quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

PERGUNTAR NÃO OFENDE (204)


PORQUE NÃO ME QUEREM RINDO - UMBERTO ECO EXPLICA
Quando o abade cego pergunta ao investigador William de Baskerville: ′′Que almejam verdadeiramente?”

Baskerville responde: ′′ Eu quero o livro grego, aquele que, segundo vocês, nunca foi escrito. Um livro que só trata de comédia, que odeiam tanto quanto risos. Provavelmente é o único exemplar conservado de um livro de poesia de Aristóteles. Existem muitos livros que tratam de comédia. Por que esse livro é precisamente tão perigoso?”

O abade responde: ′′ Porque é de Aristóteles e vai fazer rir “.

Baskerville replica: ′′ O que há de perturbador no fato de os homens poderem rir?”

O abade: ′′O riso mata o medo, e SEM MEDO NÃO PODE HAVER FÉ. Aquele que não teme o demônio não precisa mais de Deus”.

Um incrível trecho de “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco!

DETALHES DE ALGO MONSTRUOSO QUANDO VISTO NA SUA TOTALIDADE
Tauan Mateus é professor da rede pública estadual, mas pulsa por todo o ensino, principalmente pelo acontecendo neste momento com uma escola na rede municipal. Uma delas foi fechada pra reforma e seus alunos transferidos para local distante. Se adaptaram, sem se conformar ou se resignar e neste momento, com a obra da escola inicial ainda sem definição de término, os mentores da Educação Municipal estão impondo a saída da Escola onde se encontram, os removendo pra mais longe. Parece algo inconcebível, mas acontece de fato e neste registro fotográfico, uma pequena amostra do sentimento de quem se sente desamparado, desassistido e também desorientado, diria mesmo, desnorteado diante de tanta insensibilidade. Este desacerto e retrocesso marca o atual momento, o da passagem de um ano para outro, numa Bauru não reagindo ainda à altura para como são tratadas questões vitais de nossa vida cotidiana. Falta pressão pra cima de quem descuida desses mínimos detalhes, corriqueiros e triviais para alguns, mas decisivos para a maioria dos pobres mortais.

São pequenos detalhes que, quando juntados a tudo o mais, dá a exata dimensão do que acontece na administração pública desta insólita cidade. Quem não se atenta a estes pequenos detalhes, os de como irá se mover estes todos envolvidos com essa escola. Não são somente os alunos, mas toda uma família, deslocada de um lugar para outro e sem que, possam ao menos opinar e se mostrar contrários. A decisão da mudança para outro lugar, pelo que vejo já está tomada e é irreversível, porém, não se leva em consideração o transtorno para essas famílias dos alunos. Isto tudo demonstra a cara, a fachada de uma administração, a mesma que compra imóveis inservíveis na bacia das almas, no apagar das luzes de um ano, só para não ter que devolver o dinheiro. Imóveis, depois comprovados inservíveis e, por outro lado, essa situação, onde um prédio de uma escola é fechada, há mais de um ano, pouco é feito, tudo tranferido de um lugar e agora para outro. Tratam o povo com o maior desdém.


ALGUÉM AÍ TEM LEMBRANÇA DO QUE VENHA A SER O AI-5? POIS O DANADO FEZ ANOS E A LUTA É PARA NUNCA MAIS NOS DEPARARMOS COM ALGO ASSIM NA HISTÓRIA DO BRASIL
Há exatos 55 anos, 13 de dezembro de 1968, o Brasil mergulhava em uma longa noite de medo, prisões e insegurança com a instauração do Ato Institucional n° 5. Foram 21 anos de tempos sombrios, com milhares de pessoas torturadas e mortas nos porões do DOI-Codi. Outras deixaram o país para fugir das garras dos militares. Que isso nunca mais se repita. Ditadura, nunca mais!
#renéruschel, jornalista de Carta Capital.

OLHO PARA AS REVISTAS ATUAIS E REVERENCIO UMA DO PASSADO: AQUI ALGO DA "SENHOR"
"O primeiro exemplar de uma revista SENHOR que me caiu nas mãos era datado de fevereiro de 1960 e custou 100 cruzeiros ao bolso do meu pai. Era difícil comprar SENHOR em Belo Horizonte. Só vendia na banca do seu Benito, e foi lá que meu pai comprou aquele exemplar que eu folheeir com o maior orgulho. Era uma revista muito chique, sofisticada, para cavalheiros de fina estampa. Foi nas páginas da SENHOR que fui apresentado Jean-Paul Sartre e a Dorothy Parker. Foi lá que conheci Marques Rebelo, Carlinhos de Oliveira, Antonio Maria, Fernando Sabino, Clarice Lispector e Otto Lara Resende. Foi lá que aprendi a gostar de desenho e humor, e não era pra menos: foi lá que conheci os traços de Millôr Fernandes, os cartuns de Jaguar e agraça do traço de Zélio Alves Pointo. Na SENHOR gostava até dos anúncios, muitos deles feitos com exclusividade para a revista. O cartão do Diners era a coisa mais chique do mundo. E o do cheque de viagem do Banco Nacional? E o das roupas feitas com casimira Guahyba? Eu até sonhava em um dia fumar Minister e, quando ficasse bem rico, um charuto Suerdieck. A redação da SENHOR ficava em Copacabana, e era em Copacabana que ficavam as coisas mais bacanas do meu país", jornalista Alberto Villas, in "Afinal, o que viemos fazer em Paris?" (terminado de ler em 07/12/2023), editora Globo SP, 2007.

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