sexta-feira, 29 de março de 2024

O QUE FAZER EM BAURU E NAS REDONDEZAS (170)


ONDE ESTAMOS NESTE MOMENTO E ONDE DEVERÍAMOS ESTAR NESTE MOMENTO

Hoje, dia 29/03, deveríamos todos os lutadores pelas transformações sociais estar envolvidíssimos com algo de protesto pela passagem no próximo dia 31/03 - Epa! não seria melhor fazer algo dia 1º de abril, Dia da Mentira? - com os 60 anos do nefasto Golpe Civil Militar de 1964, porém, pouca coisa irá acontecer neste sentido país afora.

Eu tenho culpa? Sim, tenho. Assumo poderia ter construído alguma movimentação, feito algo mais do que permanecer meio que indiferente. Muito triste isso tudo. Até menos de uma década atrás vivenciei muitas grandiosas manifestações em Bauru. Tínhamos em plena atividade até alguns anos atrás a famosa Esquina da Resistência, cruzamento do Calçadão da Batista com Treze de Maio. Enquanto o ex-vereador Roque Ferreira esteve vivo ali ocorreram, semana após semana, atos contínuos. Não só ali, mas em outros locais, hoje tudo minguou e para algo ocorrer se faz necessário um esforço desmedido, muito maior do que antes. Os motivos são vários e cada qual possui na ponta da língua alguns destes, além de justificativas para não mais estarmos sendo, fazendo e acontecendo.

Eu, no meu caso, repito por aí ter envelhecido, como isso fosse motivo para arrefecer o ânimo. Todos os que protestavam pela aí envelheram. Alguns mais, outros menos. Eu continuo pleno de vontade de "bagunçar o coreto", pois muita coisa está irremediavelmente pior que dantes. Cito como exemplo, a situação atual de como é tocada a atual administração municipal aqui em Bauru. Por motivos muito menores, essa cidade fervia em suas esquinas e hoje, para conseguir lotar a galeria da Câmara se faz necessário muito esforço.

E chegamos a essa data redonda dos 60 anos do fatídico golpe de 64. Lula tem lá seus motivos para pedir pela não realização de atos com envolvimento público, mas nada impede que façamos algo. Sei que, Lula ficaria muito contente em ver a praça de Bauru tomada de gente e infinidade de outras cidades idem, pois isso daria a ele e seu Governo mais segurança para agir em áreas onde pisa em ovos. Talvez nosso medo resida no fato dessa tal dificuldade de agitar as massas e fazê-las se movimentar. Não é coisa de ter perdido o traquejo, mas de certa acomodação, diria mesmo, coletiva. Culpam a esquerda, mas a culpa é coletiva e dentro dela me insiro. Não é só os partidos, os sindicatos, as associações de classe, o movimento social num todo, mas também eu, você e todos nós.

Meu caros e caras, eu não mobilizo mais ninguém. Escrevo e quase somente isso. Eu não tenho dificuldade em me posicionar e talvez, ir pros embates, mas fico esperando algo acontecer e neles me inserir. Por estes dias, confesso aqui, fui instigado por quatro amigos (as), sobre o que seria feito em Bauru. Ouvi atentamente a todos (as), porém, se poderia ter feito algo, deixei a desejar. Vacilei. Nada fiz. Não somente eu, mas tantos outros dentro da mesma linha de pensamento e ação que a minha. Não devemos ter medo ou receio se o outro lado, o da ultradireita algo ocorre. Recomeçar é preciso e estamos marcando passo, vendo a banda passar e isso é mais do que péssimo.

Dia 31/3 cai num domingo e 1º/4 segunda. Nada na cidade, nem na Esquina da Resistência, nem em nenhum outro lugar. Eu não quero envelhecer e me sentir inútil. Creio eu, ainda posso dar muito de mim pra luta por dias melhores e em busca de outro mundo possível. Abomino isso de ver a banda passar. Sei que, até pelos pedidos recebidos para algo ser tentado, falta algo, talvez um toque a mais, um clique, uma sinalização ainda não feita, pois se amanhã estarei todo pimpão lá no campo do Noroeste para, junto de mais de 4 mil pessoas, torcer pelo Noroeste, por que não também estar nas ruas protestando para que a bestialidade ocorrida em 64 e quase repetida em 8/1/2023 não mais ocorra? Se me mobilizo para ir assistir uma partida de futebol, um show de um ídolo, para estar numa festa, ajuntamento religioso, quermesse ou seja lá o que for, creio que, estamos todos deixando a desejar. Lembro que, perdemos em Bauru de lavada, 70% para o bostonauro nas urnas, mas algo já foi mais do que demonstrado de aberrações cometidas por este e seus seguidores.

Daí, já era tempo de estarmos todos na lida e luta, jogando duro contra a bestialidade solta pela aí. Somos fortes, porém nos acomodamos. Mas ainda dá tempo de ser acordado e voltar à carga. Falta o que, hem gente!!!
Obs.: Será nem essas fotos de manifestações e enfrentamentos em tempos muito mais perigosos que os atuais não mais nos estimulam a voltar pras ruas e lutas?

A DIFERENÇA

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