sábado, 3 de junho de 2023

FRASE DE LIVRO LIDO (190)


MEU SONHO PESADELO MAIS DO QUE VERDE, CORES DO MEIO AMBIENTE
Acordei hoje assustado. Sonhei a noite toda com uma disputa, que até o momento de acordar ainda estava sem solução, a ferina entre ruralistas e o atual Governo, mais precisamente, a questão do meio ambiente me tirou o sono. Sabem lá o que vem a ser com aquela bestial imagem do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, o que se empenhou sempre por "passar a boiada", sentado numa tora cortada da Amazônia rindo de nossa cara? Essa a principal imagem de meu sonho, diria mesmo, pesadelo. No meu sonho, até por conhecê-lo das vindas até Bauru, quem se opunha frontalmente ao que vinha sendo feito é o deputado federal petista Nilto Tatto, integrande da Frente Parlamentar Ambientalista. No meu sonho os dois quase se pegavam e aos gritos.

Minha conclusão é a de que, ninguém aguenta mais ruralistas e bolsonaristas promovendo verdadeiros desmontes na proteção ambiental em nossos biomas. No meio do sonho me aparece também o atual presidente do Ibama, o bauruense Rodrigo Agostinho, como que querendo apartar a discussão, propondo algo a ser resolvido na base do diálogo: "Precisamos que a questão ambiental seja tratada como prioridade, precisamos de mais relevância deste assunto na mesa de discussões". Ou seja, ele sempre propondo o diálogo, justamente onde este, me parece, não é mais possível. Meu sonho deixou isso evidente, um dos lados é muito criminoso e só mesmo com ação de implacável legislação existente para conter o ímpeto destrutivo de gente como este Salles. Só mesmo cana dura, do contrário vai continuar aprontando, mais e mais.

Tento entender dos motivos de ter sonhado a noite toda com isso tudo e envolvendo estes personagens da vida política nacional. Creio ter chegado na conclusão mais simples possível: não podemos mais ter tantos retrocessos no setor, pois a destruição chegou num patamar tão alto e perverso, que o Congresso Nacional, nas mãos de Lira, outorga para seu presidente decidir algo sobre a questão, quando deveria já estar atrás das grades. Junto a isso frase dita meses atrás pelo Tatto: "Não há como enfrentar a crise climática com tantos deputados jogando contra". Não sei porque, no sonho, aparecia aquele monte de deputados defendendo os ruralistas e ceifando a Amazônia, eles todos esbravejando e no meio de uma enorme chama, que consumia não a Amazônia, mas eles. Seria essa a solução do problema?

Na verdade, além de tudo, via ao lado deles todos algo mais e isso me chamou a atenção, junto destes deputados, junto das chamas, bolsas e mais bolsas de dinheiro, o que denotava a impressão de que, todos os desafios humanos desenvolvidos diante do tema são também arrastados para a forma mencantislista, ou seja, "tudo é dinheiro". Aquele fogo me fez pensar e é o que faço ao acordar, ruminando tudo enquanto tomo meu café. Como resolver isso tudo? Seria na forma de diálogo entre as partes? Isso ainda é possível no Brasil atual? Junto a tudo isso o que Lira aprontou com o achaque promovido nesta semana e só tendo amainado no seu ímpeto quando lhe bateram nas portas com denúncias o incriminando por outras questões. Será que pra tudo essa é a solução, a de colocar em questão os crimes cometidos por estes todos, daí enfraquecidos cederão? Acordei antes do sonho terminar e nem sei se iria ter fim - ou o fogo seria a solução? -, pois na vida real está tudo ainda tão indefinido. O fato é que continuo pensando no assunto.


CONTO A HISTÓRIA "LADO B" QUE A CARMINHA PROPICIOU DO SEU BEZERRA DO SAX
Este livro eu ganhei da amiga pernambucana Carmen Bandeira, uma das autoras, junto com Rogério Bezerra, contando a história de um marceneiro que decidiu ser também saxofonista, o seu Bezerra do Sax. Histórias assim só são imortalizadas e lembradas ad eternum por causa de gente como a Carmen, que moveu céu e terra para produzir a obra, espalhando-a com o vento e, desta forma, mais e mais gente toma conhecimento de algo, até então, restrito a um número limitado de pessoas.
O livro eu ganhei em 06/04/2022, quando eu e Ana Bia estivemos pelo Recife e juntos caminhamos pelas quebradas da capital pernambucana, em andanças inesquecíveis, todas rendendo mais que boas histórias. Ela me contou a história do seu Bezerra e dela ganhei o livro, que ficou na minha estante. Ontem, querendo dar vazão a algumas histórias de gente como ele, esquecidas com o tempo, mas necessitando de serem levadas adiante, peguei o livro, comecei a ler já deitado na cama e hoje, acordo e só para quando dou por finda sua leitura.

O valor disso tudo se dá exatamente nesse olhar para os ditos "simplões" desta vida, os tais "desimportantes", que no frigir dos ovos, são mais do que importantes. Leio algo assim e fico cheio de planos, vontade e com um gás renovado para sair pela aí e aprontando para conseguir ir tocando a vida adiante, escrevendo e escrevendo, ressaltando sempre destes, gente de um quilate inquestionável. Deu uma bruta saudade da Carmen, do Recife, das esquinas por onde andamos e daí, saio pelas ruas de Bauru, Ana ainda dormecida debaixo dos lençóis, eu com a cabeça cheia de caraminholas, bolando coisas que, sei não conseguirei executar, mas só de pensar nelas, fico aceso, vivo e assim, tenho uma sobrevida pela frente. Graças a coisas assim consigo ir tocando o barco adiante. Seu Bezerra do Sax hoje me acendeu um fogo...

ALGO INESQUECÍVEL DE ALCIDES FRANCISCATO...
Me cai nas mãos um despretencioso livro, o "Do Alto da Torre", do jornalista cearense Dário Macedo (ilustrações de Lopes), escrito em 1985, reunindo causos políticos a envolver conhecidos personagens daqueles tempos. Com textos curtos, muitos folclóricos, a leitura vale pela ironia contida em cada nota. Não terminei a leitura e por dois momentos encontro o nome do bauruense ALCIDES FRANCISCATO, então deputado federal pela Arena e já proprietário do Expresso de Prata.

Na primeira algo perdido no meio de tantas outras notas: "Não, não é verdade que o deputado Alcides Franciscato seja um boquirroto".

Na segunda, algo mais específico: "Em Madrid, na última viagem presidencial, o deputado Alcides Franciscato, ex-privilegiado frequentador da Granja do Torto, teve, como sabe o distinto público, de dizer que não disse aquilo que havia dito que o presidente lhe dissera, e passou por aquele constrangimento. Estava assim o Alcides, quando, esperando po elevador no sexto andar do hotel viu a porta se abrir.
Dentro do elevador o seu amigo Figueiredo:
- Deputado, para onde o senhor vai?
- Para o meu apartamento, senhor presidente, no 15º andar...
- Mas eu estou descendo, deputado...
E Franciscato com a voz emocionada:
- Descer com Vossa Excelência, senhor presidente, é subir...
E entrou de vez".
Se tiver mais citações de gente de Bauru, irei publicando. Não cheguei nem na metade.

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