segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

BAURU POR AÍ (210)


SE NA "EDUCAÇÃO" ESTÁ ASSIM, IMAGINEM O RESTANTE - DEPOIS DO ACIDENTE ALGUÉM TENTA DESVENDAR O QUE SE PASSA NAS ENTRANHAS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU
Precisou um trágico acidente para de descobrir como anda regularmente as entranhas da secretaria mais poderosa e rica da Prefeitura Municipal de Bauru. O acidente rodoviário envolvendo um ônibus cheio de estudantes no caminho de aulas de música e dali, quando verificada na raiz, um descalabro, desde a parte organizacional até tudo o mais. Muda-se secretária para secretário, mas no intestino da atuação, nada muda, ou seja, por fora bela viola, por dentro pão bolorento. E daí, após ver as barbaridades já sendo investigadas e agora divulgadas após Audiência Pública, a pergunta que não quer calar é só uma: Isso tudo ocorre só na Educação ou em tudo o mais? A contaminação é generalizada e abrange toda a estrutura?

Infelizmente, pelo visto, "tá tudo dominado". Não existe mais um critério básico recomendado para se ir tocando a coisa. Tudo acontece ao "deus dará" e, principalmente, contando com a sorte. Vejo prevalescer no interior da Prefeitura, naquilo que a faz rodar, algo que vem de anos e isso foi se deteriorando com o passar dos tempos. Ficou mais do que explícito neste caso atual, um modus operandi sem regras legais, mas funcional e isso nem sempre é o ideal, o recomendado, o certo. Pra começo de conversa isso se traduz em administradores que chegam e não estão preocupados com estes detalhes, mas sim em tocar o barco, ou seja, na continuidade da maquiagem.

Ser criterioso nos detalhes é ser também chato, mas necessário. E isso é descoberto e desvendado só após alguma tragédia. O procedimento folgazim não é de hoje e já ocorria, não mudou e nada ocorreria se nada tivesse ocorrido. Mas na Educação, o primo rico da Prefeitura, avisos já foram dados, sinais de alerta já dispararam, mas mesmo assim pouco ou nada de concreto ocorreu. Se isso é culpa do atual secretário, da anterior, da alcaide, ou de todos juntos e misturados, o fato mais do que exposto e revelado é o da existência, ou melhor, a inexistência de setor sério de avaliação de procedimentos. Isso tudo, o ocorrido e o que está sendo apurado na pós-tragédia é triste, pois denota bem como se processam as providências, ou seja, tudo primeiro acontece, para só depois ir atrás de minimizá-las ou mesmo maquiar a coisa e continuar tocando o barco. Como primeira providência, barram a continuidade do uso dos tais ônibus, mas não tratam da raiz do problema. Desorganização e incompetência elevadas à sua máxima potência. Na apuração, o que se espera é que, se chegue aos mandarins, aos capos mais graduados e não fiquem na simples troca de nomes dos de baixo. Do contrário, é o mesmo que culpar o Marquinhos pelo pênalti perdido e a saída do Brasil da Copa do Mundo, isentando o Tite de responsabilidade. Aqui é até mais fácil de fazer algo deste tipo, mas não cola mais, pois não é a primeira vez e pelo visto, não será a última.
OBS.: Não encontrei disponibilizado a Audiência Pública nas redes sociais, onde o caso foi dissecado nos seus mínimos detalhes. Aguardo para postagem.

TEMPOS DE VENTO A FAVOR, NOVAMENTE*
*10 de dezembro : Dia Mundial dos Direitos Humanos. Agora podemos voltar a falar dele com todo o mérito que lhé é merecedor. Abaixo texto deste professor, uma das referências ao DH na cidade de Bauru, escrito dois dias atrás e por mim reproduzido no de hoje:

"Parece haver consenso, pelo menos entre defensores dos direitos humanos, que esses não naturais ou sagrados e sim, humanos; ou seja, são conquistas de lutas históricas pelo respeito à dignidade humana.

Em certos aspectos, pode-se até afirmar que o respeito aos direitos humanos, enquanto ideário ético-político, teve avanços significativos na humanidade: – a reinvenção da política na modernidade europeia contrapôs-se ao absolutismo, com um novo regime sociopolítico, apontando para uma sociedade fundada em direitos para todos e não mais em privilégios para poucos; – a educação e os meios de comunicação vêm favorecendo a ampliação da consciência dos direitos nas camadas da população subalternizada; – o trabalho escravo, antes uma norma e cultura, hoje é denunciado por sistemas internacionais de proteção aos direitos humanos; – passo a passo, as mulheres vêm conquistando leis de igualdade de gênero e a sociedade patriarcal já soa com entulho estrutural a ser definitivamente removido; – em países colonizados, a ideologia da descolonização cultural cresce no interior dos movimentos sociais e já começa aparecer na agenda de universidades dos países periféricos; – enfim, defesa da dignidade da vida humana continua viva, não apenas nas lutas por políticas identitárias, mas também se amplia para toda a vida planetária.

Entretanto, não há tanto motivos para comemorações. O avanço dos direitos humanos mostra-se seletivo e não linear, tanto no espaço e quanto no tempo. Ocorrem conquistas em determinados povos e não no conjunto da humanidade. Ao lado democracias sólidas com justiça social, temos ainda países com ditaduras sangrentas, regimes teocráticos e democracias de baixa densidade cultural e social, alimentando desigualdades, preconceitos, racismo, e violência contra a mulher, contra a população negra e os povos originários. Acresce a essas violações dos direitos humanos, uma tragédia humana nas multidões de refugiados por guerras, por questões climáticas e pela miséria, em várias partes do mundo.

Também no tempo histórico, as conquistas de direitos humanos nem sempre foram cumulativas. Um momento histórico de avanços de humanização pode vir seguido de tempos de retrocesso com perdas de direitos conquistados. Vimos que a Revolução Francesa inaugurou o novo regime com as ideias de liberdade, igualdade e fraternidade, porém a França restaurou a monarquia conservadora, após a queda de Napoleão.
Na segunda metade do século XX, diversos países na América Latina tiveram seu projeto, de uma sociedade mais justa e humanizada, abortado por golpe civilmilitar e com longos períodos de violação dos direitos humanos pelo próprio Estado. E mesmo posteriormente, no período de (re)construção da democracia, têm havido avanços e retrocessos no respeito aos direitos humanos. Grandes obstáculos impedem um avanço progressivo de uma cultura de respeito aos direitos humanos: obstáculos conjunturais, como o poder político, e obstáculos estruturais econômicos (desigualdades sociais) e estruturais culturais (machismo e o racismo).

E hoje, em pleno século XXI, uma onda conservadora assombra até mesmo países democráticos. Por isso, a luta pelos direitos humanos é fortemente marcada como uma luta de resistência, mesmo quando vivemos tempos de vento a favor, como se prevê novamente no Brasil.
Bauru-SP, 10 de dezembro de 2022. Clodoaldo Meneguello Cardoso".

SEGUNDA É (FOI) O DIA DA DIPLOMAÇÃO DO PRESIDENTE LULA
O Brasil de cara e postura nova. O novo momento começou logo depois da consumação da vitória. Agora é momento de juntarmos forças e reconsertar este país. Tudo é possível, mas quando seguimos juntos. Não espere que outros façam pela gente o que podemos ajudar a ser feito.

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