O acompanho de longe e hoje, ao reencontrá-lo logo digo: "Se tá bonitão demais. Fininho, sem barriga. Que foi isso?". Ele ri, me abraça e diz estar se cuidando mais. É desses que não confessa a idade, pois diz estar solteiro e nas paradas de sucesso, daí quando lhe conto ter completado 65, ele diz estar pela aí, nem perto, nem longe, na lida. Marquinho deu um breque em muita coisa em sua vida e hoje, se cuida muito mais. Louco por pães, não os deixa fora de sua comilança diária, mas pegando leve. Se antes numa sentada, tarde como hoje, fria e comia logo três, hoje vai de um por dia. Conseguiu segurar a ansiedade e se deu bem. Com a cerveja a mesma coisa, se antes enchia a pança, hoje pega leve e se achar por bem, bebe outras coisas, quantidade muito menor e assim, fechando a boca e pensando em viver mais, perdeu peso e está redondinho - no sentido de estar batendo bem demais -, ou seja, feliz da vida, correndo por fora e cheio de gás. Uma belezura ver sua disposição e me dando uma aula de como devo proceder para trilhar algo parecido. "Os resultados são uma qualidade de vida que não tinha e hoje esbanjo", conta.
Contou mais e a dica eu anotei num papel. Ele diz me ler nas indicações diárias do Vitrolinha e pede que procure no youtube um velho LP do Taiguara, o "Fotografias", do ano de 1973.
Chego em casa e tem uma recado dele no whats: "Ah, tem uma faixa desse álbum pros músicos ouvirem, New York. Após a letra vira um free jazz tupiniquin. Altíssimo nível. Salve Tayguara". E me indica o link para encontrá-lo, tudo mastigadinho: https://www.youtube.com/watch?v=udJKpzYFl9Y .Paro tudo e vou ouvir, curtir, rever o velho e bom Taiguara, com mais essa letra instigante, bem ao estilo do que gosto. Te tudo, que bom rever Marquinho esbanjando vitalidade, baita exemplo para tentar diminuir a barriguinha e só por me indicar a dica musical, chego em casa e não quero fazer outra coisa: malhar na esteira com Taiguara ao fundo. Ganhei o dia.
CHEGANDO PERTO DE MAIS UM FESTIVAL INTERNACIONAL DE DANÇA, DIREÇÃO DE MÁRCIA NURIAH, BAURU DE TEATRO REFORMADO, PORÉM CONTINUARÃO LÁ NA BARRA BONITA
O Festival Internacional de Dança que a Márcia Nuriah apresentava em Bauru anualmente, pelo visto, mesmo com nosso Teatro Municipal reaberto e em condições, por mais um ano ele continuará ocorrendo na vizinha cidade de Barra Bonita. Nos últimos anos, por falta de um espaço, ocorre a transferência para outra cidade. Hoje, pelo visto, o quesito principal é a cobrança do aluguel diário de R$ 4 mil reais. Recebo whatts dela, direto de Amsterdam, Holanda, lamentando a falta de diálogo para resolver a questão:
“Oi Henrique, tudo bem por ai?Olha só, eu cancelei a solicitação do Teatro Municipal porque ficou inviável pagar 4 mil por dia de evento. Ao mesmo tempo, a Fundação Gulbekian aceitou patrocinar a ida da Oniscidea Cia de Dancas para o "meu" festival. Bauru perdeu!! Claro que nem vamos arriscar um prejuízo de fazer um espetáculo deles fora do Festival. Uma pena. Ganhou Barra Bonita, que vai assistir ao espetáculo. O diretor criou uma linguagem que reúne dança contemporânea, Butoh e Aikido. É conceitual e está fazendo muito sucesso na Europa. Mas estou chateada de não poder fazer o Festival por ai. Será que não conseguimos um espaço alternativo?”.
Seu recado é como se lançasse uma garrafa ao mar com um pedido de socorro. Ela acompanhou o que escrevi dias atrás, não só da majoração absurda do aluguel do teatro, mas da confusão quando não implantaram os editais da Lei Aldir Blanc. O festival como se sabe é iniciativa do CIAD – Confederação Interamericana de Dança, com regulamento internacional, sendo Márcia a coordenadora de um deles. Pessoas pagam um valor baixo para participar e recebem seus respectivos ingressos. O teatro lota quase que totalmente com participantes e o preço ao público é baixo. Antes da pandemia, muitos participantes, hoje tentando recuperá-los. Diante da planilha completa do evento, melhor seria abrir um diálogo, mas em Bauru, por enquanto, isso não existe. É R$ 4 mil ou um percentual da bilheteria e pronto acabou. Ou seja, praticamente impossível essa cobrança diária para um evento de uma semana.
