BEIRA DE ESTRADA (200)

SEU OSVALDO E O CARINHO COM OS SAGUIS DA PRAÇA RUI BARBOSA

Eu fui hoje ao Banco do Brasil da praça Rui Barbosa e estive circulando pelo local. Fui urinar na praça, ou melhor, no banheiro da praça e quando saia, dei de cara com uma cena que, mesmo achando já conhecia detalhadamente o lugar, cada dia uma nova surpresa. Um sagui estava comendo banana colocada no alto de uma árvore, depositada num pá e ali instalada para essa finalidade. Paro e fico assuntando a cena. Nunca tinha visto saguis por ali e ali parado, conheço seu Osvaldo, aposentado como eu, ele há mais tempo, ou melhor todo dia, passa por ali só com a finalidade de alimentar os saguis. Diz ter mais de dez espalhados pelas árvores da praça.

Fico boquiaberto e conversamos, enquando um deles vem até a pá, come e sem receio de se aproximar de seu Osvaldo. São velhos conhecidos. O animal reconhece quem lhe traz alimento diariamente. Ele me diz não ser o único. Na verdade, existe uma rede de gente alimentando os tais bicinhos, todos dedicados e cada qual conhecendo-se mutuamente. O animalzinho desce lá do alto, come e só volta para o alto quando um cão, destes chatos, o vê e salta como um destes atletas de salto em vara, lindo salto no ar, sem conseguir alcançar sua presa. O cão faz isso automaticamente, creio que pelo instinto de caçador e vendo quer o sagui foge para o alto, se vai, distraindo-se com qualquer outra coisa. O sagui espera tudo se acalmar e volta para devorar suas bananas. O cão percebe e volta, salta lindamente novamente, sem chegar na altura da pá, ali instalada num altura, parece que já pensada para que não consiga atingir este objetivo.

Eu e seu Osvaldo permenecemos um bom tempo na prosa, ele me contando detalhes de como se dá sua rotina diária, comprando bananas só para trazer para os saguis. Eu achei a cena linda, parei tudo o que fazia e fiquei ali, curtindo aquele rico momento, ouvindo a sapiência de quem faz algo em prol da continuidade de algo um dia descoberto e que, acredita precisa ter continuidade. Me diz não saber exatamente como os saguis chegaram até a praça, se trazidos para ali, ou vieram pelos fios elétricos, conseguindo chegar até este lugar, onde as árvores os protegem e abrigam. Fico a imaginar como pode isso acontecer? É a mesma história daquela onça, que um dia foi descoberta ali no parque Vitória Régia e o então prefeito, Rodrigo Agostinho, foi junto de uma equipe, munido de dardos anestesiadores, resgatá-la e devolvê-la para lugar mais seguro.

Com os saguis não sei se algo assim seria possível ou mesmo viável. O que sei, mesmo entristecido por vê-los ali num lugar tão diferente do seu habitat natural, é que, pelo menos a sagacidade deles os ajudam a fugir de predadores, como humanos que também tentam deles se aproximar. Seu Osvaldo diz que, os moradores em situação de rua, os que por mais tempo permanecem na praça, não existe animosidade alguma. se entendem muito bem, cada qual respeitando o outro. O perigo, segundo ele, ocorre com curiosos que, querem se aproximar dos bichinhos com outras intenções, até a de levá-los para casa. Estes representam perigo. Nada sei além disso. O que vi me impressionou. Saguis no meio de uma cidade, ainda envolta pela preservação de mata de cerrado é algo não tão fora do comum, enfim, desmatamos onde vivem e eles escapulem para outros lugares. O que precisamos fazer é desmatar menos e deixar de ficar ateando fogo à toa na matas, como agora, com essa secura. Os bichinhos não sobrevivem à maldade humana.

ELENA, A CUBANA HÁ SEIS MESES TRABALHANDO EM BAURU E MUITO TRISTE COM A ATUAL SITUAÇÃO DE SEU PAÍS

Estive algumas vezes no restaurante libanês ali na capitão Gomes Duarte e desde a primeira vez, ao tomar conhecimento de que, ali trabalhava uma cubana, quis a conhecer. Hoje, na saída, uma conversa mais alongada. Elena tem 37 anos, está no Brasil há menos de um ano e junto do marido, ele engenheiro e ela técnica em contabilidade, se viram como podem. Ele até o presente momento não conseguiu validar seu diploma e trabalhar no seu ofício e ela, encontrou emprego seguro junto dos libaneses do restaurante. Levam uma vida de muito trabalho e pensando muito em trazer para cá o restante da família deixada na ilha caribenha.

