segunda-feira, 28 de outubro de 2024

COMENDO PELAS BEIRADAS (153)


a pergunta que não quer calar
ONDE A ESQUERDA PODE MUDAR, SE É QUE DEVE MUDAR, SEM FERIR SEUS MÍNIMOS E BASILARES PRINCÍPIOS?
Queria fazer uma discussão, ou melhor, reflexão por aqui. Sou de esquerda, assim me considero e com muito orgulho. Faço parte da ala petista atuando dentro dos preceitos da esquerda. Dela não nos desviamos e talvez por não termos nos adequado, feito o contorcionismo necessário, entendendo o tal do novo momentoi político brasileiro, demos com os burros n'água nessa última eleição. Isso um fato.

O que mais leio neste dias por aí é algo assim: "É preciso compreender que existe uma mudança na sociedade. Não dá mais para você falar com os mesmos slogans, fazer a mesma política de décadas atrás. Agora, a situação é outra, os eleitores são outros. Precisa mudar a maneira de interagir com a sociedade, de pensar numa comunicação mais efetiva. Porque a dominância nesse campo é da extrema-direita ou da direita. A forma que elas se comunicam é mais fácil, elas detectam os problemas e vão explorando de uma forma que prende os eleitores. Falta à esquerda compreender que o mundo mudou, a política mudou, a maneira de se comunicar se alterou também", disse Vera Chiaia, cientista política e professora da PUC São Paulo, para a revista Carta Capital.

Enfim, essa a discussão e este o melhor momento para fazê-la, agora. Erramos tanto assim? Defender o que defendemos ficou difícil? As bandeiras de ontem, as que levávamos para as ruas se alteraram tanto assim? Onde poderíamos nos adequar aos tais novos tempos sem violar nossa linha de conduta e ação? Enfim, mudar ou não? Não quero, não devo e não vou usar de um discurso moderninho, me esquecendo dos motivos que me levaram para a luta uma vida inteira, daí, onde posso mudar sem provocar um choque tão grande dentro de mim mesmo e contribuir para não nos alijarmos ainda mais das decisões e disputas políticas?

quem joga uma garrafa ao mar, está sujeito a receber respostas de todo tipo...
1.) "Henrique esse é o grande drama e encruzilhada das esquerdas. Negar todo um passado de lutas, feito com muito sacrifício e tolerar os modismos atuais que preferem a esquerda domesticada. Ou seguir em frente fazendo um ligeiro "mea culpa" onde erramos e podemos mudar sem abrir mão de nossos princípios. Nossas lideranças não foram devidamente renovadas ao longo dos últimos anos e, penso, que a culpa disso deve ser debitada a Lula, que não quer sombras. Está faltando muito um "convencimento nas ruas". Mas para ir às ruas será preciso apetrechamento ideológico, para que sejamos ouvidos e respeitados. No mundo animal isto seria dito como "estar na muda". Uma séria revisão de nossas crenças e valores também precisa ser realizada. Agora, assumir as teses da direita ou da dita centro-direita para ganhar eleições me parece canalhice", advogado Marco Antônio Souza.
2.) "A esquerda por ser mais intelectualizada não se mistura, não sai da bolha, dos papos acadêmicos que muita gente nem entende. Precisa sentar pra falar a mesma lingua, misturar se. Nenhuma estratégia planejada em escritório de comitê dará certo se não estiver constantemente com povo. Só em dia de discurso falando meia dúzia de palavrório bonito. Se a esquerda é intangível, a igreja não. A igreja sabe que um microfone aberto da vila gera empoderamento pra dona de casa. Lá ela é líder do louvor, ou seja lá do que for. Lá ela é vista, ouvida, recebe cesta e mata fome que não espera o dia do discurso dos camisas vermelhas que comem orgânico e criticam quem come salsicha", escritora das quebradas, bacharel em Direito e diarista Amanda Helena
3.) "Caro Henrique, tudo está acelerado e muitas alterações foram ocorrendo. O pesadelo nazista não foi suficiente. A ilusão com a promessa de um futuro de respeito à dignidade humana e aos demais limites democráticos durou pouco. Vieram os golpes, guerra híbrida, geopolítica internacional, neoliberalismo extremo, etc. os detentores do poder econômico e o projeto capitalista de ampliação ilimitada do capital recusam limites que os impeçam de lucrar, acumular e aumentar seus rendimentos, as custas da desinformação, privatizações (acabaram com a educação). Não existe limites para os sionistas, imperialistas, golpistas etc. Vc sabe que o detentor do poder político, na medida em que é também o detentor do poder econômico, quando eleito em razão das patologias de sistemas políticos como o nosso e o norte-americano não guarda qualquer relação com os interesses da população. desaparece a mediação, desapareceu o papel central dos sindicatos, etc. etc. Toda pessoa foi levada a pensar como um player do mercado, um empresário de si, nem vou adentrar o campo religioso (amém jesus). a tensão entre democracia e liberdade neoliberal é inconciliável. por vezes nos arrastamos em debates , mas o que sei é que no nosso país, inicialmente de maneira mais tímida, e de anos para cá, tudo sem pudor, direitos e garantias fundamentais passaram a ser relativizados, e aceito sem resistência. O silêncio de grande parcela da sociedade. que tem como tradição autoritária, etc. somado a ausência de limites ao exercício do poder, ainda vivemos mundo online, sem limites, impondo os diversos modo de ser no mundo da vida, a pessoa escravizada, tratadas como objetos, foi se perdendo a perspectiva crítica, infelizmente costumo dizer: onde ficou a esquerda no mundo? o grau de controle que exercem atualmente, o número de super ricos que essencialmente compram o poder político é o poder dos plutocratas. Vivemos a era do hipercapitalismo: fomos além da industrialização e do valor agregado até ao ponto em que as regras são escritas por financistas; poder-se-ia dizer que o setor financeiro passou a concentrar o maior poder político da história, uma vez que alguém realmente produza algo. A conivência de governos e empresas para conseguir o controle da terra e dos recursos naturais das comunidades para gerar lucros para estrangeiros privilegiados. O fracasso dos governos na criação de leis que protejam os trabalhadores de abusos que vão desde o seu tráfico, passando por salários miseráveis, até condições de trabalho que representam um risco inaceitável, nas quais as mulheres sofrem maior precariedade, magros salários e tarefas desumanas. etc. etc. te pergunto - qual partido de esquerda existe para impedir esse avanço? A conivência entre governos e companhias, para mudar as leis de proteção ao consumidor e comerciais para que as empresas estrangeiras possam dominar os mercados, o uso da coerção, incluída a violência, por parte das elites poderosas de empresas privadas. etc. etc. etc. etc. Onde está sendo debatido isso? Na periferia? É a plutocracia contra a democracia. Eu só sei que as pessoas não podem continuar a ser tratadas como coisas diante de uma plateia que tudo assiste e que as vezes chega aplaudir o arbítrio e a própria violação dos seus direitos. etc. etc.", advogada Maria Cristina Zanin. 
4.) "Boa tarde, Henrique! Eleição é o meio e não a finalidade da política, você sabe bem. Penso que afinar discurso e falar manso não seja o caminho. Precisamos ser vicerais mostrando que pouco importa quem está no poder, mas sim a consciência política elevada promovendo debates e agindo através de todos os ativismos possíveis.", comerciante e militante do PT em Jaú, Thiago Ignácio Collato.
5.) "É preciso perder o radicalismo, solucionar os conflitos e disputas internas, priorizar alianças e esquecer o discurso ideológico radical e ultrapassado. Mais que tudo precisa repensar o marketing e substituir a velha guarda "COMPANHEIRA" que atrasan o partido. É preciso conversar com a juventude e trocar 100% da acessória no congresso Padilha é um morto e Jaques Wagner vive num sono profundo, não se comunicam e não sabem conversar com a oposição sem ceder espaço. Temos outros da velha Guarda que ainda estão falando de Cuba Fidel Castro, Venezuela, ditador Pinochet .... etc. O PT não consegue organizar uma manifestação no 7 de setembro "será que isso explica a desorganização e a deficiência de falta de comunicação com a militância"?", autônomo das ruas bauruenses, Montinegro Monti.
6.) "Falarmos em "o problema da esquerda" é pouco... Os problemas da esquerda são vários e antecedem à propria idéia de esquerda... Mas falar nos dilemas do ser humano é retroagir à uma discussão sem fim.... Então vamos ao básico do básico: a esquerda vem se perdendo (em especial o PT) ao se tornar hermética ao novo.... Ao centralizar sua existência a um nome (ou alguns nomes) forte(s) que dominam os partidos de esquerda... Alijada da cosntrução partidária, a militância que dialogava diretamente com a população se enconlheu e hoje vive de saudosismo fazendo discurso de si para si... Percebemos o problema mas não temos ânimo de prosseguir nessa queda de braço em que o braço mais forte (dos figurões do partido) sempre vencem... Muitos pularam fora e foram buscar outros ares em partidos mais arejados e menos engessados.... Outros constiunam sonhando em ressuscitar o PT de outrora... Enquanto isso, a direita dá ao povo o que ele quer: uma voz paternalista autoritária que pune mas ao mesmo tempo promete resolver seus problemas... E a prova de que o povo não quer pensar mas alguém que faça isso por ele, é matemática: se Lula encerrou seu período com 80% de aprovação e na última votação passou aperto é pq muita gente que votou nele no passado escolheu outro "paizão" outro mito em que acreditar.... Mas hoje a grande questão é: se estamos como estamos, quem será o candidato em 2026? Que chances tem a esquerda? Esperar que Lula seja eterno e vá fazendo mudancinhas aqui e acolá para arrefecer os animos? O PT não se renova, não se dispõe a ser carona e apoiar algum outro nome (Dino ou seja lá quem fosse)... Então vamos sentar e assistir uma tragédia política (com um novo mito de ocasião - mais palátável para alguns)... Estamos vivenciando o livreo de Gabriel Garcia Marques "Cronica de Uma Morte Anunciada", comerciante em Piratininga benedito Falcão.
7.) "Putz! Aí está um problema bastante difícil de ser solucionado. Ao mesmo tempo que é preciso criticar a atuação da esquerda, especialmente do PT, a fim de identificar as falhas e encontrar possíveis soluções, também é importante compreender as alterações da sociedade que levaram pessoas a optar pela direita. A falta de ética de partidos que se utilizam de mentiras para obter engajamento também é uma realidade que ainda precisa ser compreendida, isto é, como conseguem atrair a simpatia de eleitores ao se valerem da comunicação por aplicativos de mensagens? Essa questão precisa ser enfrentada do mesmo modo como (em minha opinião) seria necessário dialogar com pessoas que externem sua preferência pela direita, bem como expressem sua motivação de rejeitar a esquerda, a fim de compreender, em primeiro lugar, a escolha por propostas que chegam até a ser contrárias aos interesses ou mesmo prejudiquem as vidas desses eleitores.É importante ressaltar ainda que as ideias e preferências não são absolutas. Ao passo que alguma pessoa possa considerar um absurdo o acúmulo de riquezas, alegando que isso é prejudicial à comunidade, outro pode defender a ideia de que o mérito deve ser considerado na acumulação de riquezas, achando que também um dia, talvez, possa ocorrer com ele. O ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, professor de Ética, publicou hoje um artigo bem interessante. Creio que pode ajudar nesse debate: https://noticias.uol.com.br/.../a-esquerda-depois-da...", tradutor Murilo Coelho.

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