terça-feira, 30 de maio de 2023

COMENDO PELAS BEIRADAS (132)


A HISTÓRIA DO CAMINHONEIRO JAUENSE, SEU DIDI, CONTADA PELO PRÓPRIO FILHO - ESSA VALE MUITO A PENA, OS TAIS MUITO IMPORTANTES DESTA VIDA
Eu me interesso é pela vida das pessoas comuns. Para mim, essas são muito mais importantes do que a dos figurões e endinheirados, pois ao tomar conhecimento delas, em primeiro lugar, algo de uma resistência, persistência inigualável. Como não se apaixonar pelos que lutam uma vida inteira, dedicação exclusiva para sobreviver, num terra onde prodomina privilégios e benesses aos com dinheiro e escolaridade.

Tudo isso me veio à mente hoje, quando diante da resenha de um livro, "O que é meu", do sociólogo jauense José Henrique Bortoluci. Seu livro foi todo escrito baseado numa premissa: "Como se narra a vida de um homem comum?". Este homem comum é seu próprio pai. Lindo ver o filho voltando às origens e reverenciando toda a luta do pai pela sua criação e formação. Enfim, Bortoluci só escreveu o livro, estudou e hoje é o que é, por causa da fibra do velho caminhoneiro jauense. "Eu achava que tinha que contar a história de meu pai e, com isso, narrar uma possível história do Brasil", conta o autor. Foi exatamente isso que ele fez, pelo que li, ao narrar a história de seu pai, nela contida a de milhões de pessoas, os tais homens comuns.

São exatamente estes que me interessam. São essas histórias que gosto de me enfronhar. Daí porque gosto muito de ler Lima Barreto, João Antonio, Plínio Marcos, Rubem Fonseca, Marcos Reys, Roniwalter Jatobá e outros na mesma linha. Da história deste jauense, sempre algo surpreendente, cheio de vida e luz. O autor conta deste algo advindo da simplicidade de seus pais: "Estava no segundo ano do Ensino Fundamental quando uma professora, Marlene, chamou minha mãe - que havia estudado até a terceira série - para dizer-lhe que seu filho deveria ir pra faculdade. Dirce, minha mãe, respondeu que a família não tinha dinheiro para isso, E aí a professora explicou para minha mãe que existia a universidade pública".

Depois, teve mais, todas as loucuras possíveis - e as impossíveis - para ver o filho diplomado. Eu me comovo demais lendo histórias como essas. São as que quero ler daqui para frente. Com a idade, ando selecionando cada vez mais o que leio. Perdi o interesse por livrões com teses difíceis, achando até que minha mente não mais assimila leituras complicadas. "Entendi que a escrita acadêmica não me bastava mais, além de querer escrever algo diferente do habitual". Quero me ater nessas, onde mergulho e me emociono, chegando a chorar. Daí, quando me perguntam dos motivos de ter colocado nos meus bate papos semanais o nome de "Lado B - A Importância dos Desimportantes" eu nem respondo mais. Ou melhor, a resposta está aqui, desimportantes para quem? E muito importantes para gente como eu, enxergando nestes as pessoas de grande valor neste mundo. Viva para o pai do escritor jauense José Henrique Bortoluci, seu José Bortoluci, o seu Didi.

Por fim, ainda das leituras, algo de um texto do médico Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde: "Cada um tem uma ou muitas histórias para contar sobre o que viveu neste trágicos anos da pandemia. Como médico, atendendo casos de Covid-19 no setor de urgência, lembro da resposta que me foi dada por um ajudante de pedreiro a quem recomendei que se mantivesse durante dez dias em solilamento, sem trabalhar: 'Posso não. Os meninos vão tudo morrer de fome'. Ou da que recebi de uma diarista a quem indiquei que ficasse isolada em seu quarto, para não transmitir a doença para os sete membros da família. Ela vivia em um barraco de um cômodo: 'Aí eles vão ter que ficar na rua'". O valor da vida está no relato de histórias como essas.

