FRASES (227)

O GADO DEFRONTE O QUARTEL

Escrevi um texto dias atrás sobre quem estaria financiando a permanência, com muitas benesses, daquele pessoal travestido de verde-amarelo defronte os quartel da rua Bandeirantes e recebo três ligações, todas me repassando nomes, dando dicas do que por lá realmente acontece e da chegada de alimentação e afins, tudo em embalagens devidamente preparadas para este fim. Das fontes recebidas e repetidas pelos que me ligaram, uma certeza, tem gato nessa tuba. "Este famoso comerciante e empresário local é famoso pelo que entrega. Me disseram, basta ligar e prontamente atende com muita coisa, sendo o principal fornecedor do local", me diz uma. Não declino os nomes, mas pelo visto já são do conhecimento geral, estão na boca do povo e, assim sendo, impossível não ser também do conhecimento de quem investiga sobre a irregularidade do que ali é cometido.

Ontem, meu amigo advogado Gilberto Truijo fez uma pergunta pelo seu FAcebook: "Quem está financiando o gado que está ali na rua bandeirantes frente ao quartel!". Simples assim. Veja algumas das respostas recebidas:

- "Ainda tem gente se prestando a esse papel?? O bozo já está mudando ,o povo não acorda???", Maria vera Prestes Pereira.
- "Logo logo o Xadao descobre. A manda pro chiqueiro", Gra Ribeiro.
- "Enquanto Bolsonaro ganha mais uma aposentadoria de 42 mil reais come picanha de 1.800 9 kg e toma champanhe os trouxas passam vergonha esses PATRI-OTÁRIOS vão passar as festas longe da família enfrente os quartéis passando fome, frio e tomando chuva são os PATRIOTARIOS Alienados conversei com um, fiquei pasmo de ver o tamanho da ignorância e o nível de desinformação", Montinegro Monte.

- "Tadinhos gente eles são manezadas e estão comendo cadáver de Índio com bananas prato feito do Genocida que agora está com perebas ou melhor e só uma perebinha", José Fernandes.
- "Olha Dr. O direito de se manifestarem , de achar que houve fraudes na eleições e etc , ficarem ali por uma semana até entendi e achei válido, afinal estão ali pacificamente, apenas impedindo o trânsito na quadra, eu diria que o obejtivo já foi atingido e o recado dado etc. Agora, passou de uma semana já beira a insanidade, já virou chacota, acho que estão com vergonha de pra casa e ter que explicar que não deu em nada, que foi a toa...", Eduardo Nicolas.
- Para o Nicolas: "não e com essa "INOCÊNCIA" que você relatou que as coisas estão acontecendo aqui em Bauru tem EMPRESÁRIOS, POLÍTICOS, RADIALISTA E APOIADORES DE BOLSONARO... financiando estes atos antidemocráticos e criminosos, está gente não estão na frente dos quartéis só apoiando Bolsonaro, estão contestando o resultado das eleições que foram limpas e legítimas, estão comendo vários crimes federais contra o estado democrático de direito e podem ser enquadrados até por terrorismo, aqui em Bauru JOVEM PAN, ALEXANDRE PITOLI, VEREADOR BORGO, CLÁUDIO COFFANI, OLLAVO PELEGRINO são os que mais apoiam esses ARRUACEIROS isto está claro o canal da jovem pan Bauru já foi desmonetizado pelo YouTube e provavelmente está sendo investigado pela polícia federal. Estou torcendo para que aqui também tenham PRISÕES decretadas", Montinegro Monte.

- "Manifestação serve para contagiar outras pessoas... Estas manifestações me causam risadas contagiantes e vergonha alheia contagiante", André Neves.
- "Eu moro aqui perto ouvi eles falando que iam ter que sair .Quem patrocina está com mandato de prisão tomara. Eles só sabem atrapalhar o trânsito a escola comer, beber , cantar o hino nacional e encher o saco do militar.Nunca vi um povo tão idiota", Valquiria Correa.
- "Estão vivendo de sol e chuva...alguns já estão até fazendo fotossíntese kkkk", Benedito Falcão.
- "As eleições sempre tem um que ganha e outro que perde ou tem que desenhar?", Dilma Soares.
- "Já viu bolsonarista não ser 'inguinorante", Sadraque de Oliveira Souza.
- "Exibição de truculência, revolta sem causa, exigindo liberdade com a ditadura", Francisco Pereira de Lima.
- " Sabe quando o mico é tão grande... Que fica difícil aceitar que tá pagando?.. Vergonha de admitir que casou e sentou em cima! (é cagáda mesmo... Casaram com a mentira!)", Maurinho Santos.
- "Bando de golpistas patéticos, lambedores de coturno", Cicero prentice Barbosa Junior.
- "Ainda tem gente em frente ao quartel? Eita! ", Iara Artelli.

