domingo, 21 de outubro de 2007

UMA FRASE - GILETE PRESS (4)

A LIBERDADE DE IMPRENSA
"Sim, uma das coisas que aprendera nesses anos todos é que a missão do jornal não era em nenhum momento dizer a verdade, mas sim fabricar um tipo de verdade que incluisse o pânico, o ódio, a frustração, ou a euforia, a ambição e a esperança, ou complicada mistura desses elementos, de acordo com a vontade dos proprietários do jornal ou da pátria. Cada frase, cada foto era arrumada nas páginas com uma determinada intenção: emocionar, fazer rir ou chorar, deixar trêmulos de mêdo e ansiedade os oprimidos, e informar aos privilegiados através de códigos cifrados e pessoais, sobre o que eles deviam temer, ou contra quem deviam lutar - sim, o jornal tinha apenas um objetivo: contribuir para que o mundo dos poderosos se firmasse, já que dependia exclusivamente deles, dos que podiam pagar e comprar. Toda uma intrincada relação de compra e venda, portanto, fazia com que o jornal chegasse diariamente às bancas. E aos inocentes restava somente acreditar, folhear uma a uma aquelas páginas ainda úmidas de tinta e acreditar que aquele, o das notícias, era realmente o mundo em que viviam." AGUINALDO SILVA (o mesmo da novela Duas Caras), pela voz de um dos personagens do livro A REPÚBLICA DOS ASSASSINOS, 1976.

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