terça-feira, 27 de agosto de 2024

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (189)


ALGO SOBRE MORTE DE IZQUIERDO
Desde o dia do fatídico jogo de futebol, quando sdeu clube, o Nacional de Montevidéu, com o São Paulo, no Morumbi, uma apreensão toma conta da gente, adoradores do mundo da bola. Inevitável, a lembrança de outro incidente, décadas atrás, com o jogador do São Caetano, este falecendo no local, também o campo de bola do Morumbi. Fatalidades mais que tristes. Estes são algo a nos comover profundamente, primeiro por se tratar de uma vida humana que se vai, muito jovem e no pleno exercício de seu ofício, o de jogar bola. A morte é sempre remediada. Eu mesmo, cá com meus 64 anos, vendo o tempo urgir, diminuir a cada instante a chegada da derrocada final, quando me deparo com alguém que vai tão jovem, uma espécie de aflição interna, onde os pensamentos voam e batem asas. E depois, quando algo assim ocorre, começamos a entrar na vida do até um dia atrás, bem vivo, Izquierdo com um filho recém nascido. Pululam vídeos dele em ação, em casa, nos vestiários, nos campos de treinos e nos estádios, suas falas e o mais chocante, algo de sua vida pessoal, mais íntima. Para muitos jogadores, algo foi construído e possuem estabilidade para uma vida inteira depois, quando se der a parada, o final da carreira, Outros não. Creio, com ele isso ainda não estava construído e se dava no seu dia-a-dia. Um time de futebol no uruguai não deve dar retorno igual a um grande time no Brasil. Impossível não pensar também no futuro de sua família, seus dois filhos e no que virá daqui por diante, quando as luzes se apagarem, os holofotes não mais incidirem sobre os seus, quando o tema deixar de ser comentado e tudo voltar para a tal da normalidade, ou seja, outros fatos irão ocupar espaço dentro de nossas preocupações. A cabeça gira pensando nele e depois nestes, os que continuam vivos. Dele em si, nada sabia. Sei agora e triste estamos.

algo de Bauru
ALBERTO DE SOUZA, LUIZ CARLOS PRESTES E BAURU

"ALBERTO DE SOUZA, O HOMEM DA COLUNA
O 24 de agosto marca não apenas o suicídio de Getúlio Vargas.
Marca também o nascimento de Alberto de Souza, há 107 anos.
A maioria das pessoas nunca ouviu falar em Alberto de Souza.
Alberto de Souza nasceu e morreu pobre. Ele se foi em 17 de dezembro de 1991.
Foram 84 anos sofridos, mas bem vividos. "Não me arrependo de nada ", dizia ele, com um olhar firme para o interlocutor.
Pois se a maioria nunca ouviu falar de Alberto de Souza, o problema é da maioria.
Alberto de Souza é um dos poucos brasileiros que podem ser classificados como herói popular. Se nada mais tivesse feito na vida, o fato de ter sido soldado da lendária Coluna Prestes (1925-27) já o tornaria um ser humano raro. A Coluna, como se sabe, cortou 25 mil quilômetros dos interiores brasileiros sem uma única derrota militar.
Alberto de Souza foi preso político, em 1935. Foi arrebentado na tortura e, desde os 27 anos de idade, nunca mais pode andar.
Alberto de Souza jamais baixou a crista ou largou a luta pelos de baixo. Comunista até o fim da vida, morava na periferia de Bauru, onde o conheci, no fim dos anos 1970.
Na época em que ele faria cem anos, escrevi o texto que segue no link.
Há um belo livro de meu amigo Arthur Monteiro Junior sobre esse cidadão exemplar. Por artes e partes misteriosas, permanece inédito, quase vinte anos depois de escrito.
Essa lacuna vai ser coberta. A obra deve ser publicada no primeiro semestre de 2016.
Mais gente vai saber das andanças do gigante Alberto de Souza.
A foto mostra o encontro com seu comandante, na casinha em que vivia, seis décadas depois daquela marcha histórica. Era março de 1984, quando as Diretas Já! tomavam conta do país", jornalista, professor e escritor Gilberto Maringoni.

ESCREVENDO POUCO, EIS A JUSITIFICATIVA - TRABALHANDO NA CAMPANHA DE VEREADOR DE CLAUDIO LAGO

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