quinta-feira, 27 de julho de 2023

COMENTÁRIO QUALQUER (239)


PALAVRA CANTADA - NÃO SE TRATA MAIS DE ALGO ESTRANHO, MAS SIM DE NECESSÁRIA INVESTIGAÇÃO
Anteontem, a ex-secretária de Educação da atual administração, a do desGoverno de Suéllen Rosim, professora Maria do Carmo Kabayashi, que por tantos anos dedicou-se ao magistério na Unesp Bauru, quando confrontada na CEI - Comissão Especial de Inquérito, sobre os desmandos e fatos mais que nebulosos na aquisição do Palavra Cantada, deve ter passado diante de si um filme e a indagação: "Onde fui amarrar meu burro". Pois é, esteve à frente da Pasta e, neste momento, quando inquerida faz uma contundente declaração: "Fui contra a compra, mas o governo interferiu". Pra bom entendedor meia palavra basta, ou seja, a decisão da compra pelos preços mais do que estranhos, diria mesmo híper-faturados, foi pessoal da alcaide. Essa chamou para si toda a responsabilidade, pois passou por cima dos trâmites normais, fazendo a compra, mesmo contra a vontade da mandatária da pasta da Educação. Se isso não é estranho, perdi a noção do que seja. Fica a pergunta que não quer calar no ar: se a secretária, ciente das necessidades de sua pasta, do que as escolas estavam precisando naquele momento, se mostrou contra, por que a alcaide chama para si e mesmo sem este respaldo técnico, efetua a compra?

Ontem, nos desdobramentos deste assunto, um ex-aluno da professora Kobayahi na Unesp, Dexxter Paes Leme, postou algo que vem ao encontro de como ela deve estar se sentindo no momento: "Ah, professora Maria do Carmo, que barca furada a senhora entrou! Vou ficar com as lembranças da faculdade... Como pode aceitar tanta subordinação?". Este questionamento é o mesmo que boa parte da cidade de Bauru faz a ela e a outros personalidades da vida bauruense, que aceitando trabalhar dentro da atual administração, encontram-se calados diante de tudo o que continua a ocorrer. Só que, a professora, diante de ser inquerida na CEI, não se conteve e abriu a boca. Disse a verdade e deixou passar algo mais nas entrelinhas, afirmando também que seu celular encontra-se à disposição para ser averiguado no que for preciso. Ela assim agiu, pois um dos funcionários envolvidos no tema, como primeira providência, antes mesmo de ser investigado, providenciou que todo o conteúdo de seu celular fosse devidamente apagado. Estranho? Sim. No caso dela, demonstra não ter medo, muito menos receio do que virá pela frente.

Só por estes dois flashes do depoimento de Kobayashi, dá para ter a impressão do que ainda virá pela frente. Nem adianta questionar neste momento se o material comprado é bom, se é servível ou não, pois pelo que se sabe, para sua utilização ainda se faz necessário equipamentos envolvendo CDs e DVDs, algo já superado dentro do avanço tecnológico. Evidente que, a alcaide nem pensou nisso quando sacramentou a compra. A evidência da compra mal feita está tão nítida e isso pode ser comprovado quando da tentativa feita pela Educação municipal em fazer uso nas salas de aula e na segunda semana já ter sido obrigada a suspender tudo. Desde então, tudo foi devidamente encaixotado e assim deverá prosseguir ad eternum. Sendo apurada responsabilidade, creio que, o ressarcimento ao erário público deve ser feito, além de outras penalidades, por quem insistiu, fez a compra por conta própria. Que a CEI consiga desvendar todo o mistério por detrás disso tudo. Kobayahi tem muito ainda o que revelar e será muito útil ser confrontada com a alcaide, pois essa já se pronunciou afirmando que a compra foi feita com anuência da secretária. Ou seja, quem mente? Quem falta com a verdade?

Se a alcaide quase perdeu o mandato na primeira CEI de seu desGoverno, nesta nova investigação, algo ainda mais contundente dos que as compras desnecessárias. Ou seja, tudo são problemas a serem elucidados dentro do quadro de barbaridades em curso.

"TODOS OS HOMENS DO PRESIDENTE" É LEMBRADO EM BAURU NESTE MOMENTO, QUANDO SUÉLLEN MONTA STAFF: "TODOS OS DE FORA COMPONDO TIME DE FRENTE DA ADMINISTRAÇÃO"
Parece brincadeira, mas a coisa é mais séria do que se imagina. No filme de 1976, direção de Alan Pakula, com Robert Redford e Dustin Hoffman, a trama era a seguinte: "Em 1972, sem ter a menor noção da gravidade dos fatos, um repórter (Robert Redford) do Washington Post inicia uma investigação sobre a invasão de cinco homens na sede do Partido Democrata, que dá origem ao escândalo Watergate e que teve como conseqüência a queda do presidente Richard Nixon". A alusão com o momento bauruense tem tudo a ver, pois a atual alcaide municipal, a incomPrefeita Suéllen Rosim, talvez com dificuldades de encontrar quadros aceitando atuar segundo suas condições de trabalho, traz de fora uma equipe quase inteira e estes, assumem de fato a propositura do que venha a ser essa administração. No filme, o staff do então presidente norte-americano Nixon, deposto logo a seguir, depois da conclusão da investigação e aqui, CEI ainda no início, com agravante de que, quem investiga, no caso a Câmara de Vereadores, tem parte considerável de seus membros aliados da alcaide, daí, resultado final prejudicado. Ressalto que, no caso Nixon, quem de fato levantou a lebre e encurralou o presidente foi a ação de dois intrépidos jornalistas. Concluo que, no caso bauruense, algo deste tipo seria mais do que alvissareiro acontecer, pois quando jornalistas se predispõe a ir à fundo, sai de baixo que lá vem chumbo do grosso. Já quando, aquietados, tudo pode acabar em pizza.
Chefia de GAbinete oriundo de Agudos

