segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (211)


COMEÇANDO A SEMANA E O ANO COM TUDO
Agora é a Democracia no comando.
Eu sabia, voltariamos e com LULA presidente.
Sem medo de ser feliz.
Falta arejar nossa Bauru e lutar muito para SP não retroceder. A luta continua e, agora, mais do que nunca, se faz necessário o ninguém solta da mão de ninguém. Só muito unidos venceremos.
HPA

NA ESTRADA VOLTANDO, SEM RESSACA, DA FESTA POSSE DO LULA
Dever cumprido, corpo cansado, viagem pela metade, mandato todo pela frente, esperança renovada, a certeza de termos saído de um putrefato estado de destruição nacional.
Voltando pra casa recarregado, pronto para todos os embates, os possíveis e os inimagináveis, acreditando muito que, com a união de brasileiros vislumbrada no dia da posse pelas ruas de Brasília, chegaremos lá.
Olhando para a estrada pela frente, sonhando com as possibilidades, pés no chão e a certeza de que, essa nova chance não pode ser desperdiçada. Tudo também depende da nossa perseverança e união.
HPA - creio eu, passando perto de Ribeirão Preto SP, 9h53, segunda, 02 de janeiro de 2023.

SEGUNDINAS - HISTÓRIAS DA POSSE, CONTADAS DA ESTRADA
01.) O PERUANO JUAN, MÉDICO FORMADO NO RECIFE, 50 ANOS DE BRASIL
Na fila da comida, dentro de um imenso espaço de alimentação, quiosques por todos lados e nenhum dando conta da multidão, consigo algo inusitado. Uma senhora comprou dois pratos de arroz caldozo e um estava sobrando. Viu o "velhinho" na fila, ofereceu vender um. Aceitei, paguei, ganhei de brinde pedaços de carne do seu outro prato.

O passo seguinte foi arrumar um lugar pra sentar e comer. Foi quando conheci Juan, ou melhor, dr Juan, médico petuano, cardiologista, 50 anos de Brasil, formado e residindo no Recife PE. Ele estava numa mesa ao lado de uma senhora e quatro cadeiras vazias. Disse estar ocupadas, os filhos na fila da comida. Oferece para ocupar, mas até eles voltarem. Sento, como e vamos conversando. A outra senhora na mesma siruação que a minha, ocupação temporária do lugar. Tudo cordialmente compartilhado.

Juan é progressista, abomina Mario Vargas Lhosa, mesmo tendo lido muitos dos seus livros - como eu. "Direitista e bolsonarista dos infernos", me diz. Conta algo mais do deposto presidente Castillo, sua origem de professor rural e das forças contrárias, direita insana, hoje capitaneada pela filha do Fujimori. Ele, dentre as lembranças revividas ali enquanto como, diz ser chamado pelos seus colegas no Recife, de "o medico do Sandero". Aproveita para descrever a história do Sandeto Luminoso por outra vertente. "Tudo tem que ser entendido por todos os seus lados", me diz. Foi também elucidativo ouvir dele a história de Alan Garcia, duas vezes presidente e, quando acuado, se suicidou. "O fez por meros 150 mil dólares, enquanto outros, milhões desviados se safaram"..

O presenteio com alguns bottons, motivos da posse, ele compra outros e pratico o escambo com um péssego, dentre frutas variadas trazidas como sua refeição. Fala de Lula e de seu poder conciluatório: "Diálogo inigualável, único e necessário neste momento. Desarma o adversário na boa prosa". Enfim, ama o Recife, sua terra, indo e vindo ao Peru só a passeio. Quando começamos a conversa me sugere uma charada, afirmando ser do PP e me pergunta para decifrar o significado. Matutei e nada, cheguei a sugerir Partido Progressista, no que levei puxão de orelha, "não sou conservador". Sua explicação é deliciosa: "sou peruano e pernambucano, mistura maravilhosa que moldou minha vida".

Histórias como essa moldaram o meu dia, o da posse de Lula, eu perambulando pelas ruas da Capital Federal. Conto algumas delas, as publicáveis - e na medida do possivel. Tentam conversar comigo aqui no ônibus de volta, eu respondo em monossílabas e tento conrinuar escrevinhando.

02.) EU E ESSA MARIA, PRIVILEGIADOS NA IMENSIDÃO DE GENTE NA ESPLANADA
Creio eu que, a imensa preocupação de todos ali presentes para a posse do Lula Presidente, o dia todo nas ruas de Brasília, não era se ele subiria ou não a rampa, pois disso tinhamos certeza, ele o faria. Na verdade, quase todos com seus celulares a registrar tudo à sua volta, a carga dos aparelhos despencava rapidamente. Daí, como fazer a mesma perdurar até o final do dia? Impossivel.

Eu dei meu jeito e essa Maria idem. Colei nela e diante de uma multidão, ainda não estimada, mas ultrapassando em muito as 500 mil pessoas, quantos conseguiram o feito de nós dois? Poucos, muito poucos. Nos locais com pontos elétricos, área restrita para seus servidores. Num certo momento, eu, Mauricio Passos e Vinicius Vinícius Negrão, permanecemos um bom tempo junto de barraca do PT. Trouxemos todos os mimos possíveis.

