DIÁRIO DE CUBA (28)ADEUS CIENFUEGOS, CAMINHADAS INFINDÁVEIS E AS DORES NAS CANELAS
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiog1xVceKpgD5ZzPy8Mz5aryLCC_WtpUblH0VKdYamGe2okkZAZCUBjcakAmqAnwhWm1sO_XTEvXl4-QG1ds2ITKCT5drOXhScxpDfZSufFWBBXr2ogUyU86WpNjm3lN7S1Ck9fCS4IEJh/s200/DSC06212.JPG)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijnPpAeHwUZdSOTigwIjVQT3QbkAYBJd5qTpmFUUVkah_MLxwY-14v-a9uoJIAY5T_-f0w5sGCABX-UZ74B0YR3wHWY_NCs1yLlKyIB1ShoJgAbZuFevEhu-H2aCprDG4JqWLmEa3Llpnq/s200/DSC06211.JPG)
Acordo na manhã de 16/03/2008, um domingo e termino a leitura do livro que o Marcos havia comprado no Museu da Revolução, “Che y Fidel – Una amistad entrañade” (Editorial San Luis L Habana, Cuba, 2004, 84 pgs). Nos regalamos com um excelente café da manhã no hotel La Unión. Pouco depois das 9h estamos a decidir se seguimos em frente ou voltamos para Santa Clara. Chegamos a verificar vagas de hotéis em Trinidad e Camaguey pela internet. Uma surpresa ao sair do hotel, nossos relógios não batiam as horas. É que havia começado a zero hora o horário de verão cubano (até
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoYEEHqamDVEzjRKpX_1N6GxAR7OhrWb15yCQnq1GXeOuZNgRm-pHOh70V0IlgW9OpJw9IFKAjglK8_fsxAbBpnEhEuIlpEqyU5ILDvmdNBNHeblTDRHg78_kh7OkDlJDQvc_ZMcJPh50K/s200/DSC06216.JPG)
eles possuem o deles). Tínhamos um a hora a menos no hotel.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRuSsNbXi3HLqu_X6OVlIFQmAsTZ25WNMzoJDvySvQsnBVCwyT62BcUGloTmdj9xoHeRelIzVunkoDepfyhR6xBa2SvPzD_PCJoNtMoGjcQybTOR1Slma-zM4eqfGvZVLe-lkT0L8EJ-vM/s200/DSC06217.JPG)
Desistimos de ir para essas cidades. A diária mais barata em Camaguey sairia por 58 pesos e a distância a ser percorrida de 350 km, passando por muitos vilarejos, chegando lá por volta da meia noite. Confabulamos à exaustão e a decisão foi a de voltarmos para Santa Clara no ônibus das 17h, novamente hospedados no Santa Clara Libre, por
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxBkxEkn57JXHazoNMqFDwNNdZ9ArzkerelrAm-zhzZj6EesAXzqJN0KjC55GUgNk_G_tgvWZPDlTTh5kVnemTdxTGFT-96yeLHaoe_RfA_28BgjK33OSl9eBqRdUM7ItbDyyeBBofqv_8/s200/DSC06218.JPG)
dois ou três dias. Lá iremos filmar as crianças nas escolas (os Pioneiros) com a famosa saudação ao Che pela manhã e depois entrevistar as professoras, nossas conhecidas, sobre a Educação e suas experiências dentro da Revolução.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRry-lQMeGRfR6n0HyOKRb9UuupwWsqVdLAcrwEsT4z3tpvgZ3DkaI1SUf2S-rWoj3z0Fj6UM4lcktz_KF8GWNUmRsAh-n-OA2PQruOwmg2p8YVerb0pw70jIXO6SfcGHjaaLHajBF77pP/s200/DSC06219.JPG)
Dessa forma, teríamos uma pequena parte da manhã livre, depois o fechamento da conta no hotel e outra parte livre até às 17h. Marcos prefere não sair mais pela manhã, eu
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9MvEpO56GQtg7bQYCqAL4a9gqxdH7HMUdXsknoXRaau_OWcwh_ugpBWKN9WVHq_B-yAfJkLla2QszfEWD_D_-AZgGgkdwbhqPEFRqpbMDjnCVIu5jzVbV8V6w7nU3vOgs0D8uKXdX_hpy/s200/DSC06220.JPG)
saio só e vou fazer o que mais gosto, caminhar, tirar fotos, ver as pessoas e se possível, conversar. Fiz isso também à tarde, pois Marcos preferiu permanecer sentado na rodoviária. Eu gasto sola de sapato, melhor do único tênis que trouxe. Já na quadra de cima do
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhh4oh_6xyhVQL2sVOh4u9NGBRaS6OLIHqau-wXbmGbBs-gMzbIgR653xyJsgvApG5fJ_Qpt3AzTrZGr4FXwlGxRSHROTE8rJ4ZaPIi9QM0gn4SvSdZ1YXSywLnNtsNLeEeNifMBYaElvh/s200/DSC06221.JPG)
terminal de ônibus está a Estação de Trens (Ferrocarril). Entro lá com toda a curiosidade do mundo. O saguão está vazio, apenas com uma TV ligada e a entrada para a plataforma aberta. Adentro e sigo em frente na direção de uma composição parada a uns 50 metros.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAJ6elTVDt0tokp89hUomDfu_1hNCKXQqKKTwMzAFj0bqqMU20WDBQwetA7lUBzEeviTHU1DiWKazPpTIlG13eJyglogCsG-PePVur9k9NLkjTJosWtMbC9MFq8Mmc0xA-bQkoMLPzpT7m/s200/DSC06222.JPG)
