Recebo este recado via Messenger do Facebook, vindo de alguém que, infelizmente, ainda não conheço pessoalmente, mas conversamos vez ou outra por aqui e gosto muito. É dos bons, dos resistentes deste mundo. "Filho de peixe, peixinho é" e neste caso específico isso cai como uma luva para ele, filho de nada menos que Tuga e Shalimar Angerami, duas pessoas por quem nutro incomensurável admiração.
Conto em poucas palvaras a história deste keffiyeh, que denominarei de lenço palestino. Tuga encerra seu mandato e algum tempo depois me envia dois memoráveis mimos, representando admiração mútua. Uma bandeira da antiga URSS e este lenço palestino. A bandeira, não tive como, dei para meu dileto amigo Marcos Paulo, auto intitulado Comunista em Ação, pois ficou transtornado quando o viu. Sei estará em boas mãos e o lenço o guardei, usando muito pouco desde então. Tuga o havia ganho em uma viagem ou de personalidade importante dentro da questão palestina. O tinha até hoje. Anos atrás, Rodrigo me pede emprestado para utilizar num ato em pró da Palestina. Nos desencontros, acaba não buscando.
Desta feita, volta a me pedir emprestado algo que, na verdade já era para estar em suas mãos. Shalimar faz a ponte. "O Rodrigo me pediu para falar contigo se não poderia pegar aquele lenço que o Tuga te deu de presente. Seria emprestado. Ele queria ir com ele numa manifestação na Unicamp na sexta. Seria possível?", me escreve. Claro que sim. Estabeleço as condições: "Só se for para ficar com ele. Tenho certeza ficará em ótimas mãos. Quero só que ele me envie uma foto dele com o lenço". E assim foi feito.
Shalimar passou pegar aqui em casa, enviou pelo Sedex e hoje, quinta, 12/06, chegou ao seu destino, sendo que na sexta, 13/06, estará envolvendo o pescoço do Rodrigo nessa manifestação na Unicamp. Aproveito isso para renovar algo mais de onde nos encontramos, eu, muitos dos meus e todos os Angeramis. O que Israel faz com a Palestina hoje é algo além de um crime. Declarado e escancarado genocídio. Denuncio por onde passo, ao meu modo e jeito. Dias atrás, num ato no Vitória Régia, dia 31/5, trouxe comigo alguns cartazes do PCO, com a cada do ditador israelense e sua exposição como o mandante deste massacre. Sabe o que faço? Prego ele, com fita adesiva, enrolado de um lado a outro, para que fique bem fixado, lugares previamente pensados e assim dou minha pequena contribuição para deixar bem claro o meu lado e o que penso dessa destruição sistematizada do povo palestino. Junto essa história para deixar bem claro e evidente, de onde pessoas como eu, Rodrigo, Shalimar e Tuga sempre estivemos. Este nosso lado na luta diária. Não nos omitimos de dar opiniões e assim sendo, como sabemos, a luta continua, aqui, ali e acolá, incessantemente, ininterruptamente. A causa pelestina hoje é ponto nevrálgico em tudo o que fazemos e depois dela tudo o mais. Injustiças pululam por todos os lugares e continuaremos sempre atentos, enquanto força tivermos.
A foto enviada a mim pelo Rodrigo, com o lenço no pescoço e segurando o recado que lhe enviei é o sinal mais evidente de estarmos juntos na mesma trincheira de luta.
Essa foto é de minha autoria e tirei de cartaz feito por mim, fixado no interior da Câmara Municipal de Bauru, eu e eu, sózinho no ato, exatamente no dia da posse dessa nova (sic) composição, quando tomavam posse e ali já estava mais do que claro, o que teríamos pela frente, agora já consolidado.
Naquele dia cravei 17 x 4, hoje o placar já aumentou e as perspectivas de que algo possa ocorrer de altivo advindo de dentro da Casa de Leis bauruenses é inexistente.
Não credito nenhum feito histórico no que fiz, nem precisava ser bidu para enxergar o óbvio, pois tudo sempre foi tão escancarado.
Por fim, quem se sentiu incomodado com o cartaz foi um vereador que, ao tentar decifrar a mensagem ali estampada, tão óbvia, foi lá, retirou, rasgou e jogou no lixo a prescrição que lhe incomodava.
E além do placar, a pouca vergonha destes distribuindo dinheiro a torto e a direito cidade afora, deixando de fiscalizar a cidade, consolidando algo execrável, negação de sua precípua função, assim como a de manter o terceiro assessor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário