domingo, 5 de fevereiro de 2023

FRASE DE LIVRO LIDO (186)

EM ALGUNS DOMINGOS PEGO LEVE*
* Hoje, como até o presente momento, nenhum golpe declarado e em curso, pego mais leve, mas só hoje...

1.) SENTO E LEIO
Colocando as leituras em dia - questão de dias.
Na mesa duas edições atrasadas de Carta Capital e duas da Piauí, mais um saboroso livrinho de Luis Fernando Veríssimo. Comecei ontem à noite, enquanto na TV rolava um filme sobre uma ópera. Ouvia e lia. Resisti de sair de casa e ir presenciar eleição dos reis do carnaval. Preferi esse entretenimento. Chovia lá gora. Dormi um bocadinho e desde 6h da manhã me volto para esses afazeres, mais que contagiantes. Daqui, só saio para feirar lá junto da Feira do Rolo e ver as novidades livrescas na Banca do Carioca. Talvez traga algumas de lá, estas adentrando desordenada fila aqui na mesa, diante de minha fúria devoradora. Hoje tiro o atraso.

2.) ALGUÉM SABE ALGO DO JOAQUIM MATTAR?
Desço ao Mafuá, permanência diária com o cão Charles e sobre a mesa da cozinha um livro me remetendo a passado, saudosas e boas recordações de antanho. "Um voo branco e preto no ar" , de alguém que escreveu muito por essas bandas do mundo, tempos idos, Joaquim Mattar. Sento enquanto Charles devora sua comida e leio crônicas e poemas. Num deles, "Autobiografia", volta imediata a passado de toda uma geração de abnegados desbravadores e esgrimistas de batalhas infindáveis, os tais moinhos de vento. Mattar escreveu muito e em todos seus livros, prefácio de gente famosa, todos da nossa laia. Neste, nada menos que, Gianfrancesco Guarnieti. Nesta edição de 1983, livro dedicado a outro grande, Ernesto Cardenal, Guarnieri crava: "Grita onde puderes teus versos, revolta e inquietações. A fé da possibilidade do homem de transformar-se e transformar seu mundo. Certeza no gosto pela luta". Na dedicatória, sua letra registrada para filetos amigos. Terminou em minhas mãos. Continuamos na lida, mesma pegada. Mas, não tenho mais notícia alguma do Mattar. Me digam algo dele. Boas notícias, por favor.

3.) TAMBÉM QUERO DAR O MEU PITACO SOBRE A DEMISSÃO DE SERGIO PAIS DA TV TEM
Leia primeiro essa Nota da CUT: https://sp.cut.org.br/noticias/demissao-do-jornalista-sergio-pais-da-tv-tem-e-arbitraria-e-antissindical-c5cf?fbclid=IwAR2iE0wl0xj2pAu16AmUt1gbYQpUdKYUifYAWeUFevdEIJ85PmmF1J-n

Foi algo assombroso e surreal, ainda mais neste "novos tempos", que a própria TV Globo apregoa, com o defenestrar do ex-presidente, miliciano e criminoso. Tínhamos esperança de novos rumos, principalmente procedimentos. Não é o que se enxerga nos dos dirigentes da TV Tem/TV Globo. Essa demissão, pelo fútil motivo é pra desanimar de vez com a TV da famiglia Marinho. Quando se imaginava uma oxigenação, ei que, ressurge nas cinzas algo tenebroso. Algo fica evidente, Sergio Pais sempre foi exemplo de jornalismo dentro da verdade factual dos fatos, mas com o passar dos anos, até por também pertencer às vinculação sindical de resistência, eterna fonte de rostinhos virados. Ele está saindo limpo, sem máculas e a TV mais suja que pau de galinheiro. Agora, mesmo que tudo se reverta, ficará muito difícil para ele voltar a atuar lá e encarando diariamente quem o demitiu. O elo se quebrou. Sergio deve ter histórias mirabolantes para nos contar sobre os bastidores do jornalismo da Globo, mas como sei de sua postura ética, ela ainda as guardará para si. Adoraria ouví-las, mas no momento o importante é a reversão da justa causa, abominável forma de resolver a questão. Se existia a vontade dele não mais ali estar, por que não uma conversa entre as partes? Se nem isso conseguem, creio não existir mais saída amigável. Detestável foi o que fizeram, uma Armação Ilimitada.

