segunda-feira, 25 de novembro de 2024

COMENTÁRIO QUALQUER (255)


VOLTEI HOJE AO MÉDICO E MUITA DECEPÇÃO
Segunda, meio da tarde, lá estou diante de meu médico, querendo ver o que ainda posso fazer para reduzir minha diabetes, esse mosntro que, se permitir, vai me comendo por dentro e aos poucos. Sento lá diante do estudado, para ver se ainda existe jeito e maneira de conter o avanço.

Ele me vê com uma camiseta do Mujica, líder uruguaio e já, antes de tudo, fala do cara. "Então, o cumunismo ganhou no Uruguai". Sou obrigado a discordar, pois pelo visto, o danado não sabe o que venha a ser comunismo. Explico, ao meu modo e jeito, pois só por ser de esquerda, ter apoio do ex-presidente Mujica, não tem nada de comunismo. "E se tivesse, qual o problema?", lhe devolvo e o deixo constrangido, pois para outros, menos querendo lhe responder, talvez cole. Falamos sobre o Uruguai por uns cinco minutos, o que dentro de um consultório é um tempo razoável.

Aproveitando a deixa, engatamos sobre como num país pequeno, tudo é mais fácil e por lá, todas as crianças na escola possuem seu aparelho próprio de computador. Ele me diz do lá tudo ser mais fácil, mas não possuirem condições de se equiparar a uma nação como a nossa. Digo que sim, salientando: "Sim, mas no futebol, pelo visto, mesmo população pequena, guerreiros, estão melhores que nós nas Eliminatórias da Copa". Falamos também disso.

Foi quando falo de um amigo, encontrado dentro da sala do cinema, assistindo o "Ainda Estou Aqui" e lhe pergunto: "Já foi assistir?". Para minha surpresa, ele nada sabia do filme, nem do que se tratava. Se fosse lhe explicar, me alongaria demais, pois só neste quesito, ficamos perto de dez minutos de conversação. Não sabia nem quem era o Walter Salles.
Por fim, resvalamos no que me trazia ali de fato. Olha o resultado dos meus exames pelo visor de seu computador, todos já no sistema e me tranquiliza: "Henrique, tá tudo muito bem. Com seus medicamentos, nada a alterar. Siga em frente". Mas e essa moleza, esse princípio de formigamento matinal nos pés, o questiono. "Seu problema é não fechar a boca e ter interrompido qualquer tipo de exercício físico, caminhadas e afins. Faça isso e veja como tudo vai melhorar. Esse cansaço irá embora".

Pronto em dois minutos, deu a receita e chegamos num belo acordo e entendimento. Por outro lado, fiquei ali, por mais de dez minutos, conversação sobre outros assuntos e longe de um acordo. O médico é bom, mas o acho deveras conservador. O problema, pelo que sei, não é com ele e sim, com o mundo à minha volta. Fosse só ele, mudaria e pronto, mas não, as cabeças mudaram muito e só a minha - e de uns poucos - insiste em remar ainda acreditando que a luta ideológica se faz necessária.

OLHA QUE COISA MAIS LINDA
"Há um ano, se encerravam as filmagens de Ainda Estou Aqui e fui sozinha agradecer a essa grande brasileira, pela honra de tê-la encarnado no cinema. Obrigada, Eunice. ", atriz  Fernanda Torres. #aindaestouaqui #eunicepaiva #fernandatorres

E AGORA, QUEM DE FATO FARÁ OPOSIÇÃO À ALCAIDE REELEITA?
Gente, tentei assistir parte da sessão da Câmara dos Vereadores de hoje. Se já tenho absoluta certeza de que, aquilo lá é mais do que um Circo dos Horrores, tenham certeza, irá piorar. Hoje, o hilário foi ficar ouvindo aqueles que se dizem ser contrários à alcaide. Falam alto, gritam, cospem fogo, mas na hora de votar, se preciso for, estão alinhados com ela. Alguns destes fizeram uso do microfone da tarde de hoje. Ouvi só para tentar pescar o que iria dizer , o ex-comandante da PM paulista, o hoje opositor de Suéllen, cansado de saber como será utilizado os tais 3,5 bilhões de reais, aprovados para terminar a interminável ETE - Estação de Tratamento de Esgoto. Vejo muitos falarem, mas poucos colocam o dedo de fato na tal ferida mais que exposta. E agora, meus caros e caras, como ficaremos para o próximo ano, legislatura nova, quando o tal do vereador e sua partner Chiara Ranieri não mais estarão lá fazendo uso da famosa tribuna. Quem fará de fato oposição aos desmandos da alcaide? Quem? Quem? Essa pergunta não me sai da cabeça. Nem sei se existe resposta adequada para a mesma. Desolação total e absoluta.

ENQUANTO O BRASIL TENTA PUNIR SEUS GOLPISTAS, LIA MARIO PRATA A ENTREVISTAR VULTOS DE NOSSA HISTÓRIA
Mario Parata, o escritor nascido em Lins e que, assim como o nosso Mario Rasi, sua cidade ficou pequena demais e assim, ganhou o mundo. Leio muito sua escrita, gosto da verve satírica, pegada irônica e assim, cutuca deus e todo mundo. Neste aqui, o "Mario Prata entrevista Uns Brasileiros", 22 no total, tudo feito para encomenda, como artigo mensal para a extinta - e muito saudosa - revista Brasileiros. Um por mês. Tenho a coleção completa dessa revista, mas o livro é lindinho e o achei na Banca do Carioca, semanas atrás e o trago por R$ 8 pilas. Passei na frente de todos os demais, pois queria desopilar bocadinho o fígado diante de tanta notícia ruim. E nada como um entrevistador da pá virada, pegando personalidades desta irretocável Brasil, dissecando-os à luz da picardia, como se entrevistando os estivesse. Me diverti do começo ao fim. Na verdade, acho que a série acabou no 22º, pelo simples fato da revista ter morrido. Se viva fosse, estaríamos já passando do 50º. Uma pena. Pra produzir um livrinho desta envergadura é preciso conhecer de tudo um pouco, mínimo de nossa história ou ao menos, se interessar por certas peculiaridades. Prata nada de braçada. Arrasa quarteirão e quem sai ganhando é quem se encontra aqui do outro lado, neste caso, eu. Fiquei até mais ameno com as perversidades à nossa volta. Não que não queira trucidar os tais golpistas do momento, mas até com eles, vejo motivo para risadas. O tal general tirou uma foto do cara que bateu no seu carro e a usou para falsificar algo no nome do cara, só que, meio fraco das ideias, tira as fotos deixando seus dedões expostos e quando tenta dizer que não foi ele, foi condenado pela foto. Só mesmo nossos milicos, não! Este daria um belo personagem do Prata, do Veríssimo, do Ruy Castro, do Millôr, da Lispector, do Lima Barreto e do João Antonio. Estamos cheios desses, todos personagens em falsete. Nossos escritores, com pouquinho de verve aflorada, fazem horrores com gente como o Moro, o general Heleno, o Braga Neto, o prsidente da Câmara e do Senado. E desses dois ministros do STF, atuando em dobradinha, o André e o Nunes, dão belos textos. O livro é mais que bom, exatamente por pegar no ponto fraco de cada personagem e daí, fazer a piada. E se a gente não rir um pouco, enfim, ninguém vive só chorando pela desgraça. Ironizar com o perverso faz muita parte do jogo.

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