Eu, com a carga do meu celular por volta dos 17%, 16h, com mais três de permanência por ali, vislumbro mulher sentada no balcão, gravando vídeo ao vivo da festa nas ruas e com o celular plugado no único ponto ali existente com tomada elétrica. Chego junto, converso e após um tempo só na observação, crio coragem e lhe peço: "O seu já deve estar carregado. Pode deixar o meu carregar um bocadinho?".

O dia era mesmo de congraçamento entre todos os presentes. Sem interromper sua gravação, despluga o seu e nem pede meu carregador, pluga o meu. Proseamos mais, diz ser youtuber, ter também descoberto o ponto elétrico sem utilização, após intenso rastreamento em toda área. Quando descobriu, contou sua história, de querer postar tudo o ali presenciado. Foi prontamente atendida, sentou no balcão e ali ficou. E agora eu lhe pedia o compartilhamento. "Da mesma forma como cobsegui e me atenderam de forma tão simpática, como lhe negar o mesmo".

E assim vivencio este momento, dentre tantos outros, onde vi tanta gente que nunca até então haviam se vistos, pareciam velhos amigos. E eram, todos muito felizes, irradiando algo de salutar dentro da imensidão de possibilidades do tal do relacionamento humano. Estávamos tos em casa, essa a impressão e, depois, a certeza. Nenhuma decepção durante o dia. Viemos conferir Lula assumir seu lugar e queríamos festar. No dia seguinte, a labuta teria prosseguimento, não naquele inesquecível dia.

03.) MIGUEL, O CARA DO LULÃO INFLÁVEL E A PUREZA VIVENCIADA PELA POSSE
Eu registro alguns dos encontros casuais ocorridos na vida. Todos em Brasília foram marcantes, mas nem todos tenho tempo para descrever. Tomaria muito tempo, o de uma voda inteira. Conto mais um, este delicioso e a demonstrar da candura do relacionamento humano, quando ocorre dentro de padrões bem definidos.

Este cara da foto é o Miguel e percorre o país numa troupe muito doida, a do "Lula Gigante Oficial" (assim é encontrado no Instagram). É um Lulão inflável, enchido pela aí, motivo das andanças. Rodam conforme surgem os convites. Desta feita, como não poderia deixar de ser estavam acampados no meio da muvuca lá em Brasília. 
Cruzo com o danado numa das barracas do PT, ele do lado de dentro e eu interessado em comprar réplica do Lula Inflável. Estabelecemos uma conversa, compro o mimo e lhe presenteio com alguns bottons, motivos da posse.

Foi o suficiente para ver a quantidade que tinha de peças e me convidar para adentrar a barraca e oferecer para o povão a rodeando. Convite aceito, entro, deixo minhas três embalagens sobre o balcão e elas desapareceram. Tipo vapt-vupt. Ninguém mais oferecia bottons no evento com os motivos sugeridos pelos sites do PT, ilustrações oferecidas graciosamente para se multiplicarem no evento.

Conheci melhor o carioca Miguel, tanto que deve ter gostado de mim, pois fui entrevistado, junto do Mauricio Passos e do Vinicius Vinícius Negrão , que comigo perambulavam por todo o quadrilátero da festa. A ideia dele e dos que o acompanham é "levar o presidente para onde ele não vai e em alguns momentos, onde está presente", me diz. Por fim, confessa: "Te convidei a entrar, pois comigo aconteceu o mesmo. Instalei o Lulão aqui ao lado, não faço parte da barraca, mas me convidaram a fazer parte. Fiz o mesmo contigo. Onde cabe os que estão aqui, sempre cabe mais um".

Não só vendi bottons, distribui outro tanto. Um jornalista da República Dominicana ao ganhar um, fez questão de pedir para seu colega gravar a cena minha fixando o presente em sua lapela. Quase choramos juntos. Um encontro ia propiciando outro e assim por diante, o dia inteiro, verdadeiro fervo democrático. Das conversas com as pessoas comprando os bottons, algo para destacar. A de uma senhora do interior do Pará, levando doze, um para cada afilhado.

Para mim, a festa de posse de Lula se resumiu nisso, nas possibilidades do viver. Eu tive o prazer de ir desfrutando de trombadas divinais, dessas onde, mesmo o sujeito mais descrente deste mundo, passa a reconsiderar e olhar o mundão com outro viés. Miguel mesmo, após instigá-lo, disse que viria pra Bauru com todo prazer, instalando o Lula inflável em algum evento, tudo em troca de cobertura dos custos e despesas mínimas, sem esse negócio de cachê. Ele diz gostar mesmo é de estradar pela aí. Eu quase pedi para ser integrado na sua troupe, mas o corpo já dói e tem gente me esperando lá em casa. Reconsiderei e me calei.

IR PRA POSSE DE LULA É TAMBÉM TRAZER RECORDAÇÕES PARA UMA VIDA INTEIRA

OBS FINAL: Amanhã tem mais. São tantas as histórias e elas não cabem num dia só...

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