outra coisa

LEMBRANÇAS DE MEU AMIGO MACARRÃO

Leônidas de Assis seu nome e se vivo, sua idade beirava a minha. O danado se foi antes do tempo. Eu quando adolescente, morando do outro lado do rio Bauru, o atravessava e ia jogar bola todo sábado com a molecada da rua Beiruth, já Bela Vista. Começamos a jogar bola aos sábados num campo existente no final dos anos 70, atrás de uma bocha, na Baixada do Silvino. O campo estava situado onde hoje passa a Nações Unidas. De lá fomos jogar todo sábado, lotando uns quatro carros no campo do IBC, do outro lado da cidade, onde meu tio Carlão Grandini morava com a família. Nos fundos tinha um campinho e por quase uma dezena de anos era ali nosso local de jogar bola. Tenho muitas belas lembranças daquele período de minha vida e de todas as amizades constuídas. Muitas perduraram para a vida inteira, outras sumiram e outros se foram, partiram desta.
Dentre os que já pertiram, o Chacon, um cara batuta, que num final de semana o convidamos para o jogo, mas ele declinou e saiu com sua moto. Bateu no cruzamento da Nações com a Rodrigues e perdemos todos, um desses caras incríveis, que com toda certeza seria meu amigo até hoje. Outro, esse o mais batuta de todos foi o velho Maca, ou Macarrão, como todos o conheciam. Era magro, fino e alto, daí o apelido. Na época, ainda jovem começou a aprender o ofício que seria a mola mestra de sua vida, o de gráfico. Ao longo dos anos, trabalhou nas maiores gráficas desta cidade, conquistou fama, mas bebeu demais e danou com sua vida. Foi se fragilizando, a esposa aguentando tudo, até que explodiu.

Morava no meio do quarteirão onde nos encontrávamos todo sábado, numa casa modesta de madeira, nos fundos. Lembro bem do corredor e das tantas vezes em que por ali fui atrás dele para sairmos pela aí. Circulamos em algumas brincadeiras dançantes e circulávamos pela praça Rui Barbosa. Ele não era muito chegado em cinema, eu sim, mas tomávamos nossas cervejas juntos. O seu jeitão despojado me fez dele se aproximar e de todos da turma, era o que mais me identificava.

Era desengonçado demais jogando bola, mas sabia da coisa. Eu não, sempre fui ruim, mas levava a bola e era doido por jogar. Eles me toleravam, mas na hora de escolher os times, sempre era um dos últimos a ser escolhidos. Depois da contenda, voltávamos para a Beiruth e a conversa prosseguia com todos reunidos numa das esquinas. Altos papos, que na maioria das vezes terminava por ali mesmo, pois ninguém tinha grana para se aventurar pela vida noturna de Bauru. Fui me lembrar dele estes dias, pois sua esposa está trabalhando como costureira na loja da Fátima Cardoso e todo vez que a revejo, impossível não falarmos do danado e das peripécias junto dele.

Nem sei quanto tempo já faz de sua morte. Quando casou, conseguiu casa lá no Gasparini e para lá se mudou. Teve duas filhas e ali prosseguiu até o fim. Nos últimos tempos, coisa de uns vinte anos atrás, quando por ali morei, ainda o via, mas o distanciamento que tivemos, nunca mais nos aproximou como antes. Sempre o terei como um dos grandes amigos dos meus tempos de moleque e depois do começo da adolescência. Pedi para sua esposa que me trouxesse algumas fotos dele e dias atrás, quando passei lá na Fátima, ela abriu a bolsa e me mostrou essas duas, do seu casamento. Maca todo bonitão e eu, na época, por volta de 1984, casado com a Wilma. Olho para o passado, através dessas fotos e quando começo sentir com maior intensidade a passagem dos anos, dores pra lá e pra cá, nada como sentir bruta saudade daqueles tempos, quando tínhamos todos um vigor pra dar e vender. Hoje mesmo, a cabeça viaja revivendo muitas histórias vividas com o pessoal da Beiruth e, principalmente com o querido Macarrão. Quanta saudade.