quarta-feira, 22 de novembro de 2023

CARTAS (220)


A QUASE POESIA OBSERVADA NAS RUAS...
Eu não me canso de, toda vez que rever seu Manoel andando aqui perto do Mafuá, descendo ou subindo a rua Inconfidência, à caminho da igreja Aparecida ou da feira dominical, escrever dele. Lá vem ele, com seu passo lento, devagar, olhando para o chão, mas resoluto, decidido. Sai da rua Beiruth, começo do Bela Vista, onde mora e vem, em algo cada vez mais raro, pois creio eu, não lhe deixam mais sair sózinho assim todo dia, livre, leve e solto. Ele, conhecido músico bauruense, tocava um cavaquinho como nenhum outro - será que ainda toca? -, história viva de tantos lugares e pessoas com as quais tocou e encantou essa cidade juntos. Hoje, a alegria é vê-lo continuar a saga de continuar fazendo de tudo e mais um pouco para descer lá de sua Beiruth, atravessar o rio Bauru, cruzar a Inconfidência, subir até a igreja, tirar o chapéu para rezar e depois voltar, passar pela feira e, devagarinho, retornar para seu protegido bunker. Toda vez que o vejo, estaciono o carro e fico a observá-lo, como se fosse um cão de guarda, vigiando para que nada lhe aconteça. Neste domingo, ele já estava voltando e fiquei o observando até virar a rua onde mora, lugar mais seguro. Um vencedor, pois faz tudo com denodado esforço.

Fico maravilhado a cada reencontro e qualquer dia vou bater palmas e propor uma conversa, com ele contando algo das noitadas onde tocava muito, algo que o fez ficar com os dedos das duas mãos tortos. Seu Manoel é como se fosse um embaixador, o presidenter mór da rua Beiruth. Ele faz parte da poesia inerente às ruas desta aldeia bauruense e não pode passar desapercebido, pois tem muita história junto de si, ou seja, talvez ande muito devagar, pois carrega junto de si o peso de tanta história nos costados.

E dois divinais retornos recebidos após a publicação:
- "Conheço o Manuel desde , desde ... sempre. Foi muito amigo e companheiro de noitadas musicais do meu falecido marido Francisco Lagreca", Dulce Lagreca.
- "Que vergonha, apesar de querer muito não consigo desfrutar de tanta liberdade como a do seu Manoel. Pra mim, Henrique Perazzi Aquino, seu Manoel ao lado de seu Francisco,marido de Dulce Lagreca ,não são só livres ,mas sim libertários, ainda mais permeados pela Deusa Música. Só esclarecendo: Pra mim, quem a gente ama,não foi, continua entre nós", Audren Ruth.

DESCOBRI A PÓLVORA...
SÓ EXISTE UM JEITO DE NÃO CRITICAR ALGO DIARIAMENTE DENTRO DA ADMINISTRAÇÃO DE SUÉLLEN ROSIM
É até simples. Eu tenho escrito quase diariamente algo, muitas vezes de forma contundente e quando me vejo, repito no dia seguinte tudo com a mesma toada. Isto tem se tornado rotina, pois os motivos são sempre fortes e assim me fazer assumir posicionamentos diários, contínuos e como disse, "contundentes".

Ontem, devido minhas atividades a tomar conta do meu dia por inteiro, acabei não me ligando no que o jornal estava publicando, não liguei as rádios e pouco vi o que rolava pela cidade nas informações regularmente vistas pelas redes sociais. Sabe o que aconteceu? Não vendo nada, não tive como escrever. Com certeza, se tivesse tido tempo, lido, ouvido, prestado atenção, não teria como me omitir.

Daí, a única conclusão plausível tirada dessa experimentação, tipo São Tomé, "ver para crer" é só uma: não tomando conhecimento, não se diz nada, não se tem como emitir opinião, já plugado, impossível se manter calado, pois como já disse por aqui, os motivos são renováveis e se sucedem quase que instantâneamente.

Outra conlusão que tive: qual o poder de propulsão, algo assim tão forte e arrebatador, que a nossa alcaide municipal possui, algo assim tão envolvente, para quando se toma conhecimento do que ocorre dentro de sua administração, torna-se quase impossível não desdizer contrário e se posicionar contra? Que poder é esse de ser aquilo que Nelson Rodrigues um dia apregoou sobre a unanimidade. Na verdade, para quem se informa, a alcaide bauruense está a atingir a tal unanimidade.

OBS>: Hoje, com um tempinho extra, voltei a me informar sobre as últimas expelidas lá do terceiro andar do Palácio das Cerejeiras e, assim sendo, logo mais volto à carga.

*ATENÇÃO SETOR CULTURAL PAULISTA, EM ESPECIAL DE BAURU - URGENTE!*
*Até aqui*, 22/11/2023, faltando apenas 19 dias para o final do prazo, *pouquíssimas Prefeituras do Estado de SÃO PAULO aderiram à Política Nacional Aldir Blanc (PNAB)...*
(FONTE OFICIAL: https://www.gov.br/.../pt-br/assuntos/pnab/painel-de-dados)
_*É urgente sensibilizar o gestor ou a gestora municipal de cultura da sua cidade ou região para que faça esta simples adesão (que dá pra fazer em 15 minutos) e garanta os cerca de R$ 300 milhões a que as cidades de SP têm direito para investir como fomento direto à cultura municipal ao longo de 2024... Se não aderirem nos próximos 19 dias, não terão acesso a esses recursos!*_
Por que Bauru é sua SMC- Secretaria Municipal de Cultura não se pronunciou até agora? Será necessário pressão da classe artística para tudo vingar? Jogariam isto também para A Câmara de Vereadores decidir? CULTURA, pelo que sei é pra produzir e favorecer a proliferação de Cultura, mas por aqui...

Um algo a mais, uma lenha na fogueira: "Secretario de Cultura Paulo tá bloqueando no Instagram as pessoas que o marcam cobrando que ele cumpra com o trabalho dele! Após quase perdermos o prazo pra publicação da Lei Paulo Gustavo, estamos a 19 dias de perder a Aldir Blanc 2. Será que se todo mundo cobrar ele vai só bloquear todo mundo?
https://www.instagram.com/p/Cz9GdYKOuEv/?igshid=MzRlODBiNWFlZA==", Tetê Oliveira.

E VOCÊ, ESTÁ AO LADO DO QUE?
Fiquei do lado dos índios e eles derrotaram-me.
Fiquei do lado dos negros, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos camponeses, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos trabalhadores, e eles derrotaram-me.
Fiquei do lado dos pobres, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos perseguidos, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos discriminados, e eles me derrotaram.
Fiquei do lado dos fracos, e eles me derrotaram.
Mas nunca fiquei do lado de quem me derrotou.
Essa é a minha vitória.
Darcy Ribeiro - Antropólogo, político, escritor e sociólogo brasileiro.

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