sexta-feira, 3 de maio de 2024

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (189)


ESPERANÇAR
Com essa foto do professor Clodoaldo Meneguello Cardoso, num dia de agitacão e conscientização defronte a Câmara, com a bandeira da esperança desfraldada, na comparação com onde todos deveríamos estar no dia 1º, o do Trabalhador, deixo registrado que, a esperança não se finda nunca. Passou do momento de desfraldar coletivamente, nas ruas e lutas, a esperança acumulada dentro do peito.

JUDICIALIZANDO A CAUSA
No Estadão de hoje, algo assim: "Recado amargo pra Lula". Nem li. Perder tempo para que? Tenho mais o que fazer. Assim como passo batido nas mesas redondas da Globo News. Eu continuo acreditando em Lula e não sei se mais no partido onde milito, o PT. Eu não saberia se teria condições de militar em nenhum outro partido político brasileiro. Olho para todos os lados e aqui onde estou, ainda encontro a maioria das pessoas pelas quais confio e mantenho séria e confiável amizade. O partido pode ter se perdido ao longo do tempo e hoje concentra uma infinidade de perdições - muitas delas inegociáveis e até mesmo, incontornáveis. Sei que ninguém é perfeito e quando olho para os lados, aquilo tudo que procuro no PT, não vislumbro nos demais, daí continuo por aqui, pois ao menos, sei que, com alguns companheiros, tentamos ainda mudar o mundo e transformá-lo em algo bem mais palatável do que o vivenciado hoje em dia. Isso continua a me mover e acredito, será assim até o fim.

Longe de ser dono do mundo. Eu sei que o PT está rodeado de imensidade de problemas. Ninguém precisa vir me dizer do fiasco que foi aquela praça vazia e Lula lá hablando como que para uma multidão. Ele é grande e faz o que pode. Suas alianças, muitas delas espúrias doem aqui dentro de mim, assim como sei, devem doer muito mais dentro dele. Mas não fosse o danado do sapo barbudo, nem sei onde estaríamos hoje. Talvez o PT viva seus estertores, mas não só ele, tenho isso como certo. Li de um cientista político, cujo nome não me lembro agora, que no máximo em 20/25 anos, não teremos não mais sómente o PT, como a própria democracia e algum sistema de cunho popular. A guerra está sendo perdida e para revertê-la uma luta cada vez mais desigual e desumana. E quem a faz de fato?

Eu não desistirei, mas sei de minhas limitações, do partido onde milito e do sistema político que ainda domina o mundo dito civilizado. O que vem pela aí eu ainda não consigo delimitar, mas sei que, pelo que se observa das transformações no mundo político, as mentes estão cada vez mais imbecilizadas e criminalizando todos os que, ousem lutar por direitos e por causas populares. O mundo como sendo tocado hoje, pervertido e sem sentido, uma religiosidade criminosa e cada vez mais, um fundamentalismo tacanho e criminoso como a forma predominante de uma conduta de gado, manada seguindo para o matadouro. Creio eu, não vai ser nem possível sobreviver apartado de tudo, se fingindo de bobo, mesmo querendo e sendo essa a opção de muitos, pois quem um dia ousou agir contrário ao rumo do vento, será descoberto e pagará por isso. Somos odiados e de nada adianta me clara, pois "eles" já sabem disso e nunca me perdoarão por isso.

Enquanto esse dia não chega, tento ao meu modo e jeito modificar o meu mundo, o que me cerca, o de minha aldeia e dentro dele o partido onde milito. Ele hoje é bem diferente daquele onde um dia, acreditando ser ele o canal de transformação deste mundo, me filiei. Foram tantas coisas, tantos acontecimentos, não só aqui na cidade onde vivo, mas no país e no mundo. Eu não tenho mais idade para ver as coisas erradas acontecerem e permanecer calado. Tenho pouco a perder. Agora mesmo, uma ala dentro do PT tenta impor algo maléfico, perverso e pela força, detestável, repugnante. Pessoas denigrem tudo, confundem e decidem se impor pela força, mesmo cientes de que, não possuidoras de um pingo de razão. Representam a si mesmas, mas teimam em se pronunciar como se fizesse em nome do ideal de luta de um partido, outrora grande, pujante e símbolo de resistência. Eu combato isso. Não estou só, ainda bem. Nem tudo ainda está devidamente perdido. Tem um bando de gente querendo se passar por cordeiros, quando na verdade são mais que lobos. 

