sábado, 29 de novembro de 2025

COMENTÁRIO QUALQUER (267)


FOI SÓ UMA PARTIDA DE FUTEBOL
Eu sou um dos tantos amantes de futebol, destes que segue os resultados e partidos de alguns campeonatos pela aí. Neste ano, tudo começou com o time aqui de minha aldeia, o glorioso e centenário Noroeste. Ganhou apenas um jogo num campeonato com doze partidas - como pode? - e muitos empates. Sesegurou nem sei como e continua a disputar a série A paulista. Na do próximo ano, serão 8 partidas, algo abominável e incompreensível. Não existe empresa sustentável com um campeonato tão curto. Nenhum investimento é suportável com apenas 8 jogos. Não dá nem para ficar bravo quando diante de um time sem competitividade.

Comecei o ano com este campeonato paulista, cada vez mais sem brilho e incentivo. Hoje até o querem findo, em prol da grande e lucrativa série A do Brasileiro. Acompanhei esta, chegando agora na reta final e também a da série B, com algo muito intenso para o torcedor. Na deste ano, a disputa pelo acesso e para o descenso ocorreu até a última rodada e cada uma, tinham jogos mais que inebriantes. Sou paulista e aqui confesso, só não gosto quando vejo muito paulista dentre os 20 participantes. Queria ver isso tudo distribuido em times do Brasil inteiro. Eu fico na torcida até o último instante, para ver se por quem torço não cai e também consegue subir. Isso move essa paixão pelo futebol. Este é o arrebatamento interno provocado por essa paixão futebolística.

Na série A, que também acompanho, todos sabem sou corintiano, mas por ter trabalhado muito tempo no Rio, gosto muito de todos os times cariocas. E gosto mais ainda quando sei como se dá a luta pela sobrevivência e permanência de alguns times dentre estes da elite do futebol brasileiro. Impossível não me ver abraçado com torcedores, por exemplo de um Vasco da Gama, numa eterna luta para ver sua situação sair da insolvência e neste ano em especial, a do Mirassol, por mostrar que mesmo com baixo investimento - diante dos demais -, é possível almejar alguma coisa. Isso de Davi fazer frente a Golias é sempre mais que instigante e daí, como não torcer para que o mais fraco vingue e se firme?

Vez ou outra fico a pescar partidas de outras séries, como a C e D do brasileiro. Ver o Naútico voltar a subir foi muito contagiante, torci até a última rodada, mais até do que ver a Ponte Preta e o São Bernardo subirem. Olho para o Naútico e me lembro de um velho craque, depois técnico, Givanildo e com ele me lembro de um filme, um ascensorista pernambucano em São Paulo, este torcedor do Náutico e sofrendo com ao altos e baixos do time. Os times brasileiros sobrevivem nem sei lá como, mas quando os vejo no fundo do poço, já no ano seguinte, estão lá, firmes e fortes, numa espécie de rejeneração, como a que se dá com as feridas no corpo humano.

Aqui na região já vi gente noroestina brava por me ver escrevendo sobre o XV de Jaú. Bobagem, pois gosto é de futebol e neste ano fui sim em Jaú, pois vê-los saindo a bezinha foi grandioso, como fui também assistir pelo menos um jogo da Santacruzense, junto do amigo Aurélio, numa manhã de domingo, contra outro com passado no futebol do interior, o Tupã. Estes campeonatos, principalmente o da Bezinha é, para mim, muito mais que uma delícia. É o futebol na sua essência. Já não consigo voltar a frequentar os estádios do amador local, que tanto assisti e torci no passado. Aqui em Bauru, torci para o Arca, hoje não mais existente e por uma série de motivos, acabei me afastando dos estádios. Tenho lembranças inenarráveis dos tempos que meus avós ainda vivos, morando na Martin Afonso, vila Falcão, chegava cedo para o almoço dominical e subia direto para o Padilhão, assistir aos dois jogos na manhã. Aquilo tudo nunca mais me sairá da cabeça, como não me sai o de minhas idas para o campo do Arca, onde hoje é o Assaí Supermercado, ali na Nações. Um campo cercado por um muro e lá dentro, um time que ainda sei de memória a escalação principal, tendo um ponta direita, que depois se transformou em meu amigo, Neizinho.

São tantas coisas e poderia ficar escrevendo delas por um tempo tempo. Basta começar para a cabeça funcionar e voltar na lembrança algo deste destemido amor pela bola. Neste sábado o que move o país é a final de mais uma Taça Libertadores da América, nosso maior torneio continental. Ele vai acontecendo espaçado, como o da Copa do Brasil, espaçado dentro do campeonato nacional. Uma disputa dentre todos os país da América do Sul, culminando com uma única partida decisiva, a deste ano sendo realizada em Lima, no Peru, tendo algo da cordilheira dos Andes aos seus pés. Este jogo foi o fio condutor para essa escrevinhação. Nela pretendi unir isso do amor pelo futebol, com algo mais, talvez o que nos falta para mudarmos o rumo dos acontecimentos. Sim, sou daqueles que olho para este intenso amor e união ocorrendo no enotrno da bola e penso em como se fosse transferido para as grandes questões nacionais,com o povo tendo o entendimento básico das maldades senso cometidas hoje, não viraria essa mesa com a maior facilidade. Porém, como o grau de consciência política do brasileiro não está tão alto, continuamos sendo manipulados.

O balé da bola me contagia desde os cueiros. Já demonstrei isso por aqui, ontem tudo afunilado para um Flamengo x Palmeiras nosso times com melhores equipes e numa disputa bem acirrada para ver quem é o melhor de todos. Vez ou outra, um outro sobe e tem um time ótimo, como já ocorreu anos atrás com o Atlético MG e o Botafogo RJ. É muita grana envolvida e ótimo, nenhum deste dois hoje no topo são SAFs ou empresas. Resistem ao modo antigo. O ruim é quando o futebol é previsível e como se fosse um campenato espanhol, onde Barcelona ou Real Madrid são os campeões. Gosto e torço muito para os azarões. Escrevo isso tudo, quando num dia como hoje, parei tudo, até o envolvimento com a política, tudo por causa de uma partida de futebol. De tudo, o melhor mesmo foi receber diletos amigos em casa e torcer juntos. Torcer só eu e Ana Bia diante da TV é uma coisa e fazê-lo rodeado de gente querida é outra coisa. Cada um trouxe algo, além do calor humano e na junção, festamos e pasmem, falamos também de política, pois aproveitando o momento, nada como continuar no tema dos demais dias. Todos os que aqui estiveram, tendo alguns flamenguistas e palmeirenses entre os presentes, temos a certeza de que, o vislumbrado não passa de mais uma partida de futebol. Empolga, assunto para muito tempo, mas ninguém aqui eleva o tom e sobre degraus diante do que vê. Na manhã de amanhã, domingo, o assunto a render ainda será a tal partida, mas perdendo intensidade para outros temas, até mais candentes. O Brasil está convulcionado, dividido e com sérios riscos de ver sua situação piorar se o fascismo vingar seus ideiais. Essa é uma luta e uma partida, muito mais intensa que a de futebol, mesmo como na hoje, decidindo um campeonato. O campeonato sendo decidido fora das quatro linhas é vital para os rumos do país. Nele coloco toda minha torcida e também empenho. Lutar é preciso. Torcer é bem menos ameno.
PAULISTÃO SÉRIE A 2026, OITO PARTIDAS E ACABOU: NENHUM TIME AGUENTA

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