domingo, 21 de julho de 2024

DIÁRIO DE CUBA (246)


DIA DO AMIGO

FEIRANDO COM ELE, CLAUDIO LAGO
Feirar de verdade não é para qualquer um. Eu sou do time que feiro todos os domingos possíveis. Meu lugar começa sempre pela Feira do Rolo e junto da barraca de livros e discos do Carioca, nosso livreiro de Vassouras RJ. Enquanto muitos passam por lá em busca de verduras e legumes eu o faço em busca de livros, conhecimentos também provenientes de muita conversação. Este o meu lugar nesta insólita cidade. Outro, muitas vezes andando junto comigo é este da foto, Claudio Lago, aqui aportando algumas décadas atrás, proveniente de Águas de Santa Bárbara e chegando patra trabalhar no Banco do Brasil, onde fez história, ajudando a revolucionar o sindicalismo local. Lago é tão rueiro como este escriba. Isso de gostar da rua é perceptível pela continuidade e assuduidade da pessoa num só lugar. Nós, eu e ele, gostamos dessa muvuca. Batemos cartão. Sim, hoje o período é pré-eleitoral e muitos, pouco vistos no restante do ano, agora por lá aportam. Porém, existem aqueles que comparecem para dar continuidade a algo já ocorrendo ao longo do tempo. Temos todos nossos lugares. Lago gosta muito de bater cartão no Pequeno's Bar, reduto na rua Gustavo Maciel, quadra 5, propriedade de um ex-bancário - dito por mim como o "bancário que virou suco". Este lugar de congraçamento humano é também conhecido como Senadinho, nome oriundo das muitas conversações ali possibilitadas, de todas as matizes, gostos e preferência. Sabe aquilo de você ser adversário de uma pessoa politicamente, mas não abdicar de uma conversa. Pois bem, isso ainda é possível nos dias de hoje e ali no Senadinho é a mola mestra. Vejo em todos os domingos uma diversidade quase impossível de se repetir em outros lugares, tal a consolidação da bestialidade de tudo e todos hoje serem considerados inimigos. Lago é conversador por natureza e o acompanho em algumas de suas andanças. Sua linha de raciocínio e de pensamento é inflexível, daí a respeitabilidade, confiabilidade e também respeito adquirido. São poucos os, hoje em dia, no qual você diz uma coisa hoje pela manhã e ela se repete na boca da mesma pessoa à tarde. Quando você possui uma postura em todos os momentos de sua vida, isso perceptível pelos à sua volta, o respeito se dá naturalmente, algo icnondicional. Com este meu amigo isso se dá naturalmente, sem puxação de saco. Aprendi a admirá-lo na convivência e no trato com o dia a dia, com as pessoas e as situações de conflito onde nos encontramos. Ele pensa muito antes de falar, até por saber muito bem o papel por ele desempanhado dentro deste conglomerado denominado Bauru. Neste domingo, defronte a Banca do Carioca, coloquei em sua cabeça um chapéu de couro nordestino. Chico, o dono da banca de utilidades e futilidades, bem ao lado da do CArioca, me diz o preço, R$ 150 reais. Rimos e lhe digo para cobrar só pela utilização na foto. Ele, também rindo, nos diz: "Daí é R$ 200". Na feira tudo vale uma boa história. Eu e Claudio Lago estamos sempre rodeados de pessoas, pois somos já quase locais. Tanto faz se estamos acompanhados ou não, porém, sempre muito bem observados, como um vigia do lugar, fazendo questão sempre de repetir a mim nos esbarrões e reencontros: "Estou sempre te acompanhando por aqui. Você é uma das pessoas com as quais gosto de ser e estar". Como não gostar de estar aqui. Lago também desfruta deste sentimento de muitos. Daí, eis uma de nossas paixões, vir discutir bocadinho da cidade exatamente neste local, junto de populares, feirantes, malandros, gaiatos, farofeitos, gente de toda espécie e laia, tudo junto e misturado. Enfim, o povo bauruense e brasileiro está aqui muito bem representado e nós dois enfurnados, embrulhados e misturados. Aqui a gente se recarrega para tudo o mais.