Convivência difícil com estes. Eu não sou contra o confronto, a eterna disputa de opiniões divergentes, mas sempre estareri posicionado contra a deslealdade como forma de ir conseguindo as coisas. E quando me deparo com desleais ao meu lado, no mesmo partido, o que luta, supostamente, por um outro mundo, daí é demais. Como posso querer transformar o mundo, se da boca pra fora eu prego uma coisa, me mostro de um jeito e quando vou praticar, colocar em prática tudo aquilo, faço exatamente o contrário, deixo de seguir regras básicas e masso, piso, jogo sujo? Não dá para conviver, pois seria por demais hipócrita se assim o fizesse. A hipocrisia reina aqui nas mínimas relações que temos uns com os outros. Eu me vejo como alguém de esquerda, quero acreditar no partido escolhido por mim para esgrimar nesta vida e sei, nítido isso, por aqui não existe a perfeição. Tudo bem, eu também não sou perfeito, enfim, a carne é fraca, mas para tudo tem limite. Contra esse estado de coisas eu sempre serei um ferrenho opositor.

Eu não quero ficar aqui por muito tempo enrolando linguiça. O fato é que, pra que ficar empurrando tudo com a barriga e com um discurso de que está tudo bem, quando a maioria dos que acompanham nossa luta sabem que, nada está bem. Primeiro, do outro lado uma direitona cada vez mais insensível e querendo não debater com a gente, mas nos eliminar fisicamente, pois não aceitam o contraditório e depois, aqui junto de nós, no campo onde todos deveria estar a lutar juntos pelo mesmo ideal, ocorrem também desavenças irreconciliáveis e o jogo também se apresenta sujo. Daí, como vou poder continuar lutando ao lado de quem age desta forma? É impossível, eu me cansei de conviver com quem diz uma coisa e faz outra, usando das mesmas armas que aponta nos adversários e as usa, também contra os seus próprios pares. Isso é a perdição do ser humano enquanto ser vivente. Por isso, escolhi permanecer onde estou, até porque existem poucas alternativas diferentes, mas cada vez mais, escolhendo praticamente a dedo as pessoas nas quais confio e sigo na luta. Não dá para dizer uma coisa e fazer acordo pelas costas com a parte contrária. Isso não ocorre só aqui dentro do PT, onde milito, mas por todos os lugares, mas aqui, onde ainda acredito isso não poderia acontecer, mas acontece. E acontece bem aqui no meio onde milito, nas vistas de todos. Isso não ocorre longe daqui. Não, tudo ocorre aqui e me causa algo além da repulsa, revolta.

Desculpem o desabafo - mais um -, mas quando tem algo dentro do peito, dilacerando a gente por dentro, nada como botar pra fora e externá-lo publicamente. Não sou chorão. Talvez seja um fraco, por não lutar com as mesmas armas que vejo sendo apresentadas no campo de batalha, mas não quero e não entrarei nessa. Não entrei nessa até agora e não o farei agora, quando chego na beirada de completar 64 anos. O PT perdeu muito de sua pujança de luta e desemboca hoje no que vimos na praça pública, com Lula discursando para um público muito pequerno. Isso tudo é reflexo também do que somos hoje, cada vez mais acomodados. Estamos vendo o avanço do ultradireita e pouco estamos fazendo para combatê-la. Deixamos Lula resolver praticamente sózinho todas as questões. Ele tem feito o que pode e sózinho, remenda tudo, faz acordos, a maioria deles criticados, mas me pergunto: o que fizemos, onde esdtamos para ajudá-lo a ter mais independência? A luta é desigual, sei disso, ainda mais quando é nítido que até entre os que se dizem lutadores, uma divisão, dificultando em muito a chegada no tal objetivo comum. 

Seria ótimo tudo estar tranquilo, em primeiro lugar aqui na aldeia bauruense, mas não está, nunca esteve. Motivo para uma união cada vez maior, mas não, pois se existe um não entendimento, já pondo tudo a perder entre os que lutam, daí muito mais difícil, praticamente impossível lutar ciente das possibilidades de vencer. Nem por isso desisto. Continuo na lida e luta, mas vez ou outra, boto os bofes pra fora, como agora. Boto e já na sequência, ergo o rosto e sigo, junto dos que sei se empenhar na boa luta. Hoje mesmo, amanhã idem, estarei por aí, se expondo e esgrimando, ou melhor, enquanto tiver forças e disposição, pois desacreditar é desistir. E por fim, se preciso for, até para reparar algo irremediavelmente perdido, judicializando a causa, mesmo não confiando totalmente que ela, a Justiça, também possa resolver tudo de forma isenta e imparcial. A gente se vê por aí...

MAS, O QUE ACONTECE COM BAURU...
Uma viatura da Policia Federal defronte uma escola municipal, como hoje presenciei diante da EMEF Santa Maria, vila Cardia era, até bem pouco tempo atrás, algo raro, desses talvez acontecendo quando estes, convidados no máximo para palestrar ou algo parecido. Hoje, diante de compras mal explicadas, uniformes escolares ainda não recebidos quase no final do semestre, suspeita de superfaturamentos em compras, almoxarifados recebendo diárias visitas de vereadores, algo assim, tornou-se corriqueiro, ou seja, mais um grande feito da atual administração municipal.

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