segunda-feira, 19 de agosto de 2024

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (205)


COMEÇOU A PAULEIRA

ISSO MOVE MULTIDÕES

RODEADOS DE PERVERTIDOS
Leio nos comentários de uma conhecida: "Dei aula para um casal de professores renomadíssimos na universidade pública. Carreira longa, aproveitando todos os recursos oferecidos pelo Estado, bolsa pesquisa, morar no exterior para pesquisa pós-doc, etc... Um belo dia vejo os dois, já aposentados, mas na universidade ainda, de verde e amarelo na passeata no biroliro. Não botei fé".

São tantas as decepções. Quando vejo os com menos informação, os as recebendo somente pelos canais internéticos, esses ainda tento algo, converso, insisto, busco encontrar o elo onde deixamos isso tudo acontecer e até me culpo, pois como todos, faço parte dos que, poderiam ter feito mais e deixamos a coisa ir rolando, chegando na situação atual, agora de difícil reversão. Porém, o que dizer destes, os bem formados, com cursos por todos os lugares e creio eu, sabendo muito bem discernir o joio do trigo, mas o para se posicionar ao lado dos que cravam a estaca nos nossos peitos. São tantos os assim. Aqui bem do meu lado, familiar muito próximo, conseguiu formar o filho por causa dos programas educacionais existentes, quando este cursou sem pagar e só começou a fazê-lo ao final, ainda com tudo parcelado a perder de vista. Fala bosta por aí dos programas sociais, de tudo, sem olhar para o próprio caso, o do filho só ter conseguido se formar e hoje morar no exterior, sem ter devolvido ao governo o investimento a ele feito. Isso não é ingratidão, creio ser algo entre a burrice e algo de consciência, de ter desvio de conduta. Estamoas rodeados destes.

AOS 64, MOLÃO COMO ESTOU HOJE, LEIO ALGO POSTADO POR AMIGO, SOBRE "MILITÂNCIA E ESTUDO"
Sim, sei da importância de leituras, não só acadêmicas, mas os clássicos e, principalmente para todo e qualquer ser que se diz militante social, saber exatamente onde está enfurnado, até para não dizer besteira e não fugir tanto do que está prescrito nos manuais ou nos grandes pensadores. Já fiz muito isso, talvez não da forma como deveria e sei, poderia ter lido muito mais, me aprofundado muito mais em leituras "pesadas". Deixei a desejar, sei disso. Mesmo assim, procurei não me desviar de algo a me seguir uma vida inteira, a de estar atento ao que diziam os próceres do que sigo e a vida que levo. Mesmo deficiente, creio estar a contento no quesito militância. Estou por aí desde que me conheço por gente, todos que me conhecem sabem onde estou, como me posiciono e o que defendo. Assim seguirei.

Junto isso com meu estado astual, onde acometido por uma súbita moleza interior, que creio não deva ser Covid, sem a descartar, pois tomando todas as vacinas possíveis, sei que se ela chegar, os efeitos talvez não sejam tão implacáveis. Me cuidei. Porém, confesso, estou mole, querendo só cama. Ficar quietinho no meu canto. E isso tudo me faz pensar em tudo o que ainda tenho para ler e como venho fazendo isso nos últimos tempos. Juntei livros uma vida inteira e sei, não os lerei todos, porém continuo comprando e o prazer inenarrável de ir organizando tudo nas prateleiras, escolhendo os que lerei é algo deslumbrante e apaixonante.

E diante de tanta oferta, o que ainda leio? Não sei se isso também seja efeito de uma Covid que, creio ter tido durante o período crítico, mas a mente está um tanto cansada, não capta mais como antes leituras específicas, com muito detalhamento e teorias necessitando aprofundamento e dedicação. O meu chip está cansado, talvez a demonstrar final de carreira e daí, hoje continuo lendo muito, até mais que antes, mas me concentro em algo mais leve. Minha média tem sido de uns sete livros mês, junto da leitura da revista Carta Capital e Piauí, por inteiro. Jornal, folheio o Jornal da Cidade e me concentro em algo mais pelos sites e blogs. Ou seja, leio pra dedéu, porém, nada mais onde a cachola ferve, entra em ebulição. Muito romance, biografia, reportagem, crônicas, contos, história e assim, creio eu, com todos dentro de minha linha de pensamento e ação, algo que pode ser considerado sem consistência, porém, me mantém plugado, sintonizado em algo efervescente.

Que me desculpe este meu amigo, pois sei, ele está, com uns 20 anos menos que eu, lendo muito mais, mas só leituras ditas consistentes. Não creio ter perdido o fio da meada, mas algo interior se alterou e me levou para amenizar tudo daqui para frente. E agora, acometido dessa moleza, vejo diante de mim uma infinidade de leituras, todas se exibindo para mim, oferecidas e me instigando a mesmo mole, devorá-las, pois se ruim estou, não sabendo quanto tempo me resta, nada como ir tirando o atraso. Ou seja, querem falar de trivialidades, contem comigo e quiserem algo mais sério, consistente, indico este meu amigo, pois ele tem tudo na ponta da língua - meu filho também segue essa linha, mas é mais eclético. Eu já, mesmo sem ter debandado, não registro mais de memória nada contundente. Tenho que consultar meus alfarrábios para quase tudo. Assim sigo. A moleza deve passar e a leitura continuar.
Obs.: As duas fotos minhas foram tiradas por Tatiana Karnaval Calmon no último domingo, Jazzcob, no Vitória Régia, quando já começavam sinais da moleza interior.

SEM PALAVRAS
Fernanda Montenegro protagonizou um ato inesquecível ontem ao ler Simone de Beauvoir para mais de 15 mil pessoas no Parque Ibirapuera. A maior de todos os tempos, inigualável, inesquecível!

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