quarta-feira, 7 de setembro de 2022

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (207)


LEMBRANÇAS E REENCONTROS
1.) O TEMPO PASSA - DIOGO, O TCC SOBRE FERROVIA NA UNESP EM 2011 E HOJE FOTÓGRAFO DE HADDAD
Em 06/11/2011 escrevo no blog Mafuá do HPA o texto “Uma confraria de esquerda na Feira do Rolo” e num trecho: “Nesse domingo, um novo encontro (mesmo com esse nublado tempo aí fora), ainda marcado no “chega quem quer e a hora que quiser”, mas tudo sendo alinhavado para ter inauguração com barraca e tudo, cadeiras para os mais idosos e vinho patrocinado pelo Carioca, o da banca que a tudo observa e pelo visto aprova, pois domingo passado quando a turma observou uma jovem estudante da Unesp comprando ali um dos livros do Hobsbawm, mestre em História da maioria dos ali presentes, todos foram ao seu encontro e puxaram conversa. Do outro lado um outro estudante, DIOGO, filmando a feira para o seu TCC lá na Unesp, tendo como tema a Feira do Rolo e juntando-se ao grupo, já está mais do que familiarizado com o ambiente e já é assíduo. Todos saem dali tentando rir das atrocidades e insanidades que alguns insistem em fazer como se fosse a coisa mais normal do mundo”.

Reproduzo o texto, pois estou ainda em estado de graça com o ocorrido no último sábado, 03/09/2022, quando da vinda de Haddad, Alckmin e Márcio França em Bauru, campanha eleitoral deste ano. Ali na praça Rui Barbosa, todos reunidos e um dos fotógrafos da comitiva me chama pelo nome: “Oi, HPA, lembra de mim?”. Não me lembrava e ele me faz relembrar. “Sou o Diogo Zacarias, estudei na Unesp e você me ajudou muito a fazer meu TCC, que tinha por tema a ferrovia e a Feira do Rolo, fiz um documentário e escrevi sobre a importância do trem para o progresso de Bauru e você foi um dos mais me auxiliou. Nunca mais me esqueci. Hoje trabalho para o Haddad, moro em São Paulo, sou o fotógrafo dele e circulo ao lado de onde ele ande nessa campanha. É um prazer te reencontrar e te ver na luta”. O mundo não dá voltas, ele capota. Sabia que tinha escrito algo dele no blog e localizei um pequeno escrito e junto uma foto dele entrevistando o comerciante Amílcar Oliveira no já distante 2011.

Nos transformamos em amigos pelo whatts e peço a ele que me envie o trabalho de TCC, até para guardar e se puder, compartilhar por aqui. Ele, neste momento, não tem muito tempo, pois a estrada o chama. ComE pó pela aí, confins paulistas. Ele tirou fotos lindas daquele dia e me envia um álbum com mais de 30 delas, todas imensamente melhores das que tirei. Eu, só depois de alguns dias consigo escrever algo sobre o belo reencontro, quando não mais o reconheceria, mas ele me reconhece e me enche de alegria. Sim, continuo na lida e luta, novamente ao lado de Lula e do sonho de reconstrução deste país e ele, que felicidade em vê-lo envolvido num dos momentos emocionantes da luta por dias melhores. Ele, Diogo, me mostra que estou na luta e lida e não é de hoje. E assim continuarei. Abracitos imensos para ele, que a partir de agora, me envia, nas brechas de tempo, algo mais do que se passa na campanha de Haddad.

2.) SEBO DO CHE, DO SÉRGIO SANDINO, ANDARAÍ, RIO DE JANEIRO
Lugar verdadeiramente indescritível, em todos os sentidos e maneiras. A história é longa e estou neste momento voltando de onibus, Rio de Janeiro para Bauru, cansado e, acho complicado demais escrever texto longo com esse chacoalho e tecla tão pequena. Amanhã cedo concluo. Hoje imaginem o algo mais pelas impactantes imagens.