OS PROBLEMAS DO CAMPO SÃO ORIUNDOS HOJE DO AGRONEGÓCIO E NÃO DO MST
Eu sempre admirei muito a luta empreendida pelo MST. Estes, com um ótimo trabalho no campo são estigmatizados pela irracionalidade predominante hoje neste país, muito de cabeça pra baixo. Enquanto vejo ruralistas e os do Agro fazendo e acontecendo com irregularidades mil, nenhuma punição ou escrevinhações contrárias a eles, o MST é colocado na parede a todo instante. Primeiro por uma mídia vendida, sempre puxando a brasa para o lado dos poderosos de plantão, os verdadeiros "donos do poder real" neste país. Justo no momento quando o MST retomava suas ocupações de terra para pressionar o governo Lula a destravar a reforma agrária, os perversos e sacanas encastelados no Congresso Nacional aprovam a toque de caixa uma CPI, justamente para tentar mais uma vez incriminar quem não deveria. CPI deveria ocorrer para destrinchar o que os ruralistas e o Agro apronta neste país.

Dói ver que, a questão do direito á terra deveria estar superada no País, mas não, pois a guerra sem fim travada pelos agricultores e movimentos sociais para dar destinação social e produtiva para latifúndios ociosos e subaproveitados tem profundas raízes fincadas em um país hoje, infelizmente, cada vez mais arcaico. Enquanto se faz necessário, a toque de caixa, trabalhar por uma recomposição do orçamento que permita a rotamada das políticas de crédito e também de aquisição de terras para reforma agrária, perde-se muito tempo com algo inócuo e sem nenhum sentido, bem com a cara medieval deste Brasil, ainda enfurnado dentro do espírito da Casa Grande & Senzala. Os conflitos estão aí e, tomara o Governo saiba lidar com eles e dar um nó em quem propôs essa CPI, virando a mesa e penalizando não o MST, mas quem teve a infeliz ideia de botar a culpa neles.

HENRY KISSINGER E DELFIM NETO - SIMILARIDADES
Semana passada quem fez anos foi o homem forte de administrações passadas e macabras dos Estados Unidos, Henry Kissinger. Na verdade, fez num nívero dos mais redondos, completando 100 anos. Tenho deste senhor a pior memória possível, pois é um dos responsáveis pela infinidade de golpes de Estado ocorridos mundo afora em décadas passadas, inclusive todos os na América Latina. No nosso de 1964, o perverso atuou e de forma incisiva. Foio grande personagem dos bastidores de todo o malefício que os EUA causaram mundo afora dos anos 60 em diante. Não sei porque, ao lembrar dele, logo me vem à mente um personagem brasileiro, talvez o mais próximo dele em similaridade de atitudes, Delfim Neto. Este, também perverso, tinha por lema o "Brasil deve crescer primeiro, para depois dividir" e assim, nunca privilegiou a classe trabalhadora em nada, só apunhalou os interesses populares.
Outro com o mesmo formato foi Eduardo Campos, avô do hoje presidente do independente (sic) Banco Central, o que segura os juros brasileiros em estratosféricas taxas de 13%. Todos os três foram perversos e atuaram nos bastidores de governos perversos, Kissinger atuando desde Nixon e Delfin desde o de Costa e Silva. Delfim chega aos 95 anos eatébem pouco tempo escrevia semanalmente para Carta Capital e sempre enviava minhas cartinhas não entendo ele ali continuar. Tudo bem que nos últimos tempos apoiou a queda da perversidade bolsonarista, mas cerio ter sido tarde demais, depois de tudo o que nos proporcinou de ruim. Que vivam muito, mas sem esperança alguma de receber de minha parte qualquer tipo de elogio.

TUDO NUM DIA SÓ
- PGR pede que Sergio Moro se torne réu por calúnia contra Gilmar Mendes.
- CNJ determina pente fino rigoroso na 13ª Vara Federal de Curitiba e no TRF-4.
- Deltan Dallagnol intimado para depor na PF.
- Carlos Bolsonaro volta a ser réu.
- Ex-sócio de Flávio Bolsonaro em loja de chocolates cita crimes e fala em prisão na família Bolsonaro.
- Deputado bolsonarista Carmelo Neto (PL-CE) = CASSADO.
- Deputado Bolsonarista Alcides Fernandes (PL-CE) = CASSADO.
- Deputada bolsonarista Silvana Oliveira (PL-CE) = CASSADA.
- Deputada bolsonarista Marta Gonçalves (PL-CE) = CASSADA.
- Nikolas Ferreira no conselho de ética.
- Eduardo Bolsonaro no conselho de ética.
- Carla Zambelli no conselho de ética.
- José Medeiros no conselho de ética.
- Carla Zambelli abandonada pelo bolsonaro e PL.
- Prefeita de Ubatuba cassada por fraude merenda escolar.
-Delta abandonado até pelo emebele
(Via @LazaroRosa25 no Twitter)

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