O Festival Internacional de Dança que a Márcia Nuriah apresentava em Bauru anualmente, pelo visto, mesmo com nosso Teatro Municipal reaberto e em condições, por mais um ano ele continuará ocorrendo na vizinha cidade de Barra Bonita. Nos últimos anos, por falta de um espaço, ocorre a transferência para outra cidade. Hoje, pelo visto, o quesito principal é a cobrança do aluguel diário de R$ 4 mil reais. Recebo whatts dela, direto de Amsterdam, Holanda, lamentando a falta de diálogo para resolver a questão:
“Oi Henrique, tudo bem por ai?Olha só, eu cancelei a solicitação do Teatro Municipal porque ficou inviável pagar 4 mil por dia de evento. Ao mesmo tempo, a Fundação Gulbekian aceitou patrocinar a ida da Oniscidea Cia de Dancas para o "meu" festival. Bauru perdeu!! Claro que nem vamos arriscar um prejuízo de fazer um espetáculo deles fora do Festival. Uma pena. Ganhou Barra Bonita, que vai assistir ao espetáculo. O diretor criou uma linguagem que reúne dança contemporânea, Butoh e Aikido. É conceitual e está fazendo muito sucesso na Europa. Mas estou chateada de não poder fazer o Festival por ai. Será que não conseguimos um espaço alternativo?”.
Seu recado é como se lançasse uma garrafa ao mar com um pedido de socorro. Ela acompanhou o que escrevi dias atrás, não só da majoração absurda do aluguel do teatro, mas da confusão quando não implantaram os editais da Lei Aldir Blanc. O festival como se sabe é iniciativa do CIAD – Confederação Interamericana de Dança, com regulamento internacional, sendo Márcia a coordenadora de um deles. Pessoas pagam um valor baixo para participar e recebem seus respectivos ingressos. O teatro lota quase que totalmente com participantes e o preço ao público é baixo. Antes da pandemia, muitos participantes, hoje tentando recuperá-los. Diante da planilha completa do evento, melhor seria abrir um diálogo, mas em Bauru, por enquanto, isso não existe. É R$ 4 mil ou um percentual da bilheteria e pronto acabou. Ou seja, praticamente impossível essa cobrança diária para um evento de uma semana.
Márcia nunca se recusou a pagar pelo aluguel do teatro, mas o valor definido atualmente é extremamente fora da realidade. "Neste ano a Fundação Gulbekian está patrocinando o evento, bancando passagens e isso precisa ser levado em consideração. Estamos tentando recuperar o que já fomos um dia, antes da pandemia. Estou a mil, mas ficou inviabilizado com este valor de aluguel. Quanto teríamos que cobrar de ingresso? O evento não ocorre somente num dia. O teatro negocia com dinheiro público, ele tem que ser acessível”, ela me relata. O Festival já tem data e local definidos. O espaço alternativo sugerido pela Márcia é para apresentação dos artistas, principalmente estrangeiros na cidade. Isso talvez possa ocorrer até de forma gratuita, me diz, porém, como negociar diante da irredutibilidade do valor cobrado de aluguel. Com o exemplo do que está neste momento ocorrendo com o Festival de Dança da Márcia Nuriah, um exemplo de tudo o mais. Isso aqui sai publicado só para o entendimento de como Bauru perde muitas apresentações, motivadas pela decisão sem fundamento sem nenhum tipo de lastro, tomada na base do chutômetro. Indiscutível a representatividade do Festival, mas pelo visto, não é assim o entendimento de quem hoje dirige a Cultura municipal. Baita atraso já se consolidando na terra do sanduíche.
OBS.: A OCDD participará no 23° Festival Internacional CIAD Bauru e no 4° FestiDance Sem Limites Barra Bonita nos dias 4 e 5 de Outubro de 2025, no estado de São Paulo, Brasil. A Oniscidea Companhia de Dança, também conhecida como OCDD, tem sua sede em Santarém, Portugal. A companhia se inspira na dança Butoh, Tenchi Tessen, Zazen e movimentos de artes marciais, criando uma dança intimista e minimalista. Neste ano, a entidade financiadora do mesmo será a Fundação Calouste Gulbenkian.
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