O texto só hoje, 07/09/2022:

Eu conheço o Sérgio de outros tempos. Seu sebo/livraria fica duas quadras de onde Ana Bia morou no Rio de Janeiro por quase toda sua vida, Rua Uberaba, altos do Grajaú, perto do Hospital do Andaraí. Há pelos menos uns dez anos atrás, descobri o lugar, as vezes aberto, em tantas outras horas fechado, mas sempre funcionando, ao modo e jeito de seu proprietário Sergio Sandino Barros, mais conhecido como Sergio Sandino, nome que carrega consigo desde que aos 18 anos foi lutar na Revolução Sandinista e por lá passou quase três anos. Foi de kombi, parando pelos lugares, cantando com seu grupo musical, o Conjunto Mambembe. Jovem, festou, mas também lutou, conheceu a realidade nicaraguense e da luta nunca mais se afastou.

Voltou e morador do bairro Usina, encontrou este ponto no Andaraí, montou a livraria e sebo, sempre com a mesma cara. Quem chega acha tudo uma bagunça, mas ele sabe onde tudo está localizado. Vive disso, da venda de livros, LPs e CDs, mais dos livros. Tempos atrás encontrei ali no sebo o imortal da Academia Brasileira de Letras, acadêmico Antonio Carlos Secchin, um "rato" de sebos, de bermudas, vasculhando raridades onde lhe dizem existir. Ou seja, não importa como estão dispostos, se bem organizadou ou não, o importante é estar junto e dentre eles. Eu assim ajo e desta forma conheci Sergio. O revejo após alguns anos.

Trinta anos de livraria aberta. Por sorte nessa segunda uma das portas estava aberta e adentrei. Ele estava sentado em sua cadeira, quase imperceptível, diante de tantos livros amontoados por todos os lados. Peço licença e digo ter uma hora, se poderia fuçar e vasculhar, garimpar alguns título. Sou autorizado e adentro o templo livresco. Vasculho e conversamos. O nome do local é homenagem a seu ídolo, Livraria TCHE. Durante o tempo que ali passo, três pessoas adentram o lugar e saem com pedidos previamente solicitados. Ou seja, o danado possui boa clientela. Neste dia, um pouco de pressa, escrevo pouco e as fotos dizem muito mais do que a escrita. Prometo voltar e fazer um Lado B com ele. Ele se interessa, pede o endereço de meu blog, trocamos telefones e saio com quatro livros e dois CDs, mais um brinde, uma placa com um sonoro "FODA-SE", para instalar em minha estante. Toda vez que entro lá, ao sair sei que poderia ter aproveitado melhor a estada. Tenho voltado menos veze do que gostaria ao Rio e essa história de resistência, três décadas de resistência merece ser contada com mais apreço. Fica o desejo de concretizar o registro. Volto no ônibus folheando os livros, devorando-os e me fazendo perder o sono. Volto pela rodovia Dutra, noite adentro, lendo e única luz acesa varando a noite. As preciosidades trazidas da bagunça organizada do Sérgio me envolvem e penso também no grande feito, dele aos 18 anos ter muita história pra contar, atravessando a América de kombi em busca de ajudar os nicaraguenses a se livrar do ditador Somoza. Sua livraria merece ser conhecida, pois além dos livros tem ele lá dentro e com tantos assuntos pela frente. Quem me pedir o endereço em passo e indico: indo ao Rio, passe por lá...