4.)
CONSULTOR PARA ASSUNTOS ALEATÓRIOS
Hoje na feira dominical da Gustavo, conhecido me aborda ao me ver com camiseta do bloco do Tomate, "Imbrocháveis da Alegria", quer logo saber algo sobre o passado do Carnaval em Bauru, ou seja, quer me consultar sobre algo que sei de raspão, de soslaio, sem grandes aprofundamentos. Isso que me pede teria que consultar quem de fato esteve envolvido com tudo isso naquele período. Estes sabem tudo. Nós, os que viemos depois, diante de tão pouca coisa impressa sobre o tema, sabemos superficialidades. Mas assim mesmo dei meus pitacos.

Ele se foi e fiquei me remoendo com algo. Sei que havia lido num livro algo sobre isso, o fato de opinarmos de tudo, mesmo sobre temas pelos quais não dominamos. Lembrei e voltei ao Mafuá só para procurar o tal livro. Achei no meio de uma das estantes, o "A arte de amolar o boi", do Eduardo Almeida Reis, edição do Círculo do Livro (como comprei livros pelo Correio desta editora), primeira edição de 1974. Eis como se safa diante de questiúnculas como as deparadas hoje:

"Fui levado a este manual pelos amigos que me consultam quando vão comprar uma fazenda, ou quando não sabem o que fazer com a fazenda que já compraram. E me consultam persuadidos de que eu entenda alguma coisa do riscado, pelo fato de escrever para diversas publicações especializadas em agropecuária. Esses amigos, ignoram que, no Brasil, a gente geralmente só escreve sobre aquilo de que não entende. De qualquer forma, as consultas são frequentes, e nem por isso alguém já se lembrou de regulamentar a profissão de Consultor de Fazendeiros Aprendizes".

O livrinho está lá empoeirado na minha estante. Prezo muito por tudo o que ainda consigo manter - não sei por quanto mais tempo. Isso tudo também me fez recordar de Jô Soares. Ele no seu programa, sempre que algo fugia ao seu conhecimento, não recorria a oráculos e alfarrábios, mas sim ao seu Assistente para Assuntos Aleatórios, o nosso querido, sempre em Bauru, Derico, integrante do sexteto que o acompanhava. Eu, o mafuento HPA, de parcos conhecimentos em quase tudo nesta vida, sou as vezes consultado, conselhos de alcova e desta forma, continuo nas paradas de sucesso. A consulta de hoje, trivial, mas me colocou a cachola pra funcionar. E assim, sentei e reli outras passagens do tal livro. Uma coisa puxa a outra.

5.) FALAR DE CARNAVAL É ÓTIMO, MAS ESTAR JUNTO DE CARNAVALESCO E AGENTE PÚBLICO COM VISÃO E PRÁTICA IMPULSIONADORA DA FESTA É INDESCRITÍVEL
Eu, Jô Mendes e Tobias Terceiro no Ateliê e Barracão da Estação Primeiro de Agosto.
Sai da conversa de ontem com bagagem substancial de conhecimento.
Só ganhamos nos aproximando de quem faz e acontece nessas e em outras plagas.

"Henrique Perazzi de Aquino meu amado e admirado jornalista, muito obrigada pelo convite, pelo afeto, respeito e pela grande conversa que tivemos na entrevista do LADO B. Amei de mais estar contigo ai em Bauru,/SP... Voltei com a cabeça repleta de novas e muito boas ideias Parabens pela sua trajetória e por todo esse importante e difícil trabalho jornalístico crítico que você realiza com mestria. Fazer pensar, refletir e duvidar de certos assuntos é sempre muito complicado. Ainda mais em uma sociedade criada e educada para ser conformada como a nossa. Por isso mesmo projetos como o LADO B são de grande relevância para oxigenarmos um pouco nosso jeito de entender a realidade
Sucesso sempre... Força e muita coragem para continuar em frente", Jô Mendes.

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