu alguns e me propôs uma troca com os bottons: "Do monte, selecionei e vi que alguns tem a sua cara, o estilo do Mafuá. Tinha que te trazer, pois sei da vontade que possui de reabrir isso tudo, de revitalizar e este espaço renovado e cheio de gente". Essa a grande maravilha deste mundo, ter amiga deste quilate, pensando na gente até no momento em que recebe lote de livros e antes de repassá-los adiante, seleciona alguns para o mafuento colocar nas estantes do que, ainda sonha um dia reabrir e convidar as pessoas para vir desfrutar do acervo ali guardado, aguardando ansiosamente a reaproximação popular. Ana Clara ficou a brincar com o cão Charles, enquanto proseava com Rose e num certo momento, ciente de que iria viajar, propôs para a avó: "Vó, me traga aqui essses dias todos, pois o Charles vai ficar triste sem o Henrique e assim eu dou umas voltinhas com ele. Ele ao menos vai ficar pouco mais alegrinho". Não são ambas encantadoras? Eu só ando com gente assim, dessa laia.

NA LUTA
Fundamentalismo mata. O assassinato de Arruda, em Foz do IGuaçu foi o ápice de uma sequência de acontecimentos violentos de nítida motivação política. Leio que o golpe em curso já teria até um nome, Operação Selva de Pedra e três fases. A primeira consiste em distúrbios e provocações. É a fase atual. A segunda começaria em setembro e se caracterizaria por tensões institucionais, cuja cereja do bolo seria a comemoração da Independência do Brasil. A última fase seria em outubro, com a adesão de setores bolsonaristas das Forças Armadas, das milícias e do agronegócio a alegar antes mesmo da votação que a eleição será roubada. Não se pode dizer o contrário, o terreno do golpe tem sido preparado a olhos vistos. Daí, como não estamos diante de um processo revolucionário e sim, eleitoral, onde a mudança terá que vir desta forma, o tamanho da derrota do ex-capitão é mais importante do que a vitória de Lula. Se ele perder de forma acachapante no primeiro turno, diminui muito a sua capacidade de tentar qualquer tipo de instabilidade. Não nos esqueçamos que, setores bolsonaristas sonham com, e planejam, uma versão nativa da invasão do Capitólio.

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