Noto que me chamam da estação. O funcionário me diz das proibições, mas aceita caminhar comigo e me explica algo sobre o sistema ferroviário deles. Depois dei a volta e fui caminhar pelas ruas no entorno dos trilhos. Encontro até uma pequena oficina de reparos de trens. Dei uma volta completa na
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoPTdYQTRO533hwjOrh3GwZ-wQnzddBd0DmCRKLLjcGozKkN130o1O9FCc9yIInJlZ9tKE3M2uDzxHcCc19S4bhN_xY-CxJe7HFoJhLPOHSZ9env0aSMjYBOPjRC1WypdtiUheBmyjYUxA/s200/DSC06233.JPG)
estação, uns 300 metros adiante e voltei pelo outro lado. Muitas edificações antigas. Minha máquina não parou de clicar um só instante.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4oFCB7SDaF0vA3UOH48TcisIYxbN3ByW-3eWYKRloZuzce2ldxBUyk7fQVIzA5jdNu_t8Ia1BJeeoLcLc3FxPlAlcS2pawBU1pALrX3Mcr5xjv_y7BUih7ndkNX2ToRNU3Vb4fRpPGprd/s200/DSC06234.JPG)
Terminando a volta me deparo com um teatro entre a rodoviária e a estação, é a “Sala Teatro Guanaroca”. Um pequeno cartaz informava que ocorrem espetáculos infantis aos sábados e domingos, 11h. Havia perdido mais essa oportunidade, mas acabei
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheFzx5GJEv96cJDVTwSxOxtPYxCr7bQG8ke8yZm2lBDLHBJ-5D4tthqyuieGVr4YMAa_N2wF34f2t1AQGsRRFbVR1Xac7HHoFIKDsXOfYtDgOk6iq-EQnqlEIiFTSUTWD5S5KUhWci4aEu/s200/DSC06232.JPG)
conhecendo Yusiel, o rapaz que cuida da zeladoria do espaço. Ele me põe a mostrar todas as instalações. Tiro fotos no palco e as dele fico de enviar pelo email. De lá volto a
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxqEUGN_iQTMeagqnt2p6SgMIl1EhNKG8ceAp4qF94t1oWsJDz0uSmqyaA3k7Mae5rdGIBbyMX6tBj_SxrppLu90Dn9gNbA6seUlMg4lYp81VmU9uyQHKehLT2nNRTUEFgoZBcD7gH9LSf/s200/DSC06236.JPG)
caminhar e virando a direita, junto a uma igreja católica (funcionando normalmente), um prédio imenso de uns três pavimentos, todo oco, só a carcaça. Devia ter sido um convento ou escola religiosa. Deve ter sido fechada pela proibição de ensino pago, pois lá o ensino é público e totalmente gratuito. Volto para a rodoviária, tomo uma cerveja Bucanero e levo um refresco de limão para meu companheiro de viagem.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF27dYyhkCamOTWRe-0cAUPUPtUFcp7Qd3NeKr6jdqRKfvo5ztmVzaHL6kmzJFD9VQelXXNqfonlHbEL0aC94iDw4rX9lCA8t7bA8dJhRh5tMkP9-T0a4A5MLeWJV-BVoyPFZVTJjDHt5c/s200/DSC06230.JPG)
Marcos não quer caminhar, eu pelo contrário, não consigo permanecer ali sentado. Ele me faz
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5fRYfuB1Dwp0nQDoQIo05M_IANqwJaUucwvMV4IyFuEF1dLJcPhS2o_wFCoMrxgIbbMX0pcR1TKhe6ChdbT_ehA9unS-zFpfFmpOpkuVXNdRXa_MSXXrmqvN6n1OPKStmx3stC8hNGNnS/s200/DSC06226.JPG)
uma observação: “Os cubanos viajam muito e para todos os lados”. Isso desmente o que dizem no Brasil, que eles mal podem sair de suas cidades. Podem sim, e só o deixam de fazer pelos mesmos motivos nossos, quando falta grana para a passagem. Volto a caminhar e começo a ter os primeiros problemas com dores nas canelas, que incham devido a essas andanças sem
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL-ijvNbZ9H2tPyb8dRsL8wvR2w5J6-nxgWxsMaJ8beIUz1HuwlmcXweks5XKTqRE5BUfqJSuLS-C6eebeUfDX1bGoutvbwE6PBPgWDWk2Uo9QZecIPkRlaU7z1rRw8MbJG9cE64xv5CPT/s200/DSC06245.JPG)
fim e a falta de costume. Vou andando assim mesmo, desço a rua da rodoviária até uma praça com motivos revolucionários, à esquerda um grande hospital e ao lado uma Escola de
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4rxvzVmmjrl51yPu8XZ88tbsWfv0-4MRGk0U2XYOkm37u6IQRFiZcmNAPNWbh4efxEOrV0Vf3Kq1riUg0E2IKcFuevxj7lQsbRo7wjB-aKBlUWSYjDdsuL5YiHQS6AicPMuimmoeCDqJY/s200/DSC06228.JPG)
Artes. Fotografo tudo, inclusive uma ave morta, com uma fita vermelha atada ao pescoço. Deve ser coisa da Santeria. Num muro uma inscrição interessante sobre os irmãos Fidel e Raul. Pouco antes de embarcar conhecemos outra pessoa marcante, o representante da empresa Astro/Via Zul, Pedro Avellanes Espinosa, que nos leva para sua sala. Lá ficamos a conversar até o ônibus chegar, mas tenho que contar o que nos disse só no próximo relato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário