sexta-feira, 11 de outubro de 2024

CARTAS (234)


LOKADORA NÃO É MAIS SURPRESA E SIM, CONSOLIDADO COMO ALGUÉM CIENTE DO SEU PAPEL DE FISCALIZADOR DO EXECUTIVO
Quero escrever algo sobre a grande revelação no campo da política bauruense nos últimos quatro anos. Nas eleições de 2020, pelo Partido Progressistas (PP), foi eleito vereador para a 33ª legislatura da Câmara Municipal de Bauru, de 2021 a 2024, com 1557 votos um tal de Edmilson Marinho da Silva Junior. Com seu nome de batismo poucos o conhecem, mas quando chamam por Lokadora, ou simplesmente num abreviativo disso, Loka, pronto, este até então Técnico em Enfermagem desponta e desde então sob os holofotes da política bauruense, uma grande e positiva surpresa.

Enfim, quem mais do PP esteve tão em evidência e pelo lado positivo na política bauruense? Nenhum outro. A explicação é das mais simples. Loka é de origem humilde, foi eleito em 2020, de forma surpreendente, muito pela forma como até então havia tocado sua vida. Seu nome advém de uma locadora de vídeos, propriedade de seus pais e também tocada por ele. Continuou atuando politicamente dentro de um partido dito e visto como de direita, porém, sua atuação destoava, pois seguiu uma pauta bem diferenciada do que seu partido põe em prática. Na verdade, Loka poderia ter aderido às benesses de um mandato mais tranquilo se houvesse se aliado, como tantos outros fizeram, aos interesses da alcaide municipal. Teve problemas no antigo partido, por causa de seu posicionamento, optando por se filiar ao Podemos, onde pelo visto, não enfrenta muitos problemas. Autenticidade não lhe faltou.

Loka, como já disse, de origem popular, um nato trabalhador da Saúde, tendo atuado também em hospitais locais e, diante disso, enfim, como poderia se posicionar ao lado da maioria dos parlamentares, contra os interesses de sua categoria profissional? Não tinha como. A surpresa, que na verdade não representa nenhuma surpresa, pois só demonstra sua grandeza enquanto pessoa humana é ter, depois de um início com pouco destaque no primeiro mandato, ter se juntado aos opositores da alcaide e a partir daí, se firmou como a grande novidade dentro dos 17 vereadores da nossa Casa de Leis.

Daí veio sua reeleição, onde atuou com reduzido staff na campanha, ou seja, quem estava à frente de sua campanha, das mais simples, foi ele mesmo, encontrado facilmente em esquinas e, principalmente, nos pontos críticos, gravando suas lives onde realmente aconteciam os grandes problemas da cidade. Se nessa atual Legislatura, com 17 vereadores, ocorreu, num certo momento, uma quase divisão de posicionamentos, com 9 situacionistas e 8 da oposição - onde esteve -, e na nova, começando em 1º de janeiro de 2025, agora com 21 vereadores, pelas contas feitas, a alcaide terá vida muito mais fácil, com somente 5 oposicionistas. Loka deverá ser um destes, cada vez com maior representatividade popular.

Se isso se confirmar, será mais um belo momento para Lokadora se firmar como o mais consistente, original e decidido vereador dos novos tempos. Loka gosta de dizer a todo instante sofrer forte inspiração de vereadores mais experientes, porém todos estes, firmes no propósito, que é o princípio básico de um vereador, o de fiscalizar as ações do Executivo. Agora, com os 3937 votos é um novo momento em sua vida. Outros vereadores eleitos tiveram mais votos que ele, mas nenhum possui a consistência obtida de seus firmes posicionamentos, tendo saído de onde saiu e por um partido onde o posicionamento mais natural é pender para a direita, no caso bauruense, apoiando Suéllen Rosim. Sai do pleito de peito esfutado, cabeça erguida e se for firme, resoluto e continuar na mesma pegada, estará se firmando, não mais como uma revelação, mas como um forte nome dentro do cenário político local. Ótimas perspectivas continuando em algo pelo qual, pode ser considerado, um dos mais vitoriosos deste último pleito.

ATACAM A ESQUERDA, UM MEMBRO DO MBL - EU REPONDO PELA TRIBUNA DO LEITOR, DO JORNAL DA CIDADE
Na edição de ontem, quinta, 10/10 do JC, Tribuna do Leitor, uma missiva, a única publicada, me incomodou. Seu título: "Centrão e Esquerda: Os verdadeiros problemas do País", autoria de Fabrício Rodrigues - Coordenador do MBL. Eis o link para ler o texto na íntegra: https://sampi.net.br/.../centrao-e-esquerda-os...
Envio carta de minha lavra e responsabilidade, com a devida resposta, publicada hoje na mesma Tribuna do Leitor:

INCONCEBÍVEL DIREITA
Leio estarrecido a propositura e entendimento do missivista Fabrício Rodrigues, coordenador do MBL, a apregoar em carta publicada no JC em 10/10, os problemas do país serem oriundos de ações da esquerda. Para começo de conversa, ser membro do MBL já desqualifica qualquer pessoa, pois estes estiveram - e estão - envolvidos em todas as perversidades contra as instituições e mesmo, contra o que se convém ainda denominar de democracia.

Estes fazem parte de uma ultra-direita radical, perversa e cruel, agindo e pensando o país pelo pior viés possível, talvez algo destrutivo como Javier Milei o faz no momento com a Argentina, a levando ao caos absoluto.

Creditar à esquerda prejuízos é não saber nada de História. Veja o Governo Lula, que nem de esquerda é e todos os avanços já retomados, com o destroçamento causado pela avalanche negacionista bolsonarista. Não fosse Lula, neste momento, estaríamos "num mato e sem cachorro", algo muito perto do proposto por mentes em decomposição, como a deste grupelho, o MBL, que nada propõe de projeto e sim, aposta no caos e quer destruir tudo. Ou melhor, possui sim proposta, mas para uma minoria, a rentista, a que não mais investe no País e sim, privatiza tudo, joga o dinheiro no lixo e com um Estado Mínimo, leva todos ao caos.

Dar ouvidos para inconsequentes é colocar o País em risco. Chega de aventureiros, meninos mimados e com discursinho "cerca lourenço". O Brasil que queremos precisa manter distância absoluta de algo sem sentido. Que o Centrão é o caos, todos sabemos, mas colocar no mesmo balaio o que fazem estes e a esquerda, é algo surreal, brincando com o entendimento do que de fato ocorre.

O MBL nem pode ser considerado lobo em pele de cordeiro, mas sim, algo como, numa simplista comparação, o estrago feito pelo furacão Milton.

Não existe um só membro do MBL recomendável para atuar seriamente no campo da política.
Henrique Perazzi de Aquino, historiador e jornalista - www.mafuadohpa.blogspot.com

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