terça-feira, 2 de janeiro de 2024

UM LUGAR POR AÍ (176)

ATRAVESSAMOS O DESERTO E ALGO DESSA IMENSA PRODUÇÃO DE LIXO

UFA! SÓ POSSO DIZER TERMOS CONSEGUIDO ATRAVESSAR O DESERTO, A TAL DA ROTA 66 E ADENTRAMOS LAS VEGAS
Este negócio de sentar a bunda junto ao volante e tocar o pau, estrada boa, vista desértica e poucas paradas, nem sempre é um grande negócio. Vencemos mais essa e perguntado, abdicaria rapidamente de voltar a fazê-lo. Existem opções mais vantajosas para turistas. O deserto, o que poderia dizer dele, além de desértico. Só de ver alguns carros com o capô levantado no meio daquele nada já me deu paúra. Muitos trailers, estes por todos os lados e nenhuma viva alma, a não ser nos pequenos vilarejos. Daí, a pergunta, para mim ainda sem resposta: o que faz uma pessoa querer se fixar num lugar deste, longe de tudo e todos? Valeu, paisagem estonteante, conhecemos e agora, adentramos outra cidade grande, cheia de outros obstáculos, porém a maioria, já conhecidos de todos. O tempo está limpo, pouco frio, daí ruar o quanto antes.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS DE LAS VEGAS E DESTE MUNDO DE NEÓN
Não quero ser chato, mas sou um velho incomodado. Ontem, na passagem pelo deserto separando Los Angeles e LAs Vegas, paramos num posto na beirada da estrada e como um mero pedaço de pizza. Ele me chega às mãos embalado numa grande caixa de isopor, com um papel plastificado o embalando - e sem um guardanapo. Mal o recebo, retiro a caixa e a jogo no lixo, ainda defronte a funcionária da lanchonete. Pra que tanto desperdício? Isso é algo dentro da normalidade, onde se despreza o pratinho de louça, tudo para se produzir no entorno dele uma infinidade de lixo. Muito lixo. Enquanto mastigo minha pizza, observo pros lados e tudo é um infinidade de lixo. Sabe o que penso: Isso não vai acabar bem, ou melhor, não pode acabar bem se tudo isso não tiver um breque, tudo ser estancado, quase que começando de novo. O mundo não pode mais ser concebido com tanto lixo sem sentido sendo produzido.

Dito isto, adentro Las Vegas, a cidade dos cassinos. O próprio hotel onde me hospedo, eu e ABPA é um destes, jogos por todos os lados. Difícil achar a recepção do hotel diante de tanto neon e jogos de azar espalhados num amplo salão a nos apresentar como se dá a coisa por estas bandas do mundo. Tudo aqui é jogo e neón. Saímos para um passeio noturno aqui no entorno, devolvemos o carro alugado e descubro que, a vida aqui para os sem carro é difícil, ou seja, é também muito dura para quem tem carro, pois os "parkings" estão por todas as partes e cobrando alto. Não existe lugar para parar um sem que não se cobre. Ou seja, andar de carro é também uma tortura, como me disse um motorista de Uber, cubano, e já com 30 anos de Las Vegas nos costados. Andar a pé na cidade, algo praticamente impossível e ter um carro, um gasto altíssimo. E qual o meio termo? Ele existe?

Então, falava do passeio noturno. Fomos até um mercado aqui perto, algo em torno de umas seis quadras e passamos por um centro comercial todo iluminado. Iluminado é pouco, pois tudo aqui é muito iluminado. A quantidade de neón ofusca a vista de um capiau como eu. É um ao lado e encavalado no outro, num piscar constante, que vai além do bonito. Sim, tudo pode ser considerado belo, colorido, muita gente pra lá e pra cá, parecendo um jogo de game e menos uma cidade. Voltamos com duas sacolas cheias, pois os hotéis por aqui, a maioria deles não tem café da manhã e assim levamos pro quarto, como bons farofeiros, uma quantidade de coisinhas indispensáveis para um bom desjejum pela manhã.

Hoje, terça, escapulo para conhecer melhor a cidade e suas ruas, observar as pessoas e comparar a vida que sempre levei com essa, onde as pessoas são todas empurradas para o consumo desenfreado. Não quero só criticar, mas somente observar e talvez, vendo in loco chegar na conclusão de que, aquele cara que vi na estrada no deserto, morando num trailer, tenha buscado exatamente isso, o algo diferente da futilidade de uma vida inteira vendo luzes acendendo e apagando diante de seus olhos. Veremos. Conto minhas impressões em outros posts. Não me entendam como pedante, arrogante, mas creio, estar em busca de outra coisa, algo que não encontrarei nessa cidade. Posso estar enganado e para isso tenho mais três dias por aqui para ser convencido do contrário.

Outra observação. Numa parada na estrada, temos que encher o tanque do carro da locadora antes de devolvê-lo. Um posto no meio do deserto e paro atrás de um carrão, fico esperando para eu mesmo encher o taqnue, colocar o cartão de crédito na maquininha, pagar e ganhar o mundo. Pois bem, o cara da frente encheu seu tanque, me viu parado fora do carro esperando minha vez, tirou sua blusa, jogou sobre o banco e entrou na lanchonete para comer um lanche. Nem olhou para mim. Eu olhei pra Ana e perguntei a ela, o que faríamos. Ela, na sua sensatez me aconselha e ir embora, sem esboçar reação. Enfim, estamos em terra estranha e se o cara age desta forma na fila, imagina como seria sua reação se fosse ter com ele sobre sua atitude. Deixamos o posto e minha cabeça em parafuso, pois outro me diz ser isso natural por aqui, principalmente nessa região do país onde me encontro. Como não vim aqui para criar encrenca e nem sair ferido, seguimos viagem. Estamos de férias.

outra coisa, algo da hoje distante Bauru
TEM QUEM GOSTE DE COMEÇAR O ANO TENTANDO ENGAMBELAR O BAURUENSE - JÁ DEU, NÉ??? BLOCO CARNAVALESCO DO TOMATE VEM CHEGANDO AÍ PRA DESANCAR COM TUDO ISSO EM 2024
https://fb.watch/pkjH4Jr306/?mibextid=Nif5oz
"Mentiras, mentiras, mentiras. O estilo de todo governante bolsonarista. Além de tudo, ainda gasta $ público comprando púlpitos (!), é! Aquele pedestal de igreja pra pastor falar! É mole?!!!!!", Rose Barrenha.

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