SETE DE SETEMBRO
Hoje Sete de Setembro, 200 Anos da Independência Brasileira, venho aqui neste espaço para escrevinhar algo sobre os caminhos do demônio, o sistema de desinformação e fake news que encontrou terreno fértil no Brasil e assim elegeu o capiroto em 2018 e agora, claudica, mas sobrevive e continua aprontando. A desinformação precisa ser entendida como uma fenômeno estruturado, intencional, que se consolida nas sociedades contemporâneas, tem fortes impactos em vários contextos - social, político, econômico, de saúde - e compromete seriamente o funcionamento da esfera pública. Há um processo de produção profissional criminosa, mentirosa e perigosa envolvendo muitos atores e financiamento. O demônio aqui citado não se restringer na fala da esposa do capiroto, Michelle naquele momento no culto, mas se espalha pelas redes sociais, pelos sites bolsonaristas, pela pregação do pastor na igreja, pelos artigos de maior circulação no País. leve em consideração que, a visão do mundo dos indivíduos não é racional o tempo todo. Esse discurso a envolver o demônio serve para consolidar a agenda ultraconservadora da extrema-direita e para tirar o foco de temas e pautas que realmente interessam ao País e que deveriam estar mais presentes no debate: fome, desemprego, economia estagnada, aumento acentuado da depressão na população, corte de verbas públicas para educação e saúde, entrega da Petrobras e privatização da Eletrobras, entre tantas outras. Agora mesmo, fazem uso do Sete de Setembro para inentivar um golpe. Basta de retrocessos.

O SETE DE SETEMBRO, OS DUZENTOS ANOS DA INDEPENDÊNCIA E O MOMENTO ATUAL
Eu já desfilei várias vezes nos meus tempos de Ginásio em diversos e variados Sete de Setembro. Tenho até algumas fotos, uniformizado e pomposo, pescoço pra cima, marchando resoluto. Só muitos anos depois fui entender de fato o que estava sendo comemorado neste e em outros dias. Hoje mais um desfile nas ruas do País, como sempre ocorreu, com o algo mais de neste ano ser o dos 200 Anos da Independência (sic) do Brasil. Comemorações redondas merecem apreço maior, destaque e significados especiais. O agravante é que, neste 2022 tudo coincide com estarmos vivenciando um desGoverno fascista, genocida e miliciano, propondo um declarado golpe militar para continuar no poder mesmo perdendo a eleição. Inaceitável situação.

O desfile acontece neste momento e nos últimos anos até participei junto dos Grito dos Excluídos. Neste não desço para ver nada, pois sei existir uma mistura de patriotismo com bolsonarismo/suellismo, daí fico em casa. Leio que mais de duas mil pessoas desfilarão e junto a estes seus famailiares, ou seja, muita gente nas ruas. Por que deveria ir lá instigar algo? Prefiro não fazê-lo e para isso, sei, teremos outros momentos. Para o mesmo dia, marcado para Bauru um concentração de cunho direitista para a Praça Portugal, onde pedem que todos compareçam com a camisa da seleção de futebol, a verde-amarela. Ali, Altos da Cidade, Zona Sul bauruense o reduto destes e daí, novamente, quero manter distância. Estes declaram voto no genocida e fujo destes. Tem ato marcado contra o Senhor inominável para a Praça do Líbano, mas não fui, pois hoje não vejo conveniência para isso com a pouca adesão. Estar lá com 50 pessoas, poucos quarteirões do desfile é improdutivo. Prefiriria marcar outro data e local, com poder grande de concentração, como foi o ato com Haddad na Praça Rui Barbosa no sábado passado.

Apreensão com o que golpistas armados podem querer aprontar hoje. De tudo o que porventura acontecer hoje, vejo que providências devem ocorrer. Se forem acintosos e oferecer perigo, que a lei se encarregue de mantê-los dentro do cercadinho, do contrário a manifestação é livre. Tento não entrar no clima de ódio reinante, tenho o carro adesivado e ouço nas ruas elogios e provocações. Enquanto não passarem disso, tudo bem. Continuo em campanha junto de Lula, Haddad e pela volta do país nos rumos da normalidade, que nos trará paz e harmonia. Sou de paz, mas também se preciso for, brigo. Enfim, se tudo ocorrer dentro dos limites permitidos, iremso em frente sem transtornos, mas se algo ocorrer e tentarem destruir o rumo da decisão popular, a reação será natural. Hoje, estou na encolha, recolhido, porém atento. O confronto de hoje não nos interessa. Interessa tentar convencer os indecisos e ganharmos logo esse pleito. Resistir é preciso. Amanhã será oito de setembro, outro dia e as ruas voltarão a ser de todos, para tanto, devemos sair da conformidade e nela estar e atuar.

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