Em nenhum momento desdiz de seu país, pois sabe que todas as dificuldades atuais foram geradas por situação provocada por atitudes externas. Fala com extremo amor de seu país, conta detalhes de sua vida em tempos idos e de como, depois de muita dificuldade, resolveu sair e tentar algo novo justamente neste país, o Brasil, por quem me diz, todos os cubanos nutrem muito carinho. Elena é consciente de tudo o que se passa hoje em Cuba e nem gosta de entrar em detalhes, enfim, está atuando fora de dele e sabe, hoje as relaçoes com Cuba e o Brasil estão bem normalizadas, mas podem voltar a ser mais conturbadas. O que quer mesmo é fazer o que já faz, guardar algum para pensar em juntar a família toda num só local, talvez Bauru e assim tocar a vida dentro de uma melhor perspectiva. Diz da felicidade de ter conhecido o Brasil, de ter sido bem recebida e finalmente, ter conseguido um emprego onde além de fazer algo que gosta, a cozinha, está entre imigrantes, gente amiga e acolhedora.

A situação de Elena é a de muitos imigrantes que, se viram obrigados a deixar seus países vindo em busca de lugares onde possam viver melhor, em melhores condições. Eu sempre continuarei sendo um eterno fã de Cuba e de sua resistência. Se hoje a situação está calamitosa, isso de deve, todos sabem, a esse brutal e infame bloqueio, que o impede de ter relações comerciais normais com a maioria dos países ocidentais. Sofre por querer ser independente e não se submeter à imposição de opressores. Uma luta que, eu, Elena e todos os que buscam uma saída honrosa para todos, seguiremos lutando por soberania dentro de um mundo onde as desigualdades e injustiças são cada vez mais acentuadas. Ao conhecer um pouco mais sobre a história de Elena, cada vez mais vejo que, a integração só será realmente possível e terá soluções satisfatórias para todos os povos, quando as desigualdades diminuirem e a exploração, intolerância e imposições descabidas deixarem de vingar. Elena sonha com seu país altaneiro e tantos outros na mesma situação, sonhamos todos e lutamos por encontrar e poder desfrutar de um outro mundo possível. A vida é isso, uma eterna luta em busca de felicidade, quando coletiva, felicidade geral. Todos empenhados dentro deste mesmo objetivo.

algo da podridão paulista

ATÉ QUANDO O POVO PAULISTA VAI ADULAR ESTE desGOVERNO DO TARCÍSIO?
O governador Tarcisio de Freitas e seus secretários estão se explicando demais da conta. E quando isso acontece, algo mais do que suspeito. Primeiro, não aceitam que a Polícia federal participe de nenhuma investigação dentro do que já ocorre de barbaridades no estado, como a morte em Praia Grande de alguém que, deveria receber proteção, depois no caso da bebidas falsificadas. Algo ocorre nos bastidores e o povo paulista está com a pulga atrás da orelha. O problema principal não é se o PCC está ou não por detrás disto tudo, o problema principal e maior e ir constatando a morosidade, um cuidado especial em como o governo paulista trata isso tudo, com um não me toques. Isso sim é preocupante. Temalgo no ar além dos aviões de carreira. Pelo que percebo, o povo paulista é facilmente conduzido, tanto que votou num projeto inexistente de governo, como este de Tarcisio, que foi eleito, simplesmente por se opor ao PT, algo que já deveria ter sido superado na nossa vida política.

O fato é que Tarcisio faz parte da ultradireita radical brasileira. Nessa semana mesmo, foi para Brasilia e não foi para participar de nenhum ato em prol da defesa das instituições e estado de direito, mas para visitar o abominável, o detento número do país, o que tanto mal produziu ao país. Ele, Tarcisio e Bolsonaro são farinhas do mesmo saco, perversos até a medula. Um seria a continuidade peiorado do outro. Tomara isso tudo que agora contece dentro do estado de São Paulosirva para abrir os olhos do povo paulista. Já foi abominável a eleição deste senhor em São Paulo, pois nada tinha a ver com São Paulo e agora, diante de um desGoverno totalmente sem sentido, vazio, oco, despropositado, destrutivo, negacionista, perigoso, o mesmo quer representar algo novo, já se mostrando como alternativa para a presidência da República. Cai neste conto do vigário quem quer, mas muitos estão sendo induzidos sem o conhecer de fato. É missão de todos sensatos mostrar quem de fato é esse Tarcisio, impedindo-o de ser reeleito em São Paulo e de concorrer à presidência. São Paulo e o Brasil não merecem uma desgraça como essa nos governando.