segunda-feira, 21 de novembro de 2022

ALFINETADA (221)


O DETALHE QUE NÃO PODE PASSAR BATIDO NA ENTREVISTA DE RODRIGO MANDALITI - MDB PARA A 96 FM
Muito se falou da tal entrevista do atual líder do MDB na cidade e dos rumos do "complexo diálogo sobre a pavimentação da eleição municipal de 2024" (Coluna Entrelinhas, do JC). Sim, Mandaliti é empresário e seu partido está no jogo. Possui força política e, também por causa disto, sua fala repercute. Ele representa esse novo MDB despontando no país e capitaneado por Baleia Rossi, oriundo aqui também do interior, região de Ribeirão Preto. Um prócer do negócio de telemarketing e outro do agronegócio. Ou seja, políticos representando o poder constituído dos com muito capital. Este o segmento que representam.

De tudo o que ouvi da conversa levada ao ar dia 18/11, algo se sobressai e merece a observação, atenção especial. Da conversa, sendo levada em banho maria, tudo poderia ficar nisso, na expectativa de como o partido vai atuar, mas ele deslizou e num momento, não sei ao certo se escapou sem querer querendo, mas deu para conhecer de fato a sua linha de pensamento. Explico. Questionado sobre a eleição atual e Lula, disse claramente que, segundo ele, existiu um erro em tornar Lula elegível e poder participar deste pleito. Segundo ele, a punição que a Justiça reviu está errada e Lula não poderia participar de mais nada. Desprezou a decisão da Justiça. Ou não a entendeu de fato ou continua favorável às esdrúxulas decisões da Lava Jato. Demonstra posicionamento conservador e distante da decisão tomada pela Justiça.

Isso está claro no trecho da entrevista. Junto tudo e o vejo com a mesma linha de pensamento de Baleia Rossi, o prócer do partido em São Paulo, ambos mais conservadores do que, por exemplo, a senadora e candidata à Presidência Simone Tebet. Baleia tentou segurar Simone em apoiar abertamente Lula no 2º Turno, mas ela se impôs e o fez, mesmo contrariando decisão interna do partido. Impossível não lembrar de quando o paranaense Roberto Requião deixou o partido, por não ter mais espaço interno e hoje vejo claramente a Tebet cavando um espaço mais liberal, ares mais democráticos dentro da legenda, enquanto os barões se posicionam muito mais à direita. Para mim, Mandaliti deixou bem claro sua linha de pensamento e ação, neste deslize na entrevista. Deu para entender claramente que, a mola mestra do MDB é conservadora e necessita e muito se arejar. Tebet seria uma espécie de resquício Requião hoje dentro do partido? Veremos.


ENTENDENDO TUDO ou NÃO ENTENDENDO MAIS NADA
"Não tem $$ pra imprimir passaporte, não tem $$ pra manutenção de viaturas da PRF, não tem $$ pra farmacia popular, não tem $$ pra merenda, não tem $$ pra educação, não tem $$ pra cultura, não tem pra politicas publicas, não tem $$ pra ciência, pra floresta, pra violência contra a mulher, pro esporte e pro diabo que o carregue.

Aí nessa terra onde o presidente eleito é mais questionado sobre $$ do que o presidente em exercício (que se abstém pq não interessa mais nada a ele a não ser queimar provas e documentos) dei um pulo na casa da psicopatia generalizada e lá estavam eles fazendo um ritual pra ETs. (AH NÃO!!) AH SIM! E uma outra turma lá na Sé, onde anunciavam intervenção militar em frente a barracas montadas pra ATENDIMENTO SOCIAL A MORADORES DE RUA.

Um ex amigo, que mantenho no laboratório de pesquisas psicóticas, postou self junto de várias pessoas enroladas no manto verdeamarelo ao som do hino a bandeira, dizendo-se sempre na luta pelo ideal!

Oi??
O cara ha tempos passou dos sessenta, ja teve tempo pra ler né não?
Népussivel tanta falta de vergonha.
Tô indo ali tirar o tubo, pq essa coisa de dizer que DEUS PREPARA tá me dando medo", Rosa Maria Martinelli.

ALEGRIA E TRISTEZA NO RETORNO AO INTERIOR DO MUSEU FERROVIÁRIO
O Museu Ferroviário de Bauru continua fechado, assim como os demais, o Histórico Municipal e o da Imagem e do Som. No Ferroviário, estive ontem assistindo show na sua praça interna, a Kaigang, sem poder se utilizar dos banheiros, ainda interditados. Fui num banheiro químico, do outro lado, junto aos trilhos e ali me deparei com a Maria Fumaça ao relento. Nem embaixo da cobertura da estação ela se encontra. Outros carros também, ao relento e segundo ouço, estão do lado de fora para facilitar a segurança e não ter tudo dilapidado, roubado. 

Entristeceu demais em saber que, peças da Maria Fumaça foram roubadas e para não piorar a situação, funcionários retiraram e guardaram outras, para não ampliar a calamidade. Ou seja, nenhum esperança da famosa composição turística voltar a circular. Ela deixa saudade, mas assim deve permanecer, pelo menos é o que entendo: nessa administração, movimentação zero para devolvê-la aos trilhos e com autorização para rodar. E agora, com peças roubadas, tudo piorou.

Ou seja, a situação é calamitosa, triste, doída. Essa administração, bolsonarista até a medula, poderia ao menos ter tentado a autorização para reconduzir à circulação a Maria Fumaça. Nestes anos de chumbo, a gente viu o que Bolsonaro fez com o IPHAN e se fosse ao menos instigado, creio eu, teria como fazer nossa Maria Fumaça rodar. Pelo que sei, nada foi nem tentado neste sentido. Perderam a oportunidade. Vou dar início quando Lula assumir em algo junto ao DNIT, verificando o que se faz necessário para vê-la funcionando. Hoje, tudo parado, enferrujando e com os funcionários, inclusive maquinista, já atuando em outros setores. Perdição absoluta.

Alegria mesma eu tive em reencontrar o Luiz Carlos Pereira, dedicado funcionário público municipal, desde o início no Ferrovia para Todos e hoje atuando dentro do Museu Ferroviário. Conversei pouco com ele e me mostrou os dois decks dentro da praça Kaigang, ambos feitos por ele, experiente marceneiro. Lindos espaços levantados em madeira, um como palco e outro como espaço com mesas, quando pedi para tirar foto e mostrar algo de sua arte. Gente como o Luiz são os tais lutadores de uma vida inteira, fazem e acontecem, muito já fizeram e muito ainda teriam para fazer, mas precisam de retaguarda, ou seja, gente interessada em levar adiante o projeto férreo e o da Maria Fumaça. Luiz é de pouco falar e nem queria que o fizesse, pois quem não faz, tem o dom de perseguir os que querem fazer. Não lhe perguntei nada, mas ouvi de outros, algo do triste momento de abandono, fim de feira. Três museus com obras paralisadas e funcionários de mãos atadas. Os atuando, fazem o que podem, como a alegria de ter presenciado a belezura da remodelação da Praça Kaigang. Se deixarem estes fazer, com certeza, a Maria Fumaça nunca teria parado de rodar nos trilhos bauruenses. Esses tantos Luizes são os que carregam tudo nas costas. Rendo meu muito obrigado a ele e todos os que, anonimamente continuam tocando o barco, mesmo quando os ventos sopram contrário.

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