Voltemos para o caso bauruense - sem se esquecer do filme -, quando Suéllen até começa seu desGoverno se utilizando sómente de gente aqui da terrinha bauruense, mas com o passar do tempo, traz um staff inteiro de fora e estes, pelo que já se percebe, são os reais condutores de sua claudicante administração. Tudo começa com o Chefe do Gabinete, o que trabalha ao lado dela. O escolhido foi RAFAEL LIMA FERNANDES, que até bem pouco tempo atrás havia atuado na mesma função na Prefeitura de Agudos. Dizem hoje, sugundo fontes da Rádio Peão, este controla tudo , ou seja, impôs sua condição de chefe, ouvinte mór da alcaide, espécie de braço direito - esquerdo também. É destes que se mete em tudo, mesmo quando não entende muito do riscado, como no caso das reuniões sobre a questão da reutilização da malha ferroviária cortando a cidade. Mas isso é café pequeno, diante de tudo o mais. Eminência parda, é o principal condutor do aparato administrativo.

Depois dele, outros vieram. A segunda no staff é a atual secretária da Saúde, GIULIA PUTTOMATTI, que havia atuado em administrações públicas em Rio Claro, com ligação umbilical com o segmento político de Gilberto Kassab, centrão e hoje, buscando também um naco de poder dentro do governo de Lula. Giulia, segundo se comenta, não se mistura com o funcionalismo nativo e trouxe para atuar junto dela, pessoas de sua confiança, todos importados e já ditando regras dentro da secretária. Na novidade de hoje, portanto fresquinha, a secretária fala em terceirizar PSC, PAC e UPAs, ou seja, tudo nas mãos da iniciativa privada.
Daniel é cunhado da alcaide

Dentro da Saúde ocorre uma troca de servidores públicos locais por assessores importados não se sabe de onde, ou melhor, até se sabe, mas não se justifica, a troca de todos os de confiança e ao mesmo tempo. De tudo, a compreensão que algo está sendo feito e precisa contar com gente dando o aval imediato, sem contestação, no caso, os importados. A justificativa é sempre a mesma, a da dificuldade de fazer concursos, daí traz os seus já prontos. Na verdade, elas esvazia as comissões de licitação da Saúde, pois sem os locais no páreo, consegue impor o que quer, nas condições sugeridas pela sua cabeça e sendo implantadas pelos que chegam. Simples assim.

Três destes, DANIEL FREITAS - cunhado da alcaide -, VITOR JOÃO DE FREITAS COSTA e FABIANA PEREIRA BANHOS DOS SANTOS já atuam e exercem algo preocupante, um conflito de interesses, pois atuaram em OSs - Organizações Sociais. Essa composição montada tem como interesse explícito aprovação imediata do que vai pela cabeça da alcaide, sem dicussão e debates. Foi o jeito mais fácil e rápido encontrado por ela para ir tocando sua adninistração. O que virá pela frente, ainda uma incógnita e sem fazer qualquer tipo de alusão, Bauru tem péssimas lembranças de quando algo parecido ocorreu dentro da administração municipal, com a chegada de várias pessoas ao mesmo tempo e essas inseridas de imediato no contexto local. Falo da República da Barra Bonita, que na administração de Izzo Filho, preso logo a seguir, deixou herança de difícil solução para quem chegou depois. Hoje a cidade presencia a chegada de assessores vindo de longe e já atuando em decisões mais do que importantes, diria mesmo, decisivas para o destino da cidade. Torço para que, voltando a comparar com o filme citado, ocorra uma ampla investigação em tudo, pois já é sabido que a terceirização e privatização de todos nossos serviços não é a melhor solução. Aprovar tudo a toque de caixa também não é louvável. No filme, arrojados jornalistas foram à luta e desvendaram tudo. No caso atual, queremos só entender de fato o que se passa para tanta gente ter chegado ao mesmo tempo. Só mesmo com um belo trabalho jornalístico para se chegar ao pleno conhecimento do que acontece nos bastidores do poder constituído de Bauru. Transparência se faz necessário em tudo, principalmente quando o quesito é o dinheiro público.

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