domingo, 25 de fevereiro de 2024

CARTAS (225)


DUAS CARTAS DESTE HPA*
* Texto correspondendo a publicação de sábado, 24/02/2024.

Eu sempre gostei demais de escrevinhar cartas e as enviar pela aí. Aqui duas, ainda não publicadas, portanto, inéditas.

01 - GENOCIDIO EM GAZA, para Tribuna do Leitor, JC - Jornal da Cidade, Bauru SP - Israel é hoje a meca da extrema-direita global e não se faz necessário entrar em detalhes, pois as evidências são gritantes. Israel é um país, um estado soberano, sujeito a todas intempéries decorrentes de desGovernos autoritários, genocídas, truculentos e também de cunho fascista, como o atual, infelizmente beirando algo muito próximo do modo nazista de governar. Não existe como escamotear o que fazem. Sua resposta a um ato terrorista foi outro, o genocídio de um povo, o palestino. Cometem diariamente atos imensamente piores e mais danosos do que o cometido contra eles. Imperdoável segundo qualquer tipo de concepção sensata de convivência humana. Mesmo assim, muitos passam o pano, adulam e se calam diante de tanta atrocidade. O que Lula fez foi se pronunciar contra a mortandade patrocinada por Netanyahu e o fez acertadamente. Não dá para entender o sentido de se criticar o óbvio. Não existiu isso de incontinência verbal, pois não é por ser ele Chefe de Estado, deva permanecer calado, contido e vendo a banda passar. O mundo reconhece sua fala como um divisor de águas, mas aqui, eternas carpideiras do espectro direitista o criticam, sem querer enxergar o contexto. Será que para estes, seguir o script é sendo o que é, deixar tudo continuar acontecendo? Se formos pautar as relações internacionais pela aceitação da truculência e guerra sem limites, nos veremos todos num embate sem fim. Lula propôs com sua fala o fim do conflito e isso é salutar. Israel precisa ser contido, pois já passaram de todos os limites toleráveis.
Henrique Perazzi de Aquino - historiador e jornalista (www.mafuadohpa.blogspot.com).

02 - meus caros de Carta Capital
Escrevo para obter notícias de Mino Carta. Não existe justificativas plausíveis para manter os diletos e fiéis leitores sem notícias de seu bardo. Seu último texto saiu na revista na edição de final de ano e depois, com a última, sete sem sua participação. Não aguentei e escrevi para Manuel Carta e ela me conta de sua internação, a Covid e em recuperação. Foi um choque. Ninguém é eterno fisicamente, porém estar privado dos textos semanais no Mino é como continuar na lida revolucionária e sem o baluarte do comandante em chefe, aquele a nos conduzir e abrindo flancos. Escrevo sempre, Mino é o maior e mais completo jornalista brasileiro em atividade. Nada o suplanta. Sou seu seguidor fiel, elo inquebrantável. Tive o prazer de, na qualidade de leitor da revista, ter uns dez artigos de minha lavra publicados na revista e isso, graças ao Mino. Comecei a ler a revista pouco antes dela se transformar em semanal e não mais parei. Tenho aqui guardados todos os exemplares. Em quase todos, a presença impoluta e resoluta de Mino. Comprei seus livros, li a todos e hoje, além de todas admiração para com ele e sua trajetória, algo mais para o percurso de Carta Capital. Sei que, ele e Belluzzo fazem das tripas coração para manter essa chama acesa. Quando muitos deixaram de ler publicações impressas, não consigo abandonar a Carta - ao menos ela. Das bancas, resta CC e a Piauí, sendo que, algo em torno de dez anos atrás, comprava e lia ao menos de dez a quinze no mês. Para mim, CC é espécie de "último dos moicanos", pois ao frequentar as ainda poucas bancas existentes aqui em Bauru SP, vejo não só jornaleiros mudando de ramo, fechando seus antigos negócios, pois na continuidade a falência é certa. Se o brasileiro lê menos, não sei mensurar. Sei que leio como antes, ou melhor, como sempre, mas muito menos revistas e jornais. Mudaram-se os meios, mas não a busca pela boa leitura e enquanto a Carta existir - e eu também -, tenham certeza, cá estarei, pois ela é o que mais se aproxima, dentro do mercado editorial brasileiro, a minha linha de preferência, questão ideológica. Não rezo, mas faço minhas preces para não sei quem e nelas sempre esperando reencontrar na próxima edição me chegando em casa, um texto do Mino. Dói não tê-lo semanalmente nas páginas da revista e daqui só posso torcer - e muito - pelo seu mais rápido restabelecimento. A equipe de CC sempre foi boa e enxuta, tendo Mino como baluarte. Escrevo para uma necessária reverência, primeiro como fiel leitor e depois pelo eterno reconhecimento. Mino é Mino e CC é inigualável. Resistam e combinem com quem quer que seja, para prolongar a estadia do nosso mestre por aqui, pois mesmo sem poder contar com a leitura de seus textos, fico a imaginar, semana após semana, como seria sua tirada semanal para os acontecimentos deste insólito país. Baita abracito do tamanho do mundo - ou melhor, mediterrâneo, como ele sempre diz - para todos da revista.
do leitor de todas as horas Henrique Perazzi de Aquino - Bauru SP.

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