NA FEIRA, CONVERSAS SÃO POSSÍVEIS, REALIZADAS ABERTAMENTE
Dialogar, e muito, algo mais do que necessário. A conversação, como se sabe, deve ocorrer não somente com quem pensa igual a ti, mas ao ampliá-la, um outro leque de possibilidades. Longe de um querer aderir ao outro, muitas vezes ideias e linhas de conduta diferentes, mas algum provável entendimento, bem dentro do processo civilizatório a que estamos inseridos. Por que deve-se fugir destes diálogos? Não devem e assim ocorre com pessoas irmanadas de algo em comum, conversando a gente pode até não se entender, mas no mínimo, respeitar. Quando nem isso acontece, passar ao largo faz parte do processo. Dos dispostos a conversar, por quer não, quando do encontro fortuito, inesperado, um leque de possibilidades. Na feira dominical da Rua Gustavo Maciel isso é sempre possível, ainda mais neste período eleitoral, quando quem tem garrafa vazia para vender as expõe abertamente em público, em busca de algum reconhecimento. Quem tem medo fica em casa e não coloca a cara à tapa. Quem não tem medo de expor seu ponto de vista sair e enfrenta tudo o mais que vier pela frente. Quando me deparo com a conversação travada neste domingo entre Claudio Lago do PT e o pré-candidato Raul, novamente colocando seu nome na disputa pra Prefeitura, vejo nisso algo de bom. A divergência se atrai quando um tenta mostrar ao outro pontos de vista e opiniões, que quando ouvidos e assimiladas, podem não só gerar mudanças de rumo, entendimentos outros. Ruim mesmo é o fechamento de questão, sem ao menos se dar ao luxo de ouvir o oponente. Não que um vá se deixar levar pelo que outro traz em seu embornal, mas parar e olhar um nos olhos do outro, dialogando de forma mais do que amistosa, isso é o mínimo que se pede, algo mais do viver em conjunto. Eu possuo meu ponto de vista disso tudo que vejo acontecendo bem debaixo de minha janela e busco a melhor solução possível, dentro de tudo o que fui assimilando ao longo de minha vida. Outros o fizeram por outros caminhos e na feira, uma possibilidade de papear, abertamente e sem firulas. Bem diferente de ver gente apregoando estar na disputa pelo incentivo de outro, este a disputar o mesmo lugar e vaga. Cada qual no seu trajeto, sua trilha, sem misturar as bolas, sem querer alterar o jogo, ampliar e distorcer nada. Convivência salutar e elementar. O sol da manhã dominical sob nossas moeliras possui o dom de acalentar esperanças. E tem quem se utilize de fotos como essa para outros entendimentos, esses muito improváveis. O que ali transparece é um encontro, uma conversa, nada mais. Salutar isso.
URGENTE
Eis a fisionomia preocupada do presidente do PT Bauru, Claudio Lago, envergando a gloriosa camisa do líder do Brasileirão, a Estrela Solitária, ao tomar conhecimento que também teve sua vida investigada pelo hacker de Araçatuba. Eu, como militante petista, me vejo na obrigação de constatar a sua importância diante dos fatos concretos hoje divulgados pelo site Contraponto: pelo visto o cunhado da incomPefeita Suéllen Rosin, contratante do hacker, se preocupa com o papel desempenhado pelo agora investigado, tendo este papel fundamental nas denuncias das irregularidades cometidas e em curso na administração municipal. Daí, o mesmo teria imenso papel representando o PT como seu pré-candidato a prefeito. Os investigados pelo hacker demonstram algo contundente neste sentido.

Essa última tirada no final da tarde, todos em torno de uma roda de amigos, comendo um peixe assado e levo a eles a notícia: Claudio Lago também foi investigado pelo tal do hacker, contratado pelo cunhado da atual alcaide bauruense, a fundamentalista Suéllen Rosim e ainda não muito bem esclarecido, para quais interesses. Depois de vários vereadores, um jornalista, agora também o atual presidente do PT Bauru. Muito interessante o entendimento feito dos motivos dele ter tido sua vida investigada.

Essa a Bauru, às vésperas de mais uma eleição municipal. Como se vê, a Cidade Sanduíche é recheada de nuances ainda sob certa névoa. 

E daí, o que virá pela frente???

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