A quantidade de bola nas costas é de endoidecer gente sã, uma loucura. Aqui no estado, ainda o mais rico da Federação, conseguiu-se eleger um forasteiro que nada sabia das coisas de São Paulo, tudo porque o concorrente era um petista, porém, um cara preparadíssimo para resolver muitas questões. Preferiram dar carta branca para um privatista de mão cheia, espalhando pedágios até na porta de cemitérios e agora, pior que tudo, pegando leve com uma organização criminosa e com quem adultera bebidas e as revende criminosamente. O país ainda continua dominado pelo resultado das últimas eleições, uma que deu expressiva vantagem para a ultradireita e seus asseclas e estes, investidos de algum poder, estão propostos a destruir o que nos resta de democracia. Uma luta esgrimar contra isso tudo ocorrendo ao mesmo tempo. Cansa bocado estar na cancha de luta e colocando a cara a tapa contra todo este estado de coisas.
A infinidade de coisas estonteantemente incompreensíveis poderiam aumentar minha lista de iniquidades e ficar aqui deitando falação a tarde toda, porém, hoje é sábado, acabo de voltar das ruas, de mais um bela manifestação de rua, desta feita não contra a falta d'água na cidade ou contra a perversidade dos políticos locais, estaduais e nacionais - também mundiais -, mas contra o que continua ocorrendo em Gaza, num massacre inexplicável e incompreensível. Volto e se deixar fico aqui só citando dos motivos de estar e continuar na lida e luta. Porém, lembro que dias atrás, creio que coisa de um mês, passando pela estrada ligando o trevo da rodovia até Arealva, uns 7 km, me deparo com um ipê amarelo no meio do descampado, onde antes florescia um canavial, recém cortado para virar álcool ou coisa parecida.
A cena me fez parar o carro e fotografar o ipê ali no meio do descampado. Lindo demais da conta. Uma espécie de oásias no meio do deserto. E não era? Evidente que era. Ainda bem que a sensibilidade de quem faz aquela poda, permitiu ele ali permanecer e desta forma, foi visto por muitos. Uma cena para alegrar a alma dolorida após tantos embates e reveses. O uso neste momento, até como alento, pois mesmo diante de tanta iniqidade, coisa ruim e escabrosa, sempre existe algo a nos fazer virar o pescoço e ficar com olhos marejados. Eu fiquei e fico toda vez que me deparo com algo dessa magnitude. Este sobrevivente de outra brutalidade com o solo paulista e brasileiro, onde os canaviais invadiram e ocuparam quase todos os espaços, onde os pequenos agricultores, não encontrando outra saída, se viram praticamente obrigados e locar suas terras para usineiros e assim, viver de renda, porém vendo o solo antes vivejante, hoje definhando. Coisas deste insano mundo capitalista, onde o lucro está acima de tudo e todos, a grana fala mais alto e vence na maioria das vezes. E daí, lá está o ipê, imponente e bem amarelo, ardendo até a vista de quem o observa e saca tudo o que ocorreu para ali ainda estar vivo naquele momento. Semanas depois passo novamente por ali e o amarelo já se foi, mas o danado ali permanece, esperando nova florada. Estarei passando por ali ano que vem, só para ver o belo espetáculo da natureza. Viva para todos os ipês amarelos e de todas as outras cores, insistindo com suas floradas neste solo antes fértil, hoje nem tanto, pois o infestam de plantações que o estragam. Escrevo essa ODE ao IPÊ, pois ele me fez esquecer por momentos muita coisa ruim me atormentando a mente.
Manhã de sábado, 04/10, Calçadão da Batista e Bauru na luta contra o genocídio criminoso de Israel em Gaza.
O ato nas quadras do Calçadão da Batista: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1881703226095419
A encenação das atrocidades cometidas pelos israelenses em Gaza contra os palestinos: https://www.facebook.com/reel